Coluna Fernando Calmon
Nº 1.244 — 30/3/23
Carros elétricos: vendas globais
mostram variações em 2022
Apesar do avanço de
modelos de veículos elétricos a bateria (VEB) no mundo, sua participação nas
vendas totais de veículos leves indica que várias situações podem influenciar o
ritmo de aceitação nos próximos anos e décadas. Tudo depende do país, das
condições econômicas, de renda per capita, do tamanho da frota circulante, da
estrutura da rede de recarga, da mineração de metais das baterias e em que
velocidade os VEB vão cair de preço, entre outras condicionantes.
Estatísticas mundiais
de vendas de VEB em países selecionados, no ano passado, apresentam algumas
curiosidades sobre participação no mercado total de veículos leves.
· China: 23%
· Europa (com Reino Unido): 12%. Note posições
discrepantes de Itália, Espanha e Polônia.
· Reino Unido: 17%
· Alemanha: 16%
· França: 14%
· Suécia: 30%
· Itália: 3,5%
· Espanha: 3,5%
· Polônia: 1,5%
Um dos indicadores
que mais influenciam as estatísticas é renda per capita anual. Três países na
faixa de US$ 8.000 (R$ 42.000) a US$ 10.000 (R$ 52.000) tiveram participações semelhantes:
Brasil, 0,4%; México, 0,3%; Turquia, 0,8%. Exceção é Argentina com apenas 0,1%.
Outra semelhança: a França e o estado americano da Califórnia. O Produto
Interno Bruto (PIB) dos dois está no mesmo nível e a participação de elétricos
nas vendas totais é quase igual (14% e 13%, respectivamente).
Entretanto há pontos
fora da curva mesmo nos países superdesenvolvidos. No Japão, terceira maior
economia do mundo, apenas 1% dos carros emplacados eram elétricos em 2022. Há escassez
de garagens residenciais lá para os veículos recarregarem as baterias.
Nos EUA surgem os
maiores contrastes. Na Califórnia 300.000 elétricos foram vendidos em 2022.
Outros sete Estados emplacaram o total de 400.000 unidades. Os demais 42 Estados
juntos somaram apenas 50.000, média de apenas 1.200 unidades no ano passado
(menos de 1%). Como comparação, no Brasil, emplacaram-se 8.440 elétricos em
2022, média de 312 unidades por Estado (incluindo o Distrito Federal).
Nos próximos anos
estes números vão se alterar, mas em que ritmo não há certeza. Apenas a União
Europeia (UE) apresenta exigências com data marcada. Depois de discussões quase
infindáveis de 27 países da UE (outros 23 formam a Europa) acertaram que a
partir de 2035 não serão emplacados carros novos com motores a combustão (MCI).
Porém, no acordo desta semana abriu-se uma brecha para veículos que utilizem gasolina
sintética produzida com emissão zero de CO2. Há, contudo, quem
afirme que mais mudanças ainda acontecerão antes do prazo fatal.
BMW X1 produzido aqui:
primeiras impressões
Evolução ao estilo
BMW. Terceira geração do SUV de tração dianteira, que começa agora a ser
produzido em Araquari (SC), o X1 foi modernizado sem romper com os cânones da
marca. A grade dianteira cresceu, faróis adaptativos em LED formam um único
bloco, para-choque e as entradas de ar receberam desenho mais elaborado. Rodas
são de 20 pol. na versão avaliada sDrive20i M Sport. Na traseira, evolução mais
marcante com novos para-choque e conjunto óptico. Saídas de escapamento não
estão visíveis (para imitar os elétricos, diriam os sarcásticos).
A arquitetura é uma
evolução da anterior. Todas as dimensões externas cresceram, destacando-se os
50 mm extras na altura (1.640 mm), além de discretos 20 mm a mais no
entre-eixos (2.690 mm) e na largura (1.840 mm). O coeficiente de forma
aerodinâmica (Cx) melhorou discretamente (de 0,3 para 0,26). Internamente quem
senta atrás sente a diferença frente à geração anterior.
Ao volante, o
motorista aprecia a vistosa tela curva única de alta definição e 20,9 pol. (10,2
pol. no quadro de instrumentos e 10,7 pol. para multimídia). Parece desafiante
de manusear, mas atende por comandos de voz, toque ou botão central giratório.
Pequenas teclas no console selecionam as posições do câmbio automatizado de
sete marchas de duas embreagens. Conexão sem fio para Android Auto e Apple
CarPlay, além de carregamento por indução de forma inteligente: telefone celular
fica em nicho do console, na posição vertical, com uma pequena barra
transversal para mantê-lo firme e sem esquentar em demasia.
Em um primeiro
contato com o X1 de topo (2-L só gasolina, 204 cv, 30 kgf.m) as curvas desafiantes
para quem anda rápido da Estrada dos Romeiros, em Santana do Parnaíba (SP)
comprovaram o acerto perfeito do conjunto. Nenhum susto, carro sempre na mão e
equilibrado nas reações, direção precisa, respostas firmes ao acelerador e
confiança nos freios.
Preço das três
versões: R$ 296.950, R$ 328.950 e R$ 349.950.
ALTA RODA
SETENTA ANOS ATRÁS a Volkswagen do Brasil iniciou a produção do VW Fusca. Foi a
primeira filial fora da Alemanha, na rua do Manifesto, bairro paulistano do
Ipiranga, onde instalou uma linha de montagem de veículos importados
completamente desmontados. Em novembro de 1959, às margens da Via Anchieta, em
São Bernardo do Campo (SP), inaugurou oficialmente a primeira fábrica completa fora
da Alemanha, embora já produzisse a Kombi no mesmo local desde setembro de 1957
e o Fusca, em janeiro do ano da fundação formal.
Hoje a VW dispõe de três fábricas de veículos e uma de motores, que
juntas já produziram 25 milhões de unidades. A marca tem um plano de
investimento no Brasil até 2026, inclusive de produzir um inteiramente novo
modelo híbrido flex, ainda sem data de lançamento, o que deve acontecer numa
segunda etapa. No próximo semestre será importado o primeiro elétrico, o ID.4,
um SUV de porte médio com 4,584 mm de comprimento, interior espaçoso (2,765 mm
de entre-eixos) e motor traseiro de 204 cv. Alcance de até 520 km.
TECNOLOGIA DE RASTREAMENTO em caso de furto ou roubo de veículos vem
dificultando esse tipo de crime no Brasil. Ainda assim, os criminosos também se
“especializam” e as empresas do setor continuam a investir e se diversificarem.
A Ituran, além de desenvolver dispositivo antifurto específico para motos, terá
este ano um rastreador exclusivo para veículos com partida por botão que têm
sido alvo de furto por clonagem de radiofrequência da chave.
A empresa se
associou, em 2021, à startup MobiLab
para criar a IturanMob e incluirá soluções para carros 100% elétricos. Este ano
pretende expandir a atuação no segmento de locação por assinatura de carros,
motos e caminhões.
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