Alta Roda
Nº 990 — 30/4/18
Falta pouco, depois de muitas incertezas, para início do
programa Rota 2030. Trata-se de um conjunto de regulamentações técnicas –
segurança, economia de combustível e emissões – em três períodos de cinco anos,
que indicará caminhos para produzir e/ou importar veículos no mercado
brasileiro.
É possível, depois de quatro adiamentos, que seja anunciado
no próximo mês de maio. Na realidade, depois de mais 100 reuniões entre governo
federal e representantes do setor em 2017, há consenso em todos os temas
técnicos.
A discussão continua sobre custo dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). O Governo Federal alega que a situação fiscal do País dificulta qualquer incentivo no momento, embora a indústria alegue que desembolsos futuros sobre P&D podem ser redirecionados do Brasil para outros países.
A discussão continua sobre custo dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). O Governo Federal alega que a situação fiscal do País dificulta qualquer incentivo no momento, embora a indústria alegue que desembolsos futuros sobre P&D podem ser redirecionados do Brasil para outros países.
Durante o IX Fórum da Indústria Automobilística, na semana
passada em São Paulo, organizado pela Automotive Business, as peculiaridades do
Rota 2030, sucessor do Inovar-Auto (2013-2017), tomaram boa parte das
apresentações e debates.
O novo programa exigirá investimentos de US$ 5 bilhões especificamente em P&D. “A contrapartida é que 30% ou US$ 1,5 bilhão possa ser compensado, à posteriori, com crédito de impostos diretos como IPI ou de importação”, lembrou Antônio Megale, presidente da Anfavea.
O governo quer compensação no Imposto de Renda, mas as empresas alegam que precisam ter lucro e isso não acontecerá tão cedo depois de uma crise de vendas atroz nos últimos quatro anos.
O novo programa exigirá investimentos de US$ 5 bilhões especificamente em P&D. “A contrapartida é que 30% ou US$ 1,5 bilhão possa ser compensado, à posteriori, com crédito de impostos diretos como IPI ou de importação”, lembrou Antônio Megale, presidente da Anfavea.
O governo quer compensação no Imposto de Renda, mas as empresas alegam que precisam ter lucro e isso não acontecerá tão cedo depois de uma crise de vendas atroz nos últimos quatro anos.
Mais provável é uma conta de chegar para destravar o impasse,
possivelmente um nível de incentivo menor que o proposto.
Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, afirmou que “Rota
2030 não é panaceia, mas alinhamento com os avanços atuais no exterior e
possibilidade de planejar em longo prazo”. Já o consultor Octavio de Barros, da
Quantum4, parafraseou o dramaturgo Nélson Rodrigues, mas adaptou à situação
econômica: “Toda ineficiência será castigada”. Para ele não há mais tempo a
perder.
Nessa segunda-feira, o tema continuou quente no Seminário
Autodata Mercosul Automotivo. Pablo di Si, presidente da VW América do Sul e
Caribe, enfatizou a necessidade de não ficar para trás.
“Precisamos decidir se vamos apenas dobrar chapas metálicas ou avançar em direção à modernidade”, disparou. Ele acredita que Brasil e Argentina devem perseguir grau de integração ainda maior e continuar uma adaptação do nível de comércio até alcançar a livre troca de produtos.
“Precisamos decidir se vamos apenas dobrar chapas metálicas ou avançar em direção à modernidade”, disparou. Ele acredita que Brasil e Argentina devem perseguir grau de integração ainda maior e continuar uma adaptação do nível de comércio até alcançar a livre troca de produtos.
Um dos facilitadores é ter um “carro único” nos dois lados
da fronteira. Possa ser produzido e vendido sem adaptações em um mercado ou
outro.
A GM Mercosul, segundo declarou seu presidente Carlos Zarlenga, está bem próxima disso. Ele não adiantou qual seria o primeiro modelo, mas a coluna apurou que se trata do Spin em sua evolução de meia vida, em meados deste ano.
A GM Mercosul, segundo declarou seu presidente Carlos Zarlenga, está bem próxima disso. Ele não adiantou qual seria o primeiro modelo, mas a coluna apurou que se trata do Spin em sua evolução de meia vida, em meados deste ano.
“Temos um plano muito robusto de evolução de todo nosso
portfólio nos dois países até 2021/22. Vamos anunciá-lo em breve”, afirmou. Por
enquanto, não revela quantos produtos serão, estratégia diferente da VW que
pretende fazer 20 lançamentos até 2020: 13 produzidos aqui, dois na Argentina e
cinco importados.
RODA VIVA
NOVO presidente
da FCA para América Latina (menos México), Antonio Filosa, confirmou que a
empresa deseja aumentar a presença de seu portfolio de marcas na região. Estuda
a viabilidade de produzir no Brasil, sem especificar Betim ou Goiana, a picape
americana RAM (antes conhecida como Dodge RAM). Decisão não ocorrerá em curto
prazo, segundo fonte da coluna.
ESTUDO dos mais
confiáveis, executado pelo Sindipeças, sobre a frota brasileira de veículos (automóveis,
comerciais leves e pesados) apontou crescimento de apenas 1,2% em 2017 sobre
2016. São 43,4 milhões de unidades que se somam a 13,2 milhões de motos, totalizando
57 milhões. Essa é frota efetiva e não 80 milhões, do Denatran, que não
controla sucateamento.
HONDA City 2018
recebeu pequenas alterações de estilo e acabamento, mas na essência não mudou
muito. Atmosfera a bordo ficou melhor. Mecanicamente tudo igual, inclusive
câmbio automático que, como em todo CVT, fica só um pouco menos “estranho” na
posição S. Faróis de LED estão na versão superior, mas pelo preço deveria
oferecer controle de estabilidade (ESC).
CAIXA de registro
de dados está incluída nos Tesla elétricos semiautônomos, mas são acessíveis
apenas com colaboração do fabricante do carro. Autoridades de segurança de
trânsito dos EUA não gostaram dessa “blindagem”, no curso de inquérito sobre
acidente fatal com um Tesla X, na Califórnia. Ao contrário dos aviões, onde
essas caixas permitem livre acesso aos investigadores.
RESSALVA: Sistema
híbrido do Lexus LS500h com motor convencional a combustão e mais dois
elétricos utiliza tração puramente traseira. O par de motores elétricos ajuda
no aumento de desempenho e redução de consumo de combustível, mas não se trata
de tração 4x4 como em concorrentes Audi A8 e Mercedes-Benz Classe S.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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