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sábado, 20 de janeiro de 2018

O North American International Auto Show (NAIAS) acontece em Detroit mostrando as novidades para 2018 e lá está o carro mais vendido nos EUA, a picape F150 da Ford, seguido pelo Silverado, da GM, e a Dodge RAM 1500.


Coluna nº 0318 - 20 de janeiro de 2018
                             


Salão de picapes, suvs, crossovers... Aqui, na Mercedes


O NAIAS, de picapes, suvs, e híbridos
NAIAS, o North American International Auto Show, não é apenas mais uma das mostras pontuais com realização periódica para mostrar lançamentos de automóveis. Difere do usual: é personalístico por ocasião, forma e conteúdo. 

Começa pelo fato de não ser realizado por empresa de eventos, mas união de concessionários de veículos operando em Detroit, EUA, sempre referenciada como a Capital do Automóvel por basear quantidade de atividades industriais. 

A particularização continua pela ocasião, ao início de janeiro, ao lado do usualmente congelado Rio Windsor, separando os EUA e o Canadá, em período de pouco turísticos gelo e neve. 

Neste ano, temperaturas andaram menores exigindo espessa roupa invernal, casacos e botas extra pesados. Como manifestação celeste, e para tornar perigoso o trânsito em vias congeladas e de pouca aderência e muitos acidentes, ainda houve a queda de um asteroide.

Se tão diferenciado, tem expressão mundial, sedia apresentações e lançamentos para o mercado de todo o mundo, mas é direcionado aos compradores dos EUA e Canadá. Para entender: você sabe qual é o carro mais vendido nos EUA? 

Não, não é presumível sedã, como no restante do mundo, mas uma picape, no caso a F150 Ford. E os concorrentes não ficam atrasados, GM tem o Silverado, segundo mais vendido, e FCA, com a marca Dodge, o Ram 1500, terceiro na grade. Há picapes Honda e Toyota, mas não se alinham com a volumetria cúbica das marcas nativas.

Novo Ranger – por enquanto nos EUA

Não se sabe se os compradores forçaram à dedicação em picapes, ou se o mercado escolheu o caminho. Afinal, neles o lucro unitário em muito supera o de automóveis e utilitários esportivos, e este é o indutor capitalista.

Ranger chama atenções por voltar à produção no país de origem após ausência de oito anos. Estilo melhor, mais leve, menos macho-man, e construtivamente apresenta o caminho tradicional do amplo emprego de chapa de aço para moldar cabine e carroceria, ao contrário do líder F150 inovando no uso das chapas e enorme percentual de partes em alumínio. Interior cuidado em infodiversão e equipamentos de automóveis.

Ford insiste em dizê-lo exclusivo para os EUA, mas a construção simplória – vamos combinar, fazer picape é coisa primária. Um macaco bem ensinado é capaz de cometer um - permite ser repetida na Argentina, base sul americana para fazer picapes. O Ranger vendido no Brasil comemorará em 2018, 20 anos da operação regional.

FCA, iniciais da Fiat + Chrysler, tem sensíveis lucros com operação nestes veículos, os mais vendidos e lucrativos dentre os produtos de alta produção na marca – Maserati e Ferrari não contam. 

Picape é o rótulo, a cara do mercado norte-americano, e a previsão de vendas neste exercício é de recordistas 500 mil unidades. 

Outra surpresa projetada para o exercício será a ultrapassagem do Silverado pelo RAM, a melhor prova de boa gestão da marca, induzindo melhorar o produto.

Para passar a GM deve vender mais de 85.000 u/a. Novo RAM mede 22 cm acima do modelo anterior, sendo 10 cm na cabine, para maior conforto, incluindo inclinar o encosto do banco traseiro, e adições pró conforto focaram infodiversão. 

O chassi emprega 98% de aço de elevada resistência; motores V6, 3,6 litros e V8 5,7 litros, 15/85 e L-4 3,0 litros, diesel, transmissão automática oito velocidades; capacidade de reboque em 5,7 t.

FCA passou por processo depurativo, cortou sedãs medíocres, concentrou a pouca verba restante dos grandes gastos no Alfa Romeo Giulia e Stelvio para melhorar a operação RAM, com vendas imediatas – um trimestre, ou ¼ do exercício antes da chegada do GM Silverado, com previsões de vendas no outono sobre equatorial, em três meses. 

Se Max Manley, à frente da RAM e autor de sua ascensão no mercado, conseguir a façanha, terá garantido sua senha para promoção na grande mudança de cargos e postos na FCA daqui a dois anos quando o polêmico Sergio Marchionne, atual CEO, deixará o cargo.

Dodge RAM cresceu em tamanho para crescer no mercado


Jogo Duro
Mostras como esta exibem a ausência de um trabalho acadêmico sobre a evolução ou involução da humanidade no consumir veículos cada vez maiores, mais pesados pela expansão do uso de maior quantidade de materiais, condenáveis ecologicamente pela crescente utilização de materiais com extração e processos nem sempre adequados ao meio ambiente, e portadores em suas vastas caçambas e espaços, da incômoda dúvida: porque são planejados para oferecer capacidade de carga e trabalho muito superiores à necessidade e ao uso?

Quem, dos visitantes sul-americanos ou europeus, esperava encontrar um novo VW Amarok, decepcionou-se. Veículo já superou o ciclo de vida como produto, mas não foi revisto. 

Além das picapes das três maiores participantes no mercado, houve apresentação de utilitários esportivos, como a nova geração do VW Tiguan, agora para sete passageiros – crescendo em tamanho e preço, abrindo caminho a renca de sucessores menores. Marca terá um SUV/SAV em cada segmento.

Utilitários esportivos e crossovers representaram 10% de crescimento na Mercedes, cujo picape Classe X inicia ser vendido a partir da Espanha e, final do próximo ano, na América Latina. 

Tais veículos dominaram o estande Mercedes, ante realidade do crescimento ter permitido superar a rival BMW no segmento de SUVs. 

A demanda pelos modelos GLA e GLC fê-la o maior fabricante de carros Premium pelo segundo ano consecutivo, ao vender 620 mil unidades, ¼ das vendas da marca. A Mercedes prepara novos concorrentes com tal formato. 

Surpresa foi novo jipe G. Bem dotado, preço superior, apesar da Mercedes afirmar ter prejuízo com a operação de pequenos números, mudou-o completamente, iniciando novo ciclo.

Mercedes G, novo ciclo

No caminho de implementar opções em picapes, com o Ranger, Ford também incrementou o Edge, de tíbia presença no mercado brasileiro. 

Tomou inspiração nas versões M BMW e AMG Mercedes, preparando-o para melhor performance, incluindo desenvolvimento da transmissão automática de 8 velocidades e motor V6, 2,7 litros, duplo turbo, 340 cv.

De automóveis apresentados, o VW Jetta chegará no Brasil, produzido no México – há vertente de produção local, dentro da nova visão da empresa tornando o país líder nas exportações para a América Latina. Utiliza a racional plataforma MQB, flexível em dimensões. 

Aqui baseia o Golf, o Polo e o Virtus, de apresentação próxima. Cresceu, tem dimensões assemelhadas do Passat, e missão importante, apagar, fazer esquecer os problemas com as emissões ilegais dos motores diesel no tal Dieselgate. 

Na esteira de sedimentar-se como maior produtor mundial de veículos, VW investirá solidamente no grande mercado norte-americano – US$ 3,3 bi, até 2020 – para vintena de novos produtos.

VW Jetta

Quem
Na prática, quantos dentre os modelos lançados em Detroit virão para o Brasil?
Poucos, por fatores diversos, a começar pela falta de interesse das marcas produtoras – por exemplo GM e Ford importam restritos modelos, e a importação por agências particulares nem sempre entusiasma o interessado. 

Dos produtos com tecnologia híbrida algumas unidades poderão ser trazidas, mas apenas como representantes folclóricos. 

E a legislação regulatória da indústria automobilística brasileira, de vigor recém encerrado, reduziu o mercado para os importados, e por complicações intestinas, a nova ainda não foi baixada, intranquilizando mercado e importadores por desconhecer carga tributária, gravames, penduricalhos, incidentes sobre os veículos.

Híbridos ou elétricos, exceto pelo Toyota Prius com operação bem estruturada de importação, vendas e assistência – e pedidos ao Governo Federal para impostos favoráveis à produção local -, deverão ser coisa de referência institucional, nada sólida ou densa. 

Afinal, para uma operação com frota elétrica, falta-nos o insumo básico, a disponibilidade de energia elétrica. Há, a se lembrar igualmente, automóvel é visto no desorganizado Brasil, sob o aspecto tributário, como bem supérfluo, daí a tributação nos portos e nas ruas reduzindo suas vendas.

Roda-a-Roda


Gente – Mariana Romero, analista, novo rumo. 

OOOO Porsche Brasil procura profissional para exercitar assessoria de imprensa. 

OOOO Dentre empresas alemãs de automóveis VW, Mercedes e Audi fazem bem tal trabalho. 

OOOO Dan Gurney, 87, piloto, passou. 

OOOO Retrato do corredor californiano dos anos´50, alto, bem apessoado, dentadura equina, dirigiu e ganhou em quase todas as categorias, de Fórmula 1 a 24 Horas de Le Mans. 

OOOO Criou o gesto de aspergir champagne do podium. OOOO
________________________________________________________________edita@rnasser.com.br 

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