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sábado, 19 de agosto de 2017

Mercado interno automotivo continua uma incógnita neste segundo semestre. A gangorra se mantem com vendas melhores num mês e piores em outro, mas a Anfavea acredita num aumento de 4% até 31/12, em relação a 2016. Calmon comemora hoje meio século de jornalismo automobilístico. Receba os parabéns do Blog.



Alta Roda          

Nº 954 — 19/8/17

Fernando Calmon


DEPOIS DO INVERNO



Continua difícil prever o que acontecerá nesse segundo semestre em termos de recuperação do mercado interno de veículos (automóveis e comerciais leves representam 95% do total). 

Depois da boa reação de junho, julho voltou a mostrar desaceleração no ritmo de vendas diárias. Ainda assim, é provável que no balanço final do ano o crescimento supere os 4% sobre os 12 meses de 2016, previstos pela Anfavea. 

São números descolados do aumento do PIB (soma de tudo que se produz no País) estimados em apenas 0,5% em relação ao ano passado.

Há algumas razões para isso. A primeira é o recuo de preços puxado pela baixa inflação, que deverá atingir apenas 3,5%, abaixo da meta de 4,5%. 

No caso da indústria automobilística isso ocorre de modo sutil. Além de realinhamentos de preços nominais, equipamentos agregam-se aos produtos sem mudanças nos preços sugeridos ou com acréscimos inferiores ao custo. Em termos reais, o comprador ganha, mas não é captado pelos institutos de pesquisa.

Recuo da inadimplência, em parte consequência da liberação de contas inativas do FGTS recém-concluída, refletirá em liberação de créditos para financiar automóveis neste segundo semestre. 

A taxa básica de juros (Selic) deverá recuar, no final do ano, para o nível mais baixo de sua história sem artificialismo. Ajudará a baixar juros do crédito ao consumidor.

Até o aumento de vendas diretas (frotistas, locadoras e outros) tem aspecto positivo. Mais pessoas procuram automóveis para trabalhar por meio de aplicativos de mobilidade urbana. 

Pode ocorrer um efeito negativo nas grandes cidades pela diminuição de interessados em manter carro próprio, porém nas de menor porte esse fenômeno deve demorar a surgir.

Um exemplo de que o setor automobilístico começa a se reerguer foi o 27º Congresso da Fenabrave (federação das concessionárias) realizado semana passada, em São Paulo. Além do presidente da República, nomes presidenciáveis para 2018 compareceram. 

Aos discursos de otimismo moderado com a recuperação econômica, apesar de incertezas da crise política, somaram-se anúncios de suportes à comercialização.

Um exemplo é a chegada ao Brasil da Kelley Blue Book, plataforma importante em cotações e informações on line sobre automóveis dos EUA, aqui em parceria com o site de compra e vendas iCarros. 

Por sua vez, o Itaú Unibanco anunciou ter desenvolvido uma ferramenta que “exige apenas três cliques para finalizar a simulação de compra e liberar o voucher de crédito”. 

Todo o processo pode demorar apenas 15 minutos. Segundo Rodnei Bernardino, diretor do banco, os preenchimentos de fichas cadastrais exigiam respostas a até 70 perguntas. Haja vontade de comprar um automóvel...

Já o Santander, dono do portal Webmotors, decidiu simplificar a compra e venda entre proprietários de veículos usados. 

Ampliação desse mercado facilitará a recuperação das vendas de carros novos aos primeiros sinais de volta da confiança e, por consequência, dos empregos. 

A longa série de lançamentos de modelos mais modernos e econômicos pode ser a centelha decisiva para o motor voltar a pegar depois do inverno.

RODA VIVA

Este colunista completará 50 anos de jornalismo sobre automóveis em 19 de agosto. Tudo começou em 1967 no programa “Grand Prix”, da TV Tupi, Rio de Janeiro, às 12h30. 

No banco ao lado, o parceiro Álvaro Costa Filho. Meio século de aprendizado contínuo que permanecerá enquanto leitores, ouvintes e atores desse setor assim desejarem. Obrigado a todos.

Ativa por 60 anos em São Bernardo do Campo (SP), unidade industrial de onde saía a Kombi abrigará produção do novo Polo. Foi totalmente modernizada com 373 robôs. 

Em cerimônia na fábrica, alguns Polos (só em outubro nas lojas) tinham capas na frente e na traseira. Volkswagen quer esconder pequenas mudanças estilísticas em relação ao modelo alemão.

Captur com câmbio automático CVT supre uma lacuna com motor de 1,6 litro. Respostas ao acelerador estão mais rápidas graças à redução adicional na polia de saída e possibilidade de seleção manual de seis marchas virtuais. 

Ao pisar fundo no acelerador as rotações do motor se elevam bastante e velocidade aumenta de forma lenta. Mas vai bem em acelerações progressivas.

Comboio de caminhões em estrada tende a se transformar na primeira aplicação em grande escala de condução semiautônoma. Previsão de Reynaldo Contrera, da Wabco América do Sul, fabricante de sistemas de controle veicular. 

Ganhos econômicos e, em especial, de segurança rodoviária vão estimular sua adoção relativamente rápida, inclusive no Brasil.

Ressalva: Cinco anos de garantia e três primeiras revisões gratuitas no Kwid valeram como pacote promocional de pré-venda por cerca de 50 dias (até 2 de agosto). 

Agora garantia é de três anos e apenas primeira revisão, grátis. Quem financiar pelo Banco Renault ganha os três primeiros serviços de manutenção gratuitos. A fábrica não marcou o fim dessa segunda promoção.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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