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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

CORRIDA DE CALHAMBEQUES SEMPRE FOI UMA ATRAÇÃO ESPECIAL QUE ATRAI MILHARES DE PESSOAS. ACONTECEU MAIS UMA VEZ EM FRANCA, ONDE CARROS FABRICADOS ATÉ 1936 PARTICIPARAM DA COMPETIÇÃO PÉ NA TÁBUA. ENTRE OS PILOTOS, O NOSSO COLUNISTA ROBERTO NASSER. NA COLUNA, MOSTRA COMO SURGIU O NOVO CAMINHÃO IVECO HD, O NOVO PEGEOUT 208 E UM MOTOR PARA O FIESTA FICAR MAIS BARATO



Coluna nº 0513 de 30 de janeiro de 2013


Pé na Tábua, a divertida 
Corrida de Calhambeques
O nome conta metade da história. Na época romântica do automóvel, Pé na Tábua significava o andar com pressa, premendo o acelerador ao fundo, com o pé no piso - feito em madeira. Era sinônimo de velocidade.

Nome e espírito estão no evento homônimo, realizado em Franca, SP, terra do calçado, em pequeno circuito, o Speed Park. Neste, terceira edição, em torno de 60 automóveis, motivou criar categorias, tentativa de igualar rendimentos.

Vencedor esperado na prova dos mais velozes, o tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet, recente antigomobilista, com baquet – biposto de época - Lincoln 1927, automóvel participante de nascente prova no Circuito da Gávea, RJ, o Trampolim do Diabo

Nesta edição, para bisar a vitória, o tri aplicou peças Edelbrock, esportivas da época para o motor V8 flathead: cabeçotes; coletor de admissão com três carburadores; fez escapamento em inox, unindo as seis saídas em longo tubo acabando em funil. 

Sem isto teria trabalho com Marcelo Caslini, em Fords Speedster 1929 e Emílio Colonic, 1931, com motores muito desenvolvidos e distantes dos originais 40 hp produzidos há mais de 80 anos.

Nas outras categorias, concorrentes simpáticos como Samuel Marcantônio, 83 (!) mecânico em Campinas, preparador de automóveis a conduzir e vencer a categoria Miscelânea II – até os nomes são divertidos – com Ford ‘34 V8.

Piquet, com Lincoln, ex-Gávea, vencendo.


Dúvida
É simpática misturada, mais festivo e descontraído de nossos eventos antigomobilísticos, reunindo as características perdidas com o crescimento do hobby no país. 

Sem a dissimulada vaidade sempre presente, à base do meu é mais caro, ou raro ou maior que o seu. 

Talvez porque os Fordecos sejam da mesma marca, tipos e valores assemelhados, inexistem castas e assim as pessoas interagem, colaboram umas com as outras, e no necessário cedem peças, emprestam ferramentas, auxiliam, aconselham, camaradeiam. 

Agrega família e amigos, que vão em quantidade ao evento. Neste ano, como exemplo, foram 4 competidores de Brasília em grupo com 35 pessoas. 

A Prefeitura local não percebeu – aliás, superior, nem apareceu – ser enzima na economia hoteleira, de gastronomia, postos de gasolina, táxis e, em especial da indústria calçadista. 

Souvenir de Franca é sapato.
Havia sensacional miscela de pessoas como pequenos eventos. Divertido, Gaspar Ribeiro, de Goiânia, com Ford Roadster 1929, carregava boneco lembrando o Michael Jackson e, lá pelas tantas, na curva de entrada na reta das arquibancadas, jogou o boneco fora – e quem não sabia, achou ser o co piloto caindo. 

Não satisfeito, na volta de seguinte veio em marcha a ré (!) para recuperar o passageiro, ocasião em que Tiago Songa, organizador, resolveu o caso à altura: tirou e guardou as chaves do Ford.

Quem achava que tais antigos não arrancam ou fazem curvas, o Pé na Tábua tira a limpo: caminham, curvam, dão cavalos de pau, surpreendem.

Houve grande variedade de manifestações. Os goianos, além do festivo Gaspar estavam com João Salles em Speedster A, e dois carros acertados por Plínio Molinari humilhavam pela suavidade de funcionamento, ausência de ruídos ou vibrações. 

A família Storani, de Jundiaí, antiga fabricante do luxuoso esportivo Concorde, fez homenagem a comendador João, criador, falecido há duas décadas, com Buick conversível de 1933, parado desde então.

Caso idêntico, Marcelo Bellato e Natan Oliveira, do futuro Museu Roberto Lee, de Caçapava, em oficialização, representaram o remanescente acervo com Packard Roadster 1932, exibindo-o no divulgar a ideia, colher apoio para a restauração das dezenas de veículos recebida e sem verba orçamentária para o resgate. 

Fizeram graça comigo, concedendo conduzir o automóvel que dirigi, em 1972, áurea fase do pioneiro Museu. Levaram também o Alfa Lee, de corridas, cara de Alfa e mistura de outras marcas. 

O Alfa Romeo Br, clube da marca, e o Museu Nacional do Automóvel tutelam projeto para sua restauração.

Mateus Polizel, ex presidente do Clube do Fordinho, foi de Fordor 1929 e Modelo T de 1913, um século de história andando com integridade. 

Um arranjado primo do comediante Mazzaropi, o Philaderpho, levou Anastácio, caminhãozinho Chevrolet 1930, fazendo o tipo e graça. 

De turma, a família Gabarra, de Ribeirão Preto, em três gerações lideradas pelo Tio Darcy, aos 89 anos conduzindo Chevrolet de 1928. 

De automóveis raros, BMW Dixie de 1928, motor 750 cm3, um dos seis remanescentes no mundo, e Renault 1924 com o sorocabano André Beldi, e o Hudson 1925 Dual Cowl, luxuoso com seus dois para brisas, levado de Uberaba por Mauro Corrêa.

O evento se espraia: 9 concorrentes de Minas; 4 de Brasília; 23 do interior paulista; 13 da capital; 3 goianos ...

Marcha Lenta
Prova interessante, anti corrida: em marcha lenta, motorista desce e caminha ao lado por 100m, acertando os comandos de ignição e aceleração no mínimo de rotações, sem permitir que o motor “morra”

Venceu-a, novamente, o uberabense Clarkson Marzola – em raro Ford Pick up 1929 – fazendo 1’14’, média de 4,8 km/h. Bons de serviço – o mecânico e ele.

Enfim, é o mais divertido dos eventos nacionais, agrega famílias, amigos, provoca usar os automóveis, fomenta a camaradagem. 

Um exemplo.
A dúvida do bloco anterior? De sociólogo admirando as pessoas, curtindo o evento: O que é isto? Depende do teto. Se for de lona, é circo. De alvenaria, hospício....

Darcy Gabarra, 89, na Marcha Lenta.

Iveco corre atrás com o Tector HD
Empresa da Fiat para a área de transportes, a Iveco desfrutou de condições ideais para fomentar o desenvolvimento de seu novo produto médio, o Tector HD. Tector por conta do conceito. HD, heavy duty, é tipo jogo duro.

A soma de enzimas que propeliram a Iveco foram a nova legislação Euro V para emissões; a dificuldade de fomentar vendas do modelo anterior, importado e com especificações para o mercado chinês – diferentes dos implementos à venda no Brasil; a queda de participação no mercado brasileiro – o maior do mundo para algumas marcas; suas perspectivas prometendo grande expansão neste segmento; parcela principal, a maneira de pensar dos três cappo que não brincam com resultados: Cledorvino Belini, o homem Fiat na América Latina; Alfredo de Altavilla, ex-presidente da Iveco, atual número 1 para o mercado europeu, e braço direito de Sergio Marchionne, o mandão geral.

Mercado
Vamos combinar, caminhão é um bicho fácil de fazer. Dizia o ex-ministro Nuri Andraus, engenheiro metalúrgico, até macaco ensinado faz. 

Mas a competição é tão grande que é muito fácil ficar para trás contra competidores como a Ford, a Mercedes, a líder MAN e a chinesada bicando as beiradas do mercado. 

Assim a Iveco ouviu frotistas, atacou os pontos de sensibilização, criou versões para 9 e 13 t de peso bruto total – nesta, privilegiada, cabine estendida e ar condicionado. 

Modernos motores FPT, diesel, 177 cv e 570 Nm de torque no HD9, e 182 cv e 610 Nm de torque no HD13. 

Diz, são até 11% mais econômicos na categoria, tem maior durabilidade e facilidade de manutenção. Garantia total de um ano e dois para o trem de força.

De casa
Mostra simbiose com outro braço da companhia, a Fiat Automóveis, em características de produto e mercado, como o oferecer a cabine estendida, diferencial na liderança de seus picapes, e preços contendo maior equipamento. 

No HD aproveitaram a boa surpresa no ver o pacote de desenvolvimentos aplicado ao Grand Siena e pediram ajuda. Robson Cotta, gerente da área, explica a mudança de coxins do motor, transmissão, dos amortecedores e fixação para partes da cabine e aplicação de material fono-térmico-absorvente, dando inusitado toque de sensações de conforto automobilístico aos caminhões – um diferencial importante.

Mercado
A Iveco espera conquistar 7% entre as previstas 45 mil unidades de vendas de caminhões de 8 a 15 toneladas. 

A expectativa está parametrizada com os 7% de crescimento do segmento, dinamizada pelo melhor nível de renda, incentivos específicos para o setor, como a desoneração da folha de pagamento e a isenção do IPI.

Com o crescimento da economia, índice de construções, agricultura, este tipo de veículo, para transportes próximos a cidades, terá demanda.

Quanto
HD 9t R$ 115 mil
HD 13t R$ 135 mil

Test drives – com empréstimo por uma semana – nas 109 concessionárias.

Iveco Vertis HD. A necessidade faz o sapo pular

Roda-a-Roda
Conceito – Governo mandou corrigir o preço da gasolina, aproximando-o do petróleo commoditty. O problema é que boa parte é aqui produzida, em custo muito menor. Porque cobrá-lo como se comprado no Oriente?

Álcool – Acabou a conversinha. Álcool no sangue dá multa, prisão, suspensão. Assim, educação e respeito. Vai dirigir, não beba. Custa caro.

Futuro - Ford, Daimler e Nissan acordaram desenvolver tecnologia e acelerar a comercialização de células de combustível para veículos elétricos (FCEV). Criar trilha comum, reduzir investimentos, preço, viabilizar o produto. 2017.

Globalização – Mestra em ônibus, operações no exterior, a Marcopolo adquiriu 20% da canadense New Flyer, líder de vendas nos EUA e Canadá, cinco fábricas, produziu 1.800 ônibus em 2011. Vai aprender, trocar experiências, segredos. E ensinar: 2013 a Marcopolo prevê construir 32.500 ônibus!

Mercado – Chrysler corta preços, limpa estoque. Dodge Journey SXT, a R$ 109.900; R/T – dos R$ 129.900 tirou R$ 7.000; maior redução, Jeep Cherokee Sport, menos R$ 20 mil, a R$ 99.000; Cherokee Limited R$ 114.900. Picape Ram 2500 Laramie R$ 184.900. Manteve Jeep Compass 2.0 a R$ 90.000. Diz, reduções por adesão ao programa Inovar-Auto.

Arte – Coerente com proposta de design e tecnologia criativa, a Citroën promoveu em seu espaço conceito na elegante paulistana rua Oscar Freire bate papo liderado por Cyril Kongo Phan, 42, grafiteiro fashion, sobre Street Art, novo nome para os grafites urbanos.

Mudança – Peugeot iniciou produzir o 208. Surpresa agradável em ergonomia.

Negócio – Estadunidense Group 1, quarto maior negócio de concessionárias, por US$ 47,4M e ações, comprou a Roger Penske Jr e André Ribeiro brasileira UAB Motors, com 18 concessionárias Renault, Nissan, Toyota, BMW-Mini.

Variedade – A Ford terá motor Sigma 1.5 para o Fiesta a ser feito em São Bernardo,SP. Simples, 16V, 115 cv. 

Para diferenciar-se, o 1.6 terá comandos variáveis, potência elevada a 125 cv. Visa reduzir preço no Fiesta. Consumo no Inmetro sem tapete vermelho ou banda de música.

Novidade – Locadora Hertz em S Paulo, Rio e Salvador oferece o jipe Troller. A Ford, dona da marca, fez acordo e disponibiliza 20 unidades. Diária R$ 290.


Na cabeça – A CAOA, importadora de Hyundais, chama donos de Veloster com teto solar a inspeção em concessionário. Motivo, risco de trincar ou estilhaçar. Relação de chassis em www.hyundai-motor.com.br.


Ironia – Diz demonstrar “profundo respeito que dedica aos seus consumidores”. Será? A CAOA mentiu sobre o Veloster dizendo ter injeção direta e potência maior que a oferecida.

O respeito é pelo alto valor da multa e para não sujar a imagem da Hyundai, agora no mercado nacional, e a caminho de inevitável ruptura.

Pesado – Carga pesada é o novo foco da Ford com seu cavalo mecânico à venda no segundo semestre. Contra Mercedes, Iveco, Volvo, MAN e Scania. 

Foi criado no Brasil e na Turquia, bases mundiais da Ford para caminhões – nos EUA não os faz há tempos. Curiosidade é o motor, FPT, da Fiat, mineiro. A marca fornece para Iveco e Hyundai.

Ford pesado, Brasil e Turquia.

Sucesso - O 3º. Salão Bike Show 2013 no Riocentro, RJ, segue a rota do sucesso em mix de quase 100 expositores, vendas, atrações: encontro de pilotos antigos, exposição de motos campeãs, Globo da Morte, palestras, bandas. Novidade maior, presença da Triumph mais recente fabricante no país.

Antigos – Henrique Rinco, novo prefeito de Caçapava, SP, município que ganhou o acervo do antigo Museu Lee, inicia oficializar o negócio. 

Instalou conselho para passos práticos e legais para o novo Museu. Base por antigomobilistas, brilho pelo advogado Eugênio Leite, mantenedor de Museu em Ubatuba, SP.

Gente
Diogo Pupo, engenheiro, aposentadoria

OOOO Caso raro, 43 anos de mono emprego em três empresas – Chrysler, VW Caminhões e MAN, sequência de compras - criou cultura pós venda na assistência a caminhões. 

OOOO A julgar por colegas na mesma empresa, será curto o estágio como fiscal da natureza. 

OOOO A Iveco, concorrente, contrata os ex líderes da VW Caminhões, hoje MAN. 

Alfred Rieck, 56, português, presidente da Opel por seis fugazes meses, demitiu-se. 

OOOO Mau sinal. Gesto lembra o de Bob Lutz poderoso vp da GM ao vender suas ações na empresa, sinalizando falta de confiança e acelerando a crise. 

OOOO Segue decisão da GM, fechar fábricas e demitir na Alemanha onde, ano passado as vendas da Opel caíram 16%, dobro do mercado. 

Christian Streck, 
brasileiro, engenheiro, vendas. 

OOOO Gerente para aplicar e vender turbos Honeywell. 
OOOO O momento econômico-ecológico enfia-los-á nos capôs dos automóveis. 
OOOO Ajudou desenvolver o 1.0 16V VW, então o mais potente do mundo na cilindrada. 
OOOO Diz-se no mercado que o eng Antônio Maciel Neto emprestaria seu talento à CAOA. OOOO A ver. Pessoas e métodos opostos. 


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Fax: 55.61.3225.5511

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