? = Automundo
Uma Automundo?
Anúncio de Volkswagen e Ford prometendo estudar sinergias
e negócios, em especial quanto a veículos comerciais, instam lembrar da
Autolatina, empresa reunindo as duas marcas no Brasil e Argentina, tentativa de
salvação, entre 1987 e 1995.
Modelo atual será diferente. Chamam tal avença –
acordo, combinação - de Aliança e não será joint-venture, a união
de duas empresas criando uma terceira. Também não haverá troca de ações - uma
ficaria com percentual da outra -, nem fusão ou incorporação. Prometem sinergia
e, como primeiro plano, caminho conjunto para veículos comerciais.
Comunicado frio, seco, com mínimas informações,
sugere ter sido solução dez-p’ras-cinco, em cima da hora, talvez
para evitar ser furada pela imprensa, causando queda de valor
da ações ou desgastes com acionistas.
Na prática aparenta ser promessa de troca
de ideias sobre pontos de vista; potencialidades; ociosidade em instalações
industriais, para fabricar veículos de uma em fábrica de outra; sinergia para
desenvolvimentos comuns de produtos, partes; união para os futuros passos da
autonomia, industrialização em direção ao modelo 4.0 de intensa mudança
industrial em métodos e equipamentos.
Será período de muita conversa e muitíssima
especulação, boatos, terrorismo interno e externo sobre passos da nova aliança.
(Ontem recebi uma chamada: para saber quem lideraria a área de comunicação
no Brasil – VW ou Ford. Tema pequeno, longínquo, porém bom exemplo do varejo de
muitas dúvidas.
De real
Coluna antecipou em fevereiro, Ford está em quarto
minguante, período de corta-custos. Em maio, situação se acendrou – refinou,
purificou -, e a matriz norte-americana deu o norte: retirou sedãs de produção,
faz dispensas mundiais, corta investimentos, avisou sair de países sem retorno
em lucros, minguar operações, e direcionar-se a operações com suvs e comerciais
– caminhões são produzidos apenas no Brasil e na Turquia.
Quer salvar-se. E
ainda encontra inconvenientes: não tem bons resultados na Europa e na China,
hoje maior mercado mundial. Mas detém título invejável: é o maior vendedor
mundial de picapes, como o F 150.
Em contraposição VW é a maior do mundo na área,
lidera na Europa e China, porém sem boa performance nos EUA, apesar de lá ter
fábrica.
São dificuldades e facilidades se engrenando.
O que
Possivelmente, como referência fática, um picape VW
seja o veículo de acerto inicial entre as duas marcas, considerando a
facilidade industrial – é veículo bruto, com chassis. Dizem os expertos, até
macaco ensinado monta... Em tal caminho VW exibiu, no recente março, no Salão
de New York, seu conceito sobre picape. Maior relativamente ao Amarok, do porte
consumido nos EUA, fornecido por Ford, GM, RAM, Honda, Toyota, é o Atlas
Tanoak.
Em paralelo, muitas dúvidas internas e externas,
sobre departamentos a serem somados, pessoas dispensadas, revendedores tensos.
Não se compare com a Autolatina: era regional e joint venture. E
deu certo apenas como solução de sobrevivência. Questão foi participação de
mercado, VW detinha 40%, Ford apenas 20%. VW saiu com percentual assemelhado, e
Ford desabou a insuperáveis 9% - perdeu – e nunca recuperou – metade de sua
presença.
Marcas, espaços, compradores, mercado crescem. Salão, não.
Salão: menos expositores
Salão do Automóvel é evento
importante, secular, ponto de encontro entre expositores de bens ou serviços e
visitantes para conhecê-los e eventualmente adquiri-los. E assim é praticado no
largo prazo de convívio com o automóvel. Mostrar-se num Salão é operação
onerosa, pois a locação do espaço – no usual a preços beirando o valor de
aquisição... -, é apenas um dos componentes da conta. Há produção especial dos
veículos – muito mais cuidados e às vezes em cores especiais -, recepcionistas,
material informativo, coquetéis, e mais ampla relação de parcelas. Não dá para
avaliar acerto do investimento, pois não há vendas para mensurar o resultado.
Há anos, por custos, o empresário
Sérgio Habib, dirigindo a Citroën, não a levou à mostra, mas fez pesquisa à
saída, indagando opinião dos visitantes sobre carros stand. Multidão
respondeu ter gostado muito – do que não viu. Uma lição.
Ausência à mostra não é
exclusividade local. Neste ano, no Salão de Paris, um dos mais tradicionais do
mundo, alternando com Frankfurt no exibir novos produtos a consumidores
europeus, marca Volkswagen decidiu não ir, como informou a Coluna 2018
aos 17.maio.
Marca é líder mundial e provocou fazer contas, e deflagrou
desistências em sequência: Ford, Infiniti, Mazda, Mitsubishi, Nissan, Opel,
Volvo e Subaru. Quase todas, exceto esta, integram conglomerados diversos, e
estes levarão associadas
Por exemplo, Sköda, Seat, Porsche, Audi, Lamborghini,
controladas pela VW, irão. Mitsubishi e Nissan, ausentes, mas Renault,
companheira de Aliança, dirá presente. Opel, agora Peugeot, não aderiu – mas
essa irá, assim como a Geely, controladora da Volvo.
Para o Salão Internacional do
Automóvel, nosso representante no rol de eventos do setor, S.Paulo,
8-18/novembro, ausências em quantidade. Sem Jaguar Land Rover; Citroën;
Peugeot; JAC Motors e Volvo – por enquanto.
Razão comum, gastos e custos sem
recuperação imediata – ou o ciclo de desinteresse pelo automóvel, fenômeno em
curso e não enfrentado pelos seus fabricantes.
Previsão de visitas nos 10 dias
de Salão, 700 mil pessoas. Muito? Não. Há décadas o quantitativo não cresce,
independentemente da expansão dos habitantes de S Paulo, do crescimento da
frota, aumento de número de marcas, da democratização do automóvel, da mudança
do Salão a área maior e de mais conforto.
1955: ao Canadá em Jeep brasileiro
Livro.
Operação Abacaxi
Nome gaiato, tanto quanto a ideia, consecução,
participantes: em 1955 três escoteiros, com 19 anos, propõem – e têm aceita – ideia
de ir de S Paulo ao Canadá participar de um Jamboree, encontro
internacional, e o fizeram em 0 Km Jeep Willys de produção nacional pioneira recém
iniciada. (Para pensar: tinham quase 50% de nacionalização – mais que
alguns carros nacionais de hoje…)
Concordância e apoio não foi da Willys-Overland do
Brasil, fabricante do veículo, mas da Agromotor, revenda da marca e uma das
pioneiras distribuidoras e sócia da empresa nacional montada para importar,
montar e distribuir Jeeps no Brasil.
Chave do negócio, os rapazes foram fazer fundo de
manutenção procurando fabricantes de auto peças para, durante a viagem,
realizar efeito demonstração da existência de corajosa indústria de componentes
e de sua resistência ao insólito e árduo trabalho.
Reuniram US$ 2.000 – hoje uns
R$ 70 mil -, elegeram um tesoureiro – à época não existiam facilidades de
comunicação para transferir numerário -, usaram as regras do escotismo para
comportamento pessoal e organização de funções, e foram-se ao mundo no Jeep
Willys brasileiro, modelo CJ3B. Nele aplicaram as peças produzidas pelos
patrocinadores, pintaram-no de Verde e Amarelo. Na prática a teoria do
orçamento foi outra: a viagem custou US$ 4.500 de então – uns R$ 150 mil.
Cumpriram o desiderato – desejado, aspirado -,
enfrentaram toda a falta de estradas, as limitações do Jeep, e pioneiro motor
com válvulas em F – adaptação de baixo custo sobre antigo motor da marca –
2.148 cm3 e modestos 75 cavalos de força, câmbio semi-sincronizado em 2ª e 3ª
marchas, reduzidas, e a contida velocidade de cruzeiro em torno de 70
km/h. Enorme conquista pessoal, reconhecida e festejada por todo o caminho.
Exemplo típico, quase épico, da ignorância como a
mãe da coragem.
Parte prática, Hugo Vidal, agora 85, empresário
aposentado, autor das pequenas passagens formando o livro, exibiu jovem
vertente negocial: na viagem foi a oficina/pequena indústria, fabricante de
roda livre – mecanismo para desacoplar os semi eixos dianteiros, deixando-o sem
tração, melhorando direção, reduzindo consumo -, e obteve a representação e
industrialização do sistema AVM. Como àquela época o Jeep foi o veículo mais
vendido do país, dá para entender o acerto da coragem em propor e conquistar a
representação.
Da viagem, em números, ida e volta, 73 mil km, 377
dias, 19 países.
Operação Abacaxi – Flashes de uma Aventura, é agradável de ler, com foco em
públicos vários – apreciadores e colecionadores de Jeeps, de viagens, história
e as limitações de então. 180 pags, R$ 95. A fim? www.overlanderbrasil.com
Roda-a-Roda
Lenços – Para os viúvos de Alfa Romeo: Argentina iniciou
vender primeiro lote de Giulias e Stelvios – o SUV da marca -, com motorizações
4 cilindros, 2 litros, 200 cv; 2 litros 280 cv, tração total, e V6 2,9 litro e
510 cv, todos com transmissão automática 8 velocidades.
Uau! – Giulia 200 cv, 41.689 Euros (+- R$ 183.193); Giulia
280 cv 56.579 E (+- R$ 248.625); Giulia V6 510 cv 115.448 E (+- R$
507.313). Stelvio 200 cv 46. 879 E (+- R$ 206.000); 280 cv 92.458 E (+-
R$ 406.288 ). Stelvio 510 cv – sem preço definido.
Alfa tem representante oficial na Argentina e três
revendas.
Para o Brasil, possível – mas por enquanto
improvável.
Já vi – Assumindo a operação Chery no Brasil, CAOA faz
ofensiva publicitária no jornal Folha de S Paulo. Sobre o QQ, o menor da marca,
e até há pouco o mais inadequado dos estrangeiros no país, arranjou referência.
Trata-o como A Pequena Maravilha. Coisa antiga. Era dos DKW.
Caminho – BMW voltou a importar o elétrico i3.
Mudanças estéticas; agregou o REX, pequeno motor a gasolina dito pomposamente
Extensor de Autonomia - 380 km. Apenas elétrico a R$ 200 mil e com REX R$ 212
mil e R$ 240 mil.
Monozukuri – Expressão japonesa indica
atingir todos os parâmetros de qualidade para execução de um trabalho perfeito.
Foi a utilizada pelos auditores japoneses da Nissan ao examinar protótipos e
aprovar máquinas e processos destinados à produção do picape Frontier – e também
Renault Alaskan e Mercedes Classe X -, em parte da fábrica da Renault em Santa
Isabel, Córdoba.
Muda – Deve corrigir isolamento termo acústico e fazer
pequenas mudanças estéticas para distinguir do produto mexicano ora vendido no
Mercosul.
Produção no segundo semestre. Quanto a preço, se
será reduzido em razão da produção Mercosul, não há notícias.
Elas – Mulheres sabem mais e ganham menos da indústria
automobilística. Constatação, a merecer atenção geral, surgiu com Paula Braga,
no VI Fórum RH promovido pelo portal Automotive Business. Em dados, a força de
trabalho feminina cresceu 2%, sendo hoje 17% da indústria – 1 mulher x 6
homens, mas crescimento está relacionado a contratação via redução de custos.
Números – Mulheres ganham até 33,8% menos ante-homens,
apesar de 45% das profissionais ter ensino superior ou especialização. Com eles
desaba a 29%.
Questão - Enquanto a indústria não perceber que homem é
apenas protótipo e mulher o produto final, não evoluirá. O mesmo para
administração municipal. Exceto uma ou outra gatuna, no geral fazem melhor
serviço nas prefeituras.
Problema – Em nome de uma segurança interna por
disfunções em veículos e peças estrangeiras, e outras razões desconhecidas, o
Departamento de Comércio dos EUA quer tributar em 25% todos os veículos
rodoviários importados – de motos a caminhões - e suas peças. Abriu consulta
pública sobre o tema.
Razão – Em política, para entender a razão das
coisas, na medida da seriedade do governo – ou falta de -, procure no
recolhimento de impostos ou orçamento majorado, e achará a resposta. No caso
parece forçar instalação de fábricas nos EUA; reduzir disputa com produtos
locais; aumentar recolhimento de impostos.
Mulher – Tema estava restrito a indústria e
importadores, quando dona Sandra Button, organizadora do Pebble Beach
Concours d’Élegance, para automóveis antigos, tocou a buzina em
seu mailling mundial pedindo socorro contra a medida, capaz de
alterar o mercado e comprometer a atividade de restauração.
Fim – Brasil fez sobre taxa no governo (sic) petolulista
pelo ora processado Fernando Pimentel, governador (?) de Minas Gerais – semana
passada, para não ser citado judicialmente, estava em lugar incerto e não
sabido. Gente finíssima.
Á ré - Seu Inovar-Auto dizimou o segmento de
importados, empresas, empregos. E ao final deixou processos de montagem de
veículos em índices de nacionalização pré-governo JK.
Rede – Em meio às investigações sobre mascaradas
emissões poluentes em carros Volkswagen, o Dieselgate, Rupert
Stadler, presidente da Audi, foi preso. O governo alemão o acusa de fraude,
falsidade documental, publicidade enganosa.
E – Audi o suspendeu das funções, nomeando
interino Adrian Shot, holandês, diretor de vendas. Questão pode provocar
alterações de governança na corporação porque a defesa isentava diretoria da
trapalhada, mas as investigações da justiça alemã chegaram ao topo. Não
apostaria no retorno de Stadler, mesmo inocentado, ao cargo. Cachorros grandes
visam seu posto.
Fora – Em seu sítio, BNDES publicou estudo sobre a falta
de evidência de sua co responsabilidade para a greve dos caminheiros. Alguns
economistas indicam os mecanismos de financiamento como responsável pelo
excesso de veículos ante a redução de frete causada pela retração econômica.
Gente – Douglas Mendonça, jornalista, outro olhar.
OOOO Encerrou relação de
24 anos com a revista Motor Show, da qual foi diretor e alavancador.
OOOO Mantém
seu Blog Papo de Garagem, no sítio da Motor Show e a coluna Carros e Causos no
portal Auto Papo, e inicia colaborar no Autoentusiastas.
OOOO
Gustavo Ruffo, jornalista, bi premiado. OOOO Prêmio pela Associação
Brasileira de Engenharia Automotiva com reportagem RenovaBio sobre produção de
etanol.
OOOO Do ramo.
OOOO Ronaldo Berg, automobilista,
ex VW e Audi em assistência ao cliente e competições, ex-aposentado.
OOOO
Contratado pela Caraigá, grande revenda paulistana das duas marcas para
supervisionar satisfação dos clientes com produtos e serviços. OOOO Grande
aquisição.
OOOO Philippe de Rovira, economista, sobe.
OOOO Era
o número 1 de finanças na GM Opel e, com a aquisição pela PSA, ascendeu a CFO
do grupo.
OOOO Dhivya Suryadevara, nova CFO da corporação GM.
OOOO Reportar-se-á
diretamente a Mary Barra, CEO, enxugando a empresa.
OOOO
Num comparativo, o antigo General hoje mal é Major, e dona Barra tenta não
perder patentes. OOOO Mathias Hofmann, doutor em engenharia,
mudança.
OOOO Novo responsável pela montagem de BMWs. OOOO Não
se reporta à presidência da empresa no Brasil, mas á área de engenharia na
Alemanha. OOOO
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