Nº 976 — 18/1/18
Fernando Calmon
VENCEDORES E VENCIDOS
Em meio à recuperação do combalido mercado, que cresceu
pouco mais de 9% em 2017, nosso ranking tradicional dos modelos mais vendidos
sofreu alterações técnicas. Com pesar, caiu o segmento de peruas em razão de pouca
oferta e vendas baixíssimas.
O avanço dos SUVs levou ao quase desaparecimento
dessa opção familiar em todos os grandes mercados mundiais (à exceção da
Alemanha).
De roldão, monovolumes e hatches médios também foram atingidos, porém
ainda resistem. Crossovers verdadeiros serão as próximas vítimas.
Subcompactos assumiram o espaço criado dentro do quadro
geral. O Mobi estreou bem nessas comparações e o Kwid pode ser ameaça ao líder
em 2018.
Não na forma de represamento das vendas iniciais que levaram a
análises apressadas em setembro do ano passado, mas de uma disputa acirrada que
merece ser observada.
Também se deve ressalvar que modelos novos, como Argo, Polo
e o próprio Kwid, tiveram menos meses de vendas em 2017 e só neste semestre
poderão revelar sua força efetiva junto aos compradores.
No ano passado, poucos modelos conseguiram assumir ou
recuperar a liderança: Mercedes-Benz Classe C, BMW Série 5 e o surpreendente
Subaru WRX. Um destaque foi o híbrido Prius aparecer em décimo lugar, no
segundo mais numeroso segmento do País.
Classificação da Coluna soma hatches e sedãs da mesma
família, independentemente do nome do modelo. Sedãs com entre-eixos de
significativa diferença classificam-se à parte (Versa, Logan, Etios e outros).
Base é o Registro Nacional de Veículos Automotores.
Citados apenas os modelos
mais representativos e pela importância do segmento. Compilação de Paulo
Garbossa, da consultoria ADK.
Subcompacto: Mobi, 47%; up!, 30%; Kwid, 20%. Mobi, por
enquanto, fácil.
Compacto: Onix/Prisma, 24%; HB20 hatch/sedã, 13%; Ka
hatch/sedã, 11,3%; Gol/Voyage, 11%; Sandero, 6%; Fox, 3,9%; Etios hatch, 3,8%;
Uno, 3%; Etios sedã, 2,9%; Argo, 2,6%; Logan, 2,4%; Grand Siena, 2,3%; Versa,
2,2%; Cobalt, 2,1%; Palio, 1,9%; Fiesta hatch/sedã, 1,8%; City, 1,5%; March,
1,3%; 208, 1,1%. Líder ainda avança.
Médio-compacto: Corolla, 40%; Cruze hatch/sedã, 16%; Civic,
15,7%; Focus hatch/sedã, 7%; Jetta, 5%; Golf, 2,4%; Sentra, 2,3%; A3, 1,9%;
Prius, 1,5%. Corolla, sem ameaças.
Médio-grande: Mercedes Classe C, 31%; Fusion, 27%; BMW Séries
3/4, 23%. Classe C volta a liderar.
Grande: BMW Série 5/6, 38%; Mercedes Classe E/CLS, 33%; Jaguar
XF, 9%. Novo Série 5 reagiu.
Topo: Mercedes Classe S, 40%; BMW Série 7, 30%; A8, 13%.
Posições consolidadas.
Esportivo: Subaru WRX, 29%; Mercedes SLC, 25%; Audi TT, 23%.
Subaru virou o jogo.
Esporte: 911, 42%; 718 Boxster/Cayman, 34%; F-Type, 6%. Porsche
brilha.
SUV compacto: HR-V, 18%; Creta, 16%; Renegade, 15%. Honda sob
ameaça.
SUV médio-compacto: Compass, 55%; ix35/Tucson, 17%; Audi Q3,
5%. Líder inconteste.
SUV médio-grande: SW4, 53%; Discovery Sport, 12%; XC60, 10%.
Toyota com bastante folga.
SUV grande: Trailblazer, 34%; Mercedes GLC, 9%; Jaguar F-Pace,
8%. Preço ajuda a vencer.
Monovolume pequeno: Fit/WR-V, 54%; Spin, 33%; Aircross, 11%. Diferença
aumentou.
Crossover: ASX, 66%; Range Rover Evoque, 26%; Freemont/Journey,
6%. Liderança tradicional.
Picape pequena: Strada, 44%; Saveiro, 34%; Montana, 12%. Strada
recuou um pouco.
Picape média: Toro, 34%; Hilux, 22%; S10, 20%. Ganhador
acelera.
RODA VIVA
CERTAS iniciativas
na área de trânsito, como as da prefeitura de São Paulo, pouco acrescentam.
Fiscalizar velocidade média em avenidas dentro da cidade, mesmo com fins
educativos (sem multar, apenas advertir por escrito) tem eficácia limitada. No
exterior, a velocidade média é controlada em poucas autoestradas na Itália e Inglaterra,
nos trechos em que há abusos.
ESTUDO nos EUA
indica que as metas de redução de consumo de combustível no país ajudaram a
reduzir mortes em acidentes.
Isso ocorre porque mais modelos utilizam
estruturas e componentes em alumínio para redução de peso e, por consequência,
de consumo. Esse material, em comparação ao aço, pode absorver até duas vezes
mais energia numa colisão.
CHEVROLET Bolt é
um elétrico puro que impressiona ao acelerar, mas também pelo modo como pode
ser dirigido no trânsito: praticamente sem usar o pedal de freio. Basta escolher
regeneração máxima ao retirar o pé do acelerador.
Quadro de instrumentos indica
autonomia otimista (até 380 km) e pessimista (diminui ansiedade ao informar ao
motorista a distância restante na pior situação).
ALÉM de espaçoso
e piso todo plano na frente e atrás, o monovolume produzido pela GM nos EUA tem
ótima posição ao volante e comportamento em curvas superior à média por seu
baixo centro de gravidade.
Câmera traseira, quando acionada, reproduz imagens
em grande angulação na superfície total do espelho interno. Como o Bolt é muito
caro, a empresa pretende formar pequena frota de demonstração e teste no Brasil.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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