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domingo, 22 de setembro de 2013

O INOVAR-CAR, ALÉM DE INCENTIVAR O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA NO PAÍS E OFERECER BOAS OPORTUNIDADES A QUEM QUISER INVESTIR, PODERIA SER MUITO MAIS APROVEITADO SE TIVESSE OS INCENTIVOS NECESSÁRIOS E ASSIM COLOCAR O BRASIL ENTRE AS NAÇÕES QUE GARANTEM A SEGURANÇA DO TRÂNSITO COM A REALIZAÇÃO DE TESTES DE SEGURANÇA DOS VEÍCULOS QUE CIRCULAM NAS ESTRADAS E RUAS BRASILEIRAS. ESSAS QUESTÕES FORAM TRATADAS NO SIMPÓSIO SAE BRASIL DE TESTES E SIMULAÇÕES, REALIZADO EM SÃO PAULO, ONDE FOI APRESENTADO O PROJETO DE CRIAÇÃO DO CENTRO NACIONAL DE SIMULAÇÃO DE MOBILIDADE TERRESTRE. SERIA ÓTIMO QUE OS EMPRESÁRIOS NÃO FICASSEM À ESPERA DA AJUDA DO GOVERNO E AGISSEM COM A RAPIDEZ E EFICIÊNCIA QUE MOSTRAM, QUANDO LHES INTERESSA. O RECADO FOI DADO COM PROPRIEDADE.


O Inovar-Auto é a grande oportunidade para a indústria nacional melhorar suas aplicações em testes e simulações. Esse foi o recado deixado pelos especialistas da indústria da mobilidade que se reuniram em São Paulo, no Simpósio SAE BRASIL de Testes e Simulações para mostrar pesquisas e melhorias alcançadas com o uso das ferramentas ligadas à área.

O encontro, promovido pela Seção São Paulo da SAE BRASIL, discutiu as possibilidades de crescimento que o Inovar-Auto pode gerar ao setor de testes e simulações no País. 


Segundo Ângelo Carrocini Filho, gerente sênior da LMS, as tecnologias apresentadas no encontro são oportunidades para a indústria brasileira se adequar às normas e demandas do acordo automotivo.

“Nossa indústria progrediu bastante, mas ainda precisamos de mais. Nossa engenharia precisa ser mais rápida e competitiva”, afirmou.

O supervisor do grupo de durabilidade da Smarttech, Jeovano Lima, disse que o Brasil tem grande potencial de aprimorar a indústria, mas deixa muito a desejar na questão de incentivos. 

“O Inovar-Auto fará com que as oportunidades surjam com mais facilidade e tragam retorno para quem investir”, acredita.

Arthur Camanho, country manager do ESI Group para a América do Sul, esclareceu que o Brasil está avançado na questão de testes no setor de manufatura. 

“Mas ainda carecemos de mais investimentos em determinadas áreas, se isso não acontecer o crescimento não virá”, disse.

Centro de Simulação
Durante o encontro João Franco, coordenador da Comissão Técnica de Dinâmica Veicular da SAE BRASIL e diretor da Improvement Vehicle Dynamics apresentou o projeto do Centro Nacional de Simulação de Mobilidade Terrestre, que segundo o executivo irá inserir o Brasil na comunidade internacional de centros de simulação.

De acordo com Franco, o centro poderá ser instalado num pólo automotivo, como Sorocaba, São José dos Campos ou ABC. “Já fomos procurados pela Prefeitura de Santo André que demonstrou interesse em sediar o centro”, afirmou.

Esse local iria permitir que testes fossem realizados 24h por dia durante sete dias por semana. 

“Como não temos esse tipo de laboratório de simulação aqui no País, isso irá gerar mais segurança em nosso trânsito, maior capacitação e desenvolvimento de profissionais, elaboração de estudos e pesquisas, além de colocar o Brasil entre os países que dominam essa tecnologia. Tudo o que precisamos desenvolver com a chegada do Inovar-Auto”, explicou.

Tecnologias
O encontro promoveu a apresentação de diversas tecnologias disponíveis para o mercado, e alguns processos de testes e simulações adotados por empresas. 

Ângelo Carrocini Filho, da LMS falou sobre o quanto a prática simulação facilita e dá qualidade ao projeto. “É muito importante levar em consideração a simulação em tempo real, o tempo de desenvolvimento cai muito e a confiabilidade cresce”, comentou.

Arthur Camanho e Marcelo Tonetti, do Grupo ESI, apresentou o Virtual ToolMaker, software para manufatura, que integra todo desenvolvimento de produtos e possibilita a criação de projetos em 30 minutos. 

“Com ele, o tempo de desenvolvimento de um ferramental cai drasticamente”, contou Camanho.

Jeovano Lima apresentou um software para simulação de vibração de tanques de combustível, que pode ser utilizado em testes de qualquer tipo de material. 

Já o responsável por análises e simulações virtuais da CNH, Bruno Lucena, apresentou o uso da prototipagem digital em todo o processo de desenvolvimento dos veículos agrícolas e de máquinas de construção. 

Ele mostrou que com o uso dessas ferramentas é possível prever e definir todos os detalhes da máquina, desde componentes mecânicos, transmissão, carroceria e ruídos, até a ergonomia e a interação do operador com os controles eletrônicos do equipamento.

Noah Reding, gerente de Produtos Automotivos da National Instruments, ressaltou a reutilização de modelos de testes, que ajuda na redução do tempo. 

“Esse trabalho cria eficientes interfaces operacionais durante todo o processo de desenvolvimento e agiliza muito a produção”, avaliou.

Joern Schmidt, diretor técnico da Magma Engenharia do Brasil, mostrou a eficiência que a empresa alcançou no desenvolvimento de um rack de motocicleta quando utilizou uma cadeia integrada de simulação. 

“Ao realizar a simulação em todo o desenvolvimento da peça, conseguimos prever as necessidades que ela poderia ter”, comentou.

O professor PhD Thomas D. Gillespie, ex-professor da University of Michigan e pesquisador do Truck Research Institute da mesma universidade e diretor de desenvolvimento de produtos da CarSim (Mechanical Simulation Corporation), apresentou os desafios e a importância em prever a performance de frenagem de caminhões. 

Segundo o especialista, a distribuição adequada da energia em todos os eixos do veículo evita graves acidentes. 

“Somente com o uso dos softwares de simulação podemos prever falhas sem ter o veículo na rua. Antigamente fazíamos exaustivos testes físicos, hoje obtemos esses dados com mais precisão, por meio dos softwares de simulação especializados”, explicou.

Representante do setor aéreo, Rodrigo Souto, engenheiro de Desenvolvimento e Simulação da Embraer, mostrou como a empresa utiliza as plataformas de simulação. 

Segundo o engenheiro, com a adoção e a integração das ferramentas, a Embraer conseguiu diminuir de 20,8% para 0,5% as não-conformidades.

O gerente de produtos da Idiada, David Gallegos, mostrou como funciona o sistema de certificação de pneus na Europa e todos os testes realizados para identificar e classificar os produtos. 

Segundo o especialista, os testes medem a eficiência energética e de frenagem do pneu e o grau de ruído que ele emite.

Competição – Durante o encontro também foi discutida a presença da simulação em veículos de competição. 

Os integrantes da equipe Unicamp E-Racing, campeã da competição Formula Elétrico da SAE BRASIL e INTERNATIONAL, Danilo A. Oliveira e Flávio B. Sales, mostraram o carro que foi totalmente desenvolvido em base de estudos feitos com testes e simulações, e que conseguiu 985 dos 1000 pontos da competição. 

“O uso dessas ferramentas nos ajudou a desenvolver um carro bem preparado, e quando fomos para a competição internacional, em que concorremos com 120 veículos de instituições de alto nível, dentre elas o MIT, por exemplo, pudemos trazer este título para o Brasil”, contou Oliveira.

O engenheiro de simulação veicular da BMW Team Brasil, Jean Tavares Horácio, mostrou a agilidade que o uso da simulação nos veículos de competição traz para os profissionais. 

“Com o uso dessas ferramentas conseguimos fazer mais de 600 análises em apenas um dia. Isso reduz custos, facilita e deixa nosso trabalho muito mais dinâmico, efetivo e rápido”, contou.

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