Nº 970 — 7/12/17
Fernando Calmon
RENOVABIO É
ESTRATÉGICO
Um projeto de lei importante para manter sob controle – ou
mesmo diminuir – as emissões de gases de efeito estufa foi aprovado há uma
semana pela Câmara dos Deputados.
Acredita-se que a tramitação pelo Senado do
chamado RenovaBio será tranquila e, finalmente, o País terá um mecanismo
moderno para limitar a liberação de CO2 na
atmosfera.
Os meios de transporte (terra, mar e ar) respondem por cerca
um quarto das emissões totais deste gás capaz de provocar mudanças climáticas,
segundo a grande maioria dos cientistas.
Há os que discordam, porém está bem
difícil convencer os seus pares do contrário, ou seja, considerar o gás
carbônico de efeito neutro sobre o clima do planeta.
RenovaBio é um programa estratégico bem estruturado e recebeu
aperfeiçoamentos em sua tramitação. Uma das mudanças desconsiderou metas anuais
obrigatórias de adição de etanol à gasolina ou de biodiesel ao diesel, para aliviar
pressões oportunistas. Estas mais atrapalham do que ajudam.
O Brasil assumiu
diretrizes de descarbonização dos transportes previstas na Conferência Mundial do
Clima. Precisava mesmo de legislação sem subsídios ou renúncia fiscal para
biocombustíveis.
A ideia teve inspiração nas leis do estado americano da
Califórnia. Para cumprir as metas cria-se o comércio de créditos de carbono
(CBios).
As grandes emissoras (petrolíferas, em essência) compram créditos dos
produtores de biocombustíveis. Estes são estimulados a buscar máxima
produtividade e assim gerar mais Cbios. Fabricantes de veículos também se
sentiriam estimulados a investir em motores mais eficientes.
Na verdade, essa é uma tendência em curso e só precisava de
um empurrão estratégico. Desde 2014, Unicamp, USP, ITA e Instituto Mauá de Tecnologia
receberam o apoio do Grupo PSA (Peugeot, Citroën, DS e Opel) e da Fapesp (Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para fundar o Centro de Pesquisa
em Engenharia (CPE) Professor Urbano Ernesto Stumpf. O nome homenageia o
cientista falecido em 1998, considerado o pai do motor a etanol no Brasil.
Com o RenovaBio abre-se a possibilidade de autossustentação
de CPEs que, além de oferecer resultados práticos, possam absorver riscos ao
pesquisar algo inédito e avançado, como já acontece nos EUA, Europa e Japão.
Aliás, colaboram com o Centro acima citado cientistas da França, Itália,
Inglaterra e Alemanha.
A própria Fapesp promoveu, quinta-feira passada, em São
Paulo, o seminário Eficiência Energética e Biocombustíveis. Um dos
trabalhos apresentados, da Universidade Federal de Minas Gerais, foi sobre o
desenvolvimento em laboratório de um motor exclusivamente a etanol.
Depois de
14 anos, chegou a um resultado surpreendente ao aproveitar todo o potencial e
características específicas do biocombustível.
Esse motor turbo de 1 litro entrega 185 cv de potência e seu
consumo de etanol é até 10% inferior a um equivalente a gasolina. “O etanol
sempre superou a gasolina em termos de eficiência energética. A novidade aqui é
a paridade de consumo de combustível”, explicou o professor José Baeta.
A viabilidade comercial dependerá de mais estudos e
investimentos, agora viabilizados, em tese, pelo RenovaBio.
RODA VIVA
ESTRATÉGIA da
Ford para importar o Mustang incluía, desde o início, a versão repaginada da
última geração. Em geral, isso ocorre depois de quatro anos, mas neste caso a
previsão era mudar no terceiro ano.
Pré-venda em 11 de dezembro na faixa dos R$
300 mil e versão única GT Premium. Motor V-8, 466 cv e câmbio automático de 10
marchas. Aceita provocações...
PROJETO Berlineta
deve se materializar em 2019. Trata-se de um carro de competição brasileiro em
colaboração com a ítalo-germânica MICLA.
Apenas 850 kg de peso, motor central,
tração traseira e mecânica a definir. Seu estilo é um tributo ao inesquecível
Willys Interlagos, a versão nacional do Alpine A108, cuja releitura moderna
acaba de estrear na Europa.
ATMOSFERA interna
e motor 1.0 turbo são os grandes destaques do novo Polo. Bancos com assentos
generosos, painel bem projetado, espaço para pernas na parte traseira, precisão
de direção e ótimo câmbio automático de seis marchas completam o conjunto.
Rodas de aro 17 da versão Highline tornam o rodar bem mais áspero do que as de aro
15 da Comfortline.
FARÓIS de LED (Diodos
Emissores de Luz) vão substituir de forma mais rápida do que se pensava os de
xenônio. Embora a tecnologia de LED seja cara, o aumento de produção está
diminuindo seu custo.
Além disso, ao contrário de lâmpadas de xenônio,
dispensam sistemas de regulagem automática de altura dos fachos e de limpeza
das lentes por jato de água.
PARA inibir o uso
do celular enquanto se está ao volante, a GM decidiu entrar no ramo de comércio
eletrônico, nos EUA, por meio da central multimídia no painel.
De início, a
oferta de itens é pequena: apenas reservas em restaurante, teatro e pequenas
compras. Faz parte da estratégia de evitar distrações. Já disponível e aos
poucos em toda a linha de modelos naquele mercado.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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