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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

O JAPÃO QUE ESTÁ MUITO PREOCUPADO COM A BOMBA DE HIDROGÊNIO QUE A COREIA DO NORTE ANUNCIOU TER TESTADO, ESTÁ USANDO O HIDROGÊNIO COMO COMBUSTÍVEL DOS AUTOMÓVEIS E INSTALARÁ 100 POSTOS DE ABASTECIMENTO ATÉ MARÇO PRÓXIMO. ATÉ OS JOGOS OLÍMPICOS DE TÓQUIO, EM 2020, A TOYOTA ESPERA TER 12 MIL CARROS A HIDROGÊNIO RODANDO, MAS A HONDA E A HYUNDAI ESTÃO EMPENHADAS NA APOSTA NESSE COMBUSTÍVEL



Alta Roda 


Nº 870 —  7/1/16

Fernando Calmon



FUTURO A HIDROGÊNIO?


No recente Salão do Automóvel de Tóquio não foram apenas modelos autônomos e futurísticos que roubaram a cena. 

O governo japonês se empenha em disseminar a ideia da era do hidrogênio e nada como os carros para dar partida a uma verdadeira aposta. 

Esse elemento químico é o mais abundante do universo e está presente na água (H2O) que representa 70% da Terra.

Uma nova “sociedade baseada no hidrogênio” será difícil de florescer. Para obtê-lo a partir da água é preciso eletricidade em grande escala. 

Se esta vier de fontes fósseis ou não renováveis – como na maior parte do mundo – o balanço final é negativo em termos de emissões de CO2 e do temido efeito estufa. Mas se pode obtê-lo também de biogás de esgoto ou lixo.

A pilha a hidrogênio para gerar eletricidade a bordo seria boa solução para carros elétricos, pois emite apenas vapor d’água. 

Permite tempo de abastecimento e autonomia semelhantes aos combustíveis líquidos, ocupa menos espaço e é mais leve e fácil de reciclar.

Incentivada pelo governo do Japão, a Toyota desistiu de esperar pela evolução das baterias. 

Em 2015, passou a fabricar em pequena série e vender apenas no seu país o Mirai, com estética de certa forma discutível por ousar demais. 

A produção, de 700 unidades no primeiro ano, subirá para 3.000 em 2017, contando com exportações para EUA e Europa. 

Até os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, o fabricante esperar ver 12.000 carros circulando no Japão e 30.000 no mundo.

O preço do Mirai, pouco maior que um Camry, é bem elevado: US$ 70.000 (R$ 280.000). 

Mas pelo menos 25% desse valor terá subsídio governamental. Mas onde abastecer? 


Há uma meta de abrir 100 postos no Japão até março próximo, mas cada um custa lá US$ 4 milhões (R$ 16 milhões), 15 vezes mais que um convencional. 

Apenas 80 estarão inaugurados, quase todos dentro de instituições públicas e privadas.

A Honda aproveitou o Salão para apresentar a versão definitiva do seu elétrico com pilha a hidrogênio, o Clarity. 

Chamados de FCX Clarity, 50 carros rodam em quatro cidades da Califórnia, EUA, desde 2008, em leasing por se tratar de unidades experimentais de propriedade do fabricante. 

Ela perdeu a corrida para oferecer o primeiro automóvel específico fabricado em série no mundo, pois só estará à venda em março próximo, inicialmente no Japão.

Este modelo, do mesmo porte do Mirai porém mais elegante, tem autonomia de 700 quilômetros, superior à do rival. 

O conjunto pilha e motor elétrico ocupa volume um terço menor que no FCX, equivalente a um motor V-6 convencional. 

Isso permitiu colocá-lo sob o capô e liberou espaço no habitáculo para cinco adultos e porta-malas mais amplo. 

A Honda desenvolveu um container transportável para produzir hidrogênio e um conversor para o Clarity fornecer energia elétrica a uma casa ou de forma emergencial.

Grandes fabricantes mundiais também desenvolvem pilhas a hidrogênio há mais de uma década. 

A Hyundai tem um Tucson adaptado à venda nos EUA. Alguns ainda não consideram a tecnologia suficientemente madura para justificar um modelo específico, como Mirai ou Clarity. O tempo dirá quem, de fato, está certo.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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