DE CARRO POR AÍ - Roberto Nasser
Coluna nº 3.918 - 28 de setembro de 2018
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Aliança
Ford + VW começa a
tomar forma - e pode se ampliar
Aos 19 de junho, nota conjunta e
cronometrada para ajustar diferentes fusos horários, Ford, Dearborn e Volkswagen, Wolfsburg, Alemanha, dizia da disposição das companhias em explorar
uma aliança estratégica desenhada para fortalecer a competitividade.
Explicitava
não se tratar de fusão, aquisição, troca de ações, para tranquilizar o mercado,
abortar especulações sobre junção das empresas. No Brasil e na Argentina a
ênfase foi mostrar não seria reedição da Autolatina, união das duas marcas nos
anos ’80 para tentar sobreviver na Década Perdida.
No Brasil e na Argentina
trouxe confusões internas, perda de mercado para a Ford, miscela de produtos,
funcionários desorientados. Na Argentina gerou uma fábrica para a Volkswagen,
seccionando a da Ford, dividindo-a com simplória cerca.
Negócio anda e tem nome: Projeto Cyclone, e na América do
Sul se materializa, apesar de informações discrepantes. Pablo Di Si, CEO da VW,
disse à Coluna de reuniões sucessivas entre as marcas para
identificar produtos de ambas as partes para provocar sinergia.
Na
prática, duas marcas, mesmo produto com sutis diferenças estéticas e
identificativas, resultado fácil de ser obtido com a mudanças de peças
plásticas, como para-choques, grades, faróis. Consultada, área de comunicação
corporativa da Ford disse desconhecer qualquer desdobramento a partir do
comunicado anterior, de junho.
Nesta conversa de solitário interlocutor, ele é Heiner Lanze, alemão,
transferido da matriz alemã, para conduzir a parte VW nas tratativas.
Herr Lanze
deve estar sendo visto pela Ford na Argentina como um pândego, ao tentar
cumprir sua missão, percorrendo a cerca separando as duas marcas em Pacheco, à
procura de com quem dialogar...
Negócio de amplo espectro, motivado pela Ford e seus receios presentes e
futuros quanto às operações com veículos na América Latina.
Em processo mundial
de enxugamento, materializado por cortes de pessoal, investimentos, suprimirá
todos os automóveis da produção norte-americana, substituindo-os por picapes ou
utilitários esportivos.
Na AL, onde escritura valente prejuízo – circa US$
1M/dia -, decisão na matriz, contada aos leitores da Coluna, será
substanciada na Argentina, pela não atualização do picape Ranger e do automóvel
Focus.
Manterão linhas defasadas até serem repelidos pelo mercado. No
Brasil os produtos automóveis serão substituídos por único modelo, pequeno
utilitário esportivo, cujas partes já começam integrar os novos Ford Ka.
Caminhões não terão longa vida e, ao final, a grande área fabril em São
Bernardo do Campo, SP, será vendida. Toda a produção do mono Ford ocorrerá
em Camaçari, BA.
Na prática, a continuidade da Ford, sem investimentos
para novos produtos, instiga-a no sentido de tê-los sem aplicar para fazer, e a
saída é comprar de terceiros.
Pablo
Di Si, VWAL, disse à agência Reuters que negócios concretos apenas em
2019. Será o primeiro passo, e há quem aposte na produção do picape Amarok
das duas caras e duas marcas – como ocorrerá no mesmo país com picapes Nissan,
Renault e Mercedes. Início com produtos existentes, e futuramente
desenvolvimento conjunto Ford+VW. A iniciativa da Ford visa âmbito
mundial.
Empresa iniciou tratativas com o grande grupo indiano Mahindra, no mesmo
sentido – e para aprender a fazer veículos com custos reduzidos.
Stinger. Poucos, mas para ser referência.
Kia retoma mercado com Stinger e Stonic
Kia iniciou a operação resgate – de vendas e
participação no mercado nacional. No rescaldo dos prejuízos causados pelo nunca
explicado programa Inovar Auto, suas vendas desabaram de quase 100 mil unidades
para aproximados 5.000/ano. Neste, pretende venda de 8.000 veículos, mantendo o
crescimento nos próximos.
Forma de bem assinalar a marca será com o sedã Stinger,
de dinâmica esportiva: grande, 4,83m, 2,91 de entre eixos, bom espaço aos
usuários. Motor V6 3,3 litros, bi turbo, 370 cv, acelera de 0 a 100 km em 5,8s.
Um exemplo. Há 25 anos a Hyundai copiava carros japoneses fora de produção. Com
um projeto de aposta no futuro de uma geração bem formada, colhe os resultados.
Nós, com a cabeça de colônia, continuamos replicando produtos exógenos – do
exterior -, e com projetos de baixa nacionalização.
Trará ao Brasil contidas 20 unidades, promocional,
ante seu preço, projetado em R$ 400 mil – a Kia deu um tempo nas importações
até arrefecer o corcoveio do valor do dólar. Será a série Launch
Edition by Emerson Fittipaldi. O campeão estará na festa.
É um Flagship, bandeira da marca, para
mostrar tecnologia, um de seus pontos fortes. Entretanto, o modelo no qual
deposita suas fichas para crescer, é o Stonic – nome deve ser mudado para outro
com melhor latinidade. Nos mercados com preponderância do idioma inglês, Stonic
tangencia dicionários como aglutinação de Speedy, veloz e Tonic, tônico.
É feito no México, importado sem as inexplicáveis
cotas – na verdade, explicáveis vistos agentes e interesses envolvidos – e sem
pagar imposto alfandegário dentro do acordo comercial entre os dois países.
Lá
é produzido sobre a plataforma do pequeno sedã Rio, é tratado como hatch. No
Brasil, mercado de pouco esclarecimento, será mais um utilitário esportivo, não
apenas por tal morfologia ser de agrado e preferência do mercado, mas
facilitado pela classificação permitida pelo Inmetro.
A entidade os define por
ângulos de entrada e saída de obstáculos, dados físicos alcançáveis com a
simplória elevação da carroceria, conferindo-lhe ar de valentia, tão a gosto do
mercado.
Tem 4,14m de comprimento – concorrentes frontais,
Chevrolet Equinox, 4,16m; Citroën Cactus, 4,17m; e medida do futuro VW T-Cross.
Ford EcoSport 4,26m, e Hyundai Creta 4,25m, são maiores.
Motorização 1.0
Turbo e 1.6 aspirado, transmissão mecânica 6 velocidades. Estará no Salão do
Automóvel, boa ocasião para escolha popular do nome, e vendas em 2019.
Stonic. Versão local mais alta para virar SUV
De
novo –
Depois de perder seu negócio no original Uruguai para a chinesa Lifan,
empresário Eduardo Effa resolveu aviar a fórmula em Manaus, AM, para aproveitar
as vantagens incentivadas e regra de produção local.
Mais – Quer, próximo ano,
incluir dois monovolumes na linha dos picapes lá montados: van para
passageiros e, sem vidros laterais, para cargas.
Fórmula – Negócio simples:
peças compradas na China e agregadas na Zona Franca de Manaus.
Mit Eclipse Cross. Lançamento pós Salão.
Vem
aí –
Nesta semana a HPE, fabricante dos Mitsubishis no Brasil, apresentará o modelo
Eclipse Cross. Nada a ver com o esportivo na década de ’90 preferido por
intelectuais futebolistas, mas um SUV construído sobre o Crossover AMX.
Como
é – Medidas
assemelhadas ao ASX, motor turbo e injeção direta 1,5 litro, tração nas 2 e 4
rodas. Preço projetado em R$ 130 mil para versão mais simples.
Caminho – Empresa adotou
temerário caminho de comunicação para o lançamento – às 9h apresentá-lo-á nas
redes sociais. Às 19, à imprensa.
Antecipação – T-Cross, próximo
SAV da Volkswagen, motor 1.4 TSI, câmbio automático de seis velocidades,
programado para apresentação no Salão do Automóvel, com vendas em janeiro, terá
mostra anterior.
Conjunto – VW Brasil
confirmou, será dia 03. Carros com disfarces. Apresentação conjunta para
Brasil, Alemanha e China, onde será produzido.
Mãos
dadas –
Concorrentes em automóveis, BMW Group e Daimler AG – dona da Mercedes -,
fizeram joint venture em mobilidade global. Longe da base das
companhias, escolheram Berlin por simpatia ao governo alemão, incentivando o
renascimento da cidade. Querem desenvolver e vender soluções ao mundo.
Negócio
– A
mudança de óptica negocial, fazendo a Toyota do Brasil líder continental, e da
unidade argentina base para produzir picapes Hilux e o SUV SW4, ambas com a
missão de abastecer o Continente, ampliou-se.
África – Toyota argentina
iniciará exportar partes para linha de montagem na África do Sul, e por seu
intermédio vender os picapes argentinos à Europa. Hoje, tal fornecimento é feito
pelo país africano, com capacidade industrial saturada. Os Toyota argentinos
farão triangulação.
Correção
– Ford Ka
aplicou reforços estruturais para a Coluna B e obteve três das cinco estrelas
possíveis para proteção de passageiros adultos em teste do LatiNCAP. Na
avaliação anterior havia recebido 0 ponto.
Alavanca - Nota é verdadeira
enzima de segurança, e fabricantes como a Ford e a GM, expostas insegurança dos
produtos, tratam de repará-los por questões institucionais e de
responsabilidade civil – o medo das sentenças condenatórias em ações de
indenização.
Antigos
– Autoclásica, maior evento de
antigomobilismo do Continente, junta atrações. Nesta edição, outubro, Citroën
festeja os 50 anos do Mehari, e levará raridades à mostra. Uma delas, um picape
feito sobre o 2 CV em 1964 e 1965. Iniciativa mundial, o mercado não se mostrou
sensível e produção cerrou na 300a unidade. Restou uma – a ser exposta.
Citroën 2CV picape, na Autoclásica.
Gente
– Robson
Cotta, engenheiro, 36 anos de Fiat.
OOOO Gerente de Desenvolvimento, criou
escola e método para acerto de direção, suspensão e freios.
OOOO Os
da FCA são primorosos e ampliam mercado.
OOOO Trabalho realizado
nos Fiat Freemont foi adotado nos EUA pelo Dodge Journey.
OOOO Rogério
Franco, porta-voz da Citroën, deixá-la-á a partir de novembro.
OOOO
Excelente nome, correto, experiente.
OOOO Mercado é carente destas
qualidades. OOOO