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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

BATIZADA JÁ COM 25% DE ETANOL, A GASOLINA VENDIDA NO BRASIL TEM ESSA MISTURA AUMENTADA EM 2% DE ÁLCOOL, PASSANDO PARA 27%. pOR ENQUANTO A ÚNICA QUE SE MANTÉM COM 25% É A GASOLINA PREMIUM, MAS, PROVAVELMENTE, POR MUITO POUCO TEMPO. O PREÇO DO COMBUSTÍVEL BATIZADO DE ETANOL É MAIS BARATO PARA DISTRIBUIDORAS E POSTOS, MAS ISSO NÃO VALE PARA O CONSUMIDOR FINAL.



Alta Roda 

Nº 822 — 5/2/15

Fernando Calmon



COMBUSTÍVEL E SEGURANÇA EM FOCO

Esta semana duas medidas da área governamental passam a ter impacto sobre os motoristas brasileiros. 

A primeira já era esperada para fevereiro mesmo: aumento de teor de etanol na gasolina de 25% para 27% (proposta era de 27,5%, abandonada pela dificuldade na aferição nos postos). 

O problema principal é que o improviso continua, pois não se concluíram os testes com a gasolina premium

Assim até a Anfavea descambou para a improvisação ao recomendar que veículos com motor movidos apenas a gasolina utilizem a premium, por enquanto ainda com 25% de etanol. 

Tal conselho nem deveria se cogitar porque, além do preço superior, simplesmente, é difícil encontrar o produto premium nos postos, mesmo nas grandes cidades (em médias e pequenas, praticamente inexiste). 

Donos de carros a gasolina mais antigos teriam de pagar preço ainda maior pelo combustível. 

Com os 27% de etanol o preço da gasolina será reduzido, inclusive para compensar um pequeno aumento de consumo da nova formulação? 

Até hoje o preço sobe quando o teor de etanol cai, mas quanto este teor aumenta o que se vê são distribuidoras e donos de postos “esquecendo” do pormenor. 

Toda essa confusão começou em razão do grande erro de subsidiar o preço da gasolina, durante pelo menos cinco anos, sob desculpa torta de controle da inflação. 

Isso inviabilizou o etanol e abriu brecha para propostas paliativas como a atual, quase um ato de desespero dos produtores de combustível verde. 

Sem contar as distorções frente à gasolina padrão (22% de etanol) utilizada nos testes de emissões e de consumo de combustível. 

Já a Resolução nº 518 do Contran, publicada apenas neste começo de 2015, é responsável pelo atraso de um ano em importantes itens obrigatórios de segurança. 

Significa que projetos de novos modelos só terão que cumprir as exigências de 2018 em diante e os modelos atuais poderão continuar em produção até 2020. 

Bancos infantis deverão ter à disposição pelo menos uma ancoragem de alta eficiência no banco traseiro que poderá ser ISOfix, Top-theter ou i-Size (novo padrão europeu, de 2013). 

Resta saber em quanto tempo os bancos infantis serão igualmente homologados com essas fixações de maior segurança e, em especial, responsáveis por facilitar o encaixe diretamente na estrutura do veículo. 

Utilizar apenas o cinto, como é feito hoje, pode dar origem a erros na instalação e, em consequência, baixo nível de proteção às crianças. 

Finalmente se exigirão três cintos retráteis de três pontos também no banco traseiro (salvo em modelos de dois lugares atrás). 

Até hoje, alguns automóveis de entrada podem ser comprados sem dois cintos retráteis traseiros, verdadeiro absurdo, pois até inviabiliza fixar cadeira infantil. 

Também naquelas datas haverá até três encostos de cabeça atrás, que curiosamente não são itens compulsórios nem na regulamentação de segurança europeia e nem na americana. 


RODA VIVA 

BRASIL
conseguiu se manter como quarto maior mercado mundial de veículos, em 2014, apenas 67 mil unidades a mais que a Alemanha, apesar da queda de 7% nas vendas sobre 2013.

Em compensação o País perdeu a sétima posição entre os maiores produtores para o México. 

Indústria mexicana tem custos menores e é voltada às exportações, principalmente para os EUA. 

FORD aproveitou a Campus Party, maior feira da América do Sul voltada à informática e do geek ao empreendedor, em São Paulo, para lançar seu Desafio da Mobilidade. 

O Brasil é o nono país a encarar essa proposta coordenada pelo fabricante a fim de melhorar os deslocamentos da população por qualquer meio de transporte terrestre. 

Missão ainda mais difícil para especialistas brasileiros, pois ótimas boas ideias já foram reveladas em outros países. 

AUDI trocou, tanto no sedã A4 quanto no sedã-cupê-hatch A5, o motor 2 L turbo de injeção direta pelo de 1,8 L turbo de duplo sistema de injeção (indireta e direta). 

Apesar de a potência ter caído de 180 cv para 170 cv, torque se manteve em ótimos 32,6 kgfm. 

Objetivo: diminuir consumo de gasolina em até 21% e atender também emissões mais restritas de material particulado exigidas na Europa. 

Desempenho praticamente não mudou, em avaliação preliminar cidade/estrada, atingindo objetivos de projeto. 

IMPRESSIONA bem o novo motor de três cilindros que a Nissan oferecerá no March, a partir de março próximo. 

Com 77 cv (mesma potência com etanol e gasolina, referência não ideal) e 10 kgfm de torque, destaca-se pelo surpreendentemente baixo nível de vibrações. 

Retomadas em baixas e médias rotações são muito boas (até parece ter cilindrada maior), comprovando o acertadíssimo trabalho de calibração da unidade de gerenciamento eletrônico do motor. 

PROPOSTA interessante da empresa de internet de origem argentina Rodati. 

Negocia preços e descontos com as concessionárias para que os clientes não tenham que visitar muitas lojas. 

Foco inicial é na região metropolitana de São Paulo com promessa de voos mais altos. 

No momento, atende apenas algumas marcas: Citroën, Chevrolet, Ford, Honda, Hyundai, Renault, Nissan e Toyota. Nada é cobrado do interessado pelo carro.
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fernando@calmon.jor.br e twitter.com/fernandocalmon

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