Nº 1.012 — 28/9/18
JETTA GANHA EMPUXO
Mercado de sedãs médio-compactos sofre forte concorrência
dos SUVs, perde fôlego, mas ainda atrai um público fiel e menos afetado por
modismos. Pelo menos 17 marcas já ofereceram esses modelos; restaram 14, mas só
oito têm algum peso nas vendas. Corolla é o dono do segmento, seguido por
Civic, Cruze, Focus e Jetta.
O sedã da Volkswagen chega agora à sétima geração e é todo
novo. Registrou antes um ciclo de vida da sexta geração (a primeira descolada
do Golf) demasiadamente estendido: oito anos.
Seu perfil se amolda à tendência atual
de estilo com balanço dianteiro mais curto e o traseiro mais longo. A solução
para a coluna traseira é elegante. O ganho na distância entre eixos de 3,7 cm
garante espaço adicional para pernas no banco de trás. Carroceria 2,1 cm mais
larga ampliou folga para os ombros. Porta-malas manteve bons 510 litros.
O interior inclui atmosfera aconchegante e iluminação
ambiente em 10 cores elegíveis. Tela multimídia de 8 pol. forma conjunto de
visual contínuo com o quadro de instrumentos virtual na versão de topo.
Jetta
não dispõe de certos itens existentes em modelos recentes da marca (Polo e
Virtus) como saída de ar-condicionado para o banco traseiro e borboletas no
volante para troca de marchas do câmbio automático (presentes até no Gol e
Voyage). Mas o freio de estacionamento é eletromecânico.
Em compensação oferece conjunto de itens de segurança dos
mais respeitáveis: frenagem automática pós-colisão, controle de cruzeiro adaptativo,
freio automático para evitar colisões em baixa velocidade (até ao dar ré), alerta
de distância do veículo à frente, seis airbags, luzes de rodagem diurna e
faróis de LED, entre outros.
Há duas entradas USB (sem iluminação) e opção de carregador
de celular por indução. Manual do proprietário é integrado ao aplicativo de
celular que responde até 11.000 perguntas sobre características do carro. Central
multimídia aceita espelhamento do Android Auto e Apple Car Play. Teto solar
panorâmico (R$ 4.990) é opcional.
Rodando com o Jetta o destaque é o silêncio a bordo.
Rivaliza até com Passat e outros modelos de segmento superior.
Único motor disponível,
1,4-L, turboflex de 150 cv e 25,5 kgfm, assegura agilidade tanto em cidade como
nas ultrapassagens de estrada, embora nada arrebatador. Freios e direção
eletroassistida seguem o bom padrão da marca.
São apenas duas versões, dentro da estratégia da marca de
simplificar o portfólio: Comfortline (R$ 109.990) e R-Line (119.990).
Na
realidade o preço real é até um pouco mais em conta considerando as três
primeiras revisões gratuitas (preço estimado em torno de R$ 1.400). VW não
confirma, mas certamente haverá mais adiante uma versão de entrada e um motor
mais potente.
O posicionamento de preço é bem competitivo, em especial frente
ao Corolla, ao se considerar a diferença de equipamentos de série em favor do
sedã importado do México.
Jetta chega às lojas em outubro. Por suas qualidades
intrínsecas e se tratar de um modelo inteiramente novo, aspira chegar ao pódio
mesmo que em posição inferior aos dois japoneses. Estes, somados, dominam hoje dois
terços do segmento.
ALTA RODA
RENAULT nem se
esforçou em negar o lançamento no Brasil do seu primeiro SUV com traços de
cupê, onda iniciada pelo BMW X6, em 2014, e seus seguidores. Arkana estará à
venda, primeiro na Rússia, já em 2019. Terá versão evoluída e maior da
arquitetura Duster/Captur. A Coluna adianta início de produção nacional: previsto
para setembro de 2020 com motor turbo.
OUTRA informação antecipada
pela coluna foi confirmada por mais uma fonte. Fabricação em São José dos
Pinhais (PR) do VW T-Cross começará em abril de 2019, embora haja esforços para
iniciar em março. Chega ao mercado no final de maio. Primeiro SUV da marca
produzido no Brasil estará no Salão do Automóvel em novembro a fim de criar
expectativas aos interessados.
TOYOTA YARIS, nas versões hatch e sedã,
sobressai pelo silêncio de rodagem e suspensões muito bem calibradas. Sistema
de direção é preciso, mas tem retorno à posição central algo lento. Desenho do painel
e assoalho traseiro plano destacam-se. Algumas falhas de acabamento interno,
revestimento do porta-malas e tanque de apenas 45 litros são pontos fracos.
PORSCHE confirmou
retirada de produção de motores a diesel no Macan e Panamera (no novo Cayenne já
estavam descartados). Décima fabricante a desistir desse tipo de motor,
substituindo-o por híbridos plugáveis a gasolina. Marcas europeias cometeram
esse erro estratégico por tempo demais, sem avaliar bem os altos custos das
“muletas” exigidas pelo diesel.
SALÃO do Automóvel
de São Paulo exibirá o sensacional McLaren Senna, supercarro de R$ 8 milhões. Apenas
três unidades serão vendidas no Brasil de uma série limitada de 500. Pesa
apenas 1.198 kg para 800 cv. Entre outras curiosidades do salão, o Oxygene, da
Goodyear: usa fotossíntese para captar CO2 e devolver oxigênio por
meio de musgos vivos nas laterais do pneu.
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fernando@calmon.jor.br
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