Coluna Fernando Calmon
Nº 1.239 — 23/2/23
Semáforo com uma luz extra
é ideal para carros autônomos
Crédito da ilustração: Ramin Niroumand |
Uma interessante
proposta para melhorar a mobilidade urbana e, consequentemente, diminuir o
consumo de combustível, está sendo proposta na Universidade Estadual da Carolina
do Norte, EUA. A ideia é acrescentar uma quarta luz semafórica, branca ou outra
que não sejam as tradicionais vermelha, amarela e verde, para obter ganhos de
fluidez a partir de apenas 10% dos veículos autônomos em circulação. “Quanto
maior a porcentagem do tráfego composto por autônomos em um cruzamento com fase
branca, mais rápido o trânsito flui e melhores os números de consumo de
combustível”, afirma o professor Ali Hajbabaie que liderou o estudo com outros
três colaboradores.
Dá para supor que o ideal
são modelos autônomos pelo menos do Nível 3, chamada autonomia condicional, em
que o motorista não precisa guiar mas deve estar supervisionando o que acontece
em volta e colocar a mão no volante em intervalos regulares. No Nível 4 a
supervisão humana é dispensada. Os cálculos computacionais apontaram que “quando
10% dos veículos são autônomos, os atrasos diminuem 3%; quando 30% são
autônomos, o ganho se amplia para 10,7%”, de acordo com Hajbabaie.
A proposta é que os
autônomos se comuniquem entre si e com o computador que controla os sinais de
trânsito. Quaisquer veículos não autônomos passariam a obedecer a um novo
fluxo: se o carro à sua frente parar, eles param; se o carro à frente deles
passar pelo cruzamento, o que vem atrás pode segui-lo.
As teorias e estudos foram
publicados este mês no site brasileiro https://www.inovacaotecnologica.com.br . Para mais pormenores: https://bityli.com/O8NId .
Devo ressaltar: isso se aplica a motoristas disciplinados e não será tão fácil convencer autoridades de trânsito no Brasil no dia, ainda longínquo, em que 10% dos veículos em circulação disponham do nível de automação exigido.
Picapes continuarão a avançar no mercado
Entre 2013 e 2022 houve
sensível modificação nos tipos de carrocerias de veículos vendidos aqui. Os
hatches caíram de 49% para 28%; os sedãs de 24% para 17%; as picapes subiram de
12% para 17% (empate com os sedãs); os SUVs (incluídos os falsos SUVs)
dispararam de 8% para 35%. O recorte específico das picapes intermediárias ou
médias-compactas (Montana, Oroch e Toro) no mesmo intervalo de tempo, passaram
de 0% para 3,2% e devem subir para 4,5% este ano, segundo estimativas da GM.
Ainda em 2023
chegarão ao mercado outras três picapes de porte médio, todas no segundo
semestre:
· Nova geração da Ranger que estreia no último
trimestre do ano, após seu lançamento na Argentina. É um produto inteiramente
reprojetado, além de um novo motor Diesel.
· Ram 1200 será produzida na fábrica
pernambucana da Stellantis em Goiana e única desse porte de construção monobloco
como na Toro (menor que a Ram), Commander, Compass e Renegade. Especula-se que
poderia resgatar o nome Dakota, picape que a Dodge produziu no Brasil, mas de
vida curta.
· Primeira picape média da Fiat terá por base a
Peugeot Landtrek, montada no Uruguai e projetada em parceria com a Changan (na
China, batizada de Kaicheng F70). O projeto, no entanto, recebeu modificações
graças à ampla experiência da marca italiana em picapes como Strada e Toro.
Neste caso, porém, trata-se de um projeto de carroceria sobre chassi tipo
escada, solução estruturalmente robusta e, portanto, sem grandes desafios. Ainda
não se sabe o nome da picape, mas tudo indica que está descartado Fiat Landtrek.
A Stellantis deve desistir de lançar a
Peugeot Landtrek tanto no Brasil quanto na Argentina (no país vizinho as duas
datas previstas foram canceladas; especula-se ter sido suspenso este projeto).
Entre as picapes compactas a Fiat vai lançar a Strada com motor turbo de 1-litro, o mesmo utilizado no Pulse. A Renault, em 2024, apresentará uma nova Oroch com a moderna arquitetura CMF-B, que estará também no sucessor do atual SUV Duster.
ALTA RODA
ESTE ANO a Porsche comemora duas datas: 75 anos de sua fundação (1948) e 60 anos
do seu mais icônico e autêntico produto, o 911, lançado em 1963. Embora não
seja a melhor comparação, o 911 alcançou vendas mundiais superiores ao 100%
elétrico sedã Taycan em 2022. Então vale recordar as impressões ao dirigir o
911 Carrera S. A começar pela posição vertical do volante e os pedais pivotados
no assoalho. O conta-giros está bem no centro do quadro de instrumentos, porém
as informações nas extremidades ficam encobertas pelo aro do volante, mas são
secundárias e dá para consultar inclinando a cabeça. Ao ligar o motor e o ronco
grave saudar o motorista, fica difícil achar qualquer defeito. O carro é
agradável de dirigir em cidade e basta apertar o pedal de freio com um pouco
mais de pressão, após parar, para o 911 ficar imobilizado, mantendo o câmbio na
posição D. Para voltar a andar basta acelerar. Em estradas o desempenho beira o fenomenal. Explorei os quatros modos
de condução, incluindo o Sport Plus. É tudo que se pode esperar de um autêntico
carro esporte.
BMW e Valeo formaram uma parceria para criar estacionamentos autônomos sem motorista
ao volante. Além de procurar uma vaga no esquema leva-e-traz, dispensando a
presença de um valet, será possível acessar sistemas de recarga para elétricos
e híbridos plugáveis também de forma automática. E ainda oferecerá, sem manobrista,
serviço de lavagem da carroceria totalmente automatizado.
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