Nº 1.031 — 7/2/19
O ano começou bem para a indústria automobilística. Em
janeiro venderam-se quase 200.000 unidades, entre veículos leves e pesados,
resultado 10,2% superior ao mesmo mês de 2018. O ritmo diário, em torno de
9.100 emplacamentos, ficou abaixo do patamar instigante de cinco dígitos
(10.000/dia).
Tudo dentro do esperado pela Fenabrave (associação das
concessionárias) para o primeiro mês do ano, quando o consumidor enfrenta
despesas extras. Sua previsão de crescimento para 2019 é de 11,2%, quase igual
à da Anfavea, de 11,4%, embora as metodologias de cálculo não sejam
coincidentes.
Uma notícia ruim, do final de 2018. Quatro Estados
nordestinos – Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Sergipe – decidiram aumentar as
alíquotas do ICMS sobre veículos. Difícil de entender como esse erro se repete.
Mais provável ocorrer um efeito contrário: arrecadação cair em vez de aumentar,
pois a carga fiscal no Brasil é a mais elevada do mundo. O comprador se retrai
ou simplesmente vai adquirir o carro no Estado vizinho.
Vendas diretas devem recuar um pouco este ano, em favor do
varejo, pela facilidade de crédito, juros estáveis e aumento de confiança dos consumidores.
Tendência é de pessoas físicas responderem por 70% da comercialização, estima a
entidade.
Por outro lado, a Bright Consulting prevê que, pela primeira
vez, modelos com câmbio automático representem a maioria das preferências, ou
seja, pouco mais de 50%, em 2019.
A Coluna lembra que uma das razões é a forte
aceleração de vendas para PCD (pessoas com deficiência). O Governo Federal, no
entanto, desconfia de fraudes ou abusos em certos enquadramentos.
Aliás, sobre processo de habilitação no Brasil de novos
motoristas que, se cogita, poderão escolher usar câmbio manual ou automático,
há uma curiosa nova lei na Suíça, a partir de 1º de fevereiro.
Mesmo quem optar
por se habilitar com câmbio automático poderá, se quiser, dirigir um carro com
câmbio manual, o que não seria permitido aqui.
Na Suíça, 45% dos modelos novos
são automáticos (em 1990, eram 19%) e em alta. Até na França, mudou: em 1995
eram 3% em 1995; agora, 29%.
Em relação ao mercado de automóveis de passageiros usados, a
Fenabrave informou: a cada milhão de modelos novos vendidos, 4,7 milhões de
usados mudaram de mão no mês passado.
Um levantamento da Creditas, plataforma
de crédito com garantia online, apontou uma tendência em trocar dívidas caras
por mais baratas: mais da metade dos tomadores de crédito com garantia em
2018 utilizaram o dinheiro para esse fim.
Os juros para financiamento de veículos usados (começam em
torno de 22% ao ano) são mais baratos e têm prazos melhores que o crédito
pessoal.
“Isso mostra a educação financeira do brasileiro evoluindo e as
pessoas começam a avaliar a qualidade do dinheiro”, destaca o CEO e fundador da
empresa, Sérgio Furio.
Consumidores entre 25 e 35 anos representam 35% dos
tomadores de crédito com garantia do veículo. Valores médios vão de R$ 5 mil a R$
10 mil. Os cinco modelos mais refinanciáveis são Gol, Fiesta, Palio, Fox e
Celta.
ALTA RODA
ESPECULAÇÕES na
Alemanha apontam que, até 2025, BMW e Mercedes-Benz desenvolverão em conjunto,
pela primeira vez, os sucessores dos atuais modelos compactos, Série 1 e Classe
A. Colaboração, antes impensável, se estenderia aos carros autônomos. Faz
sentido pelas somas bilionárias de novas tecnologias. Parece existir
resistência de engenheiros dos dois lados...
PNEUS run flat
(rodam vazios) estreiam em SUV compacto. Ford EcoSport Titanium 2020 (já agora,
em fevereiro) pode rodar 80 km, a 80 km/h, mesmo que uma furadeira tenha aberto
um orifício de 19 mm na lateral do pneu para teste. Kit inflador acrescenta até
200 km em caso de furos comuns. Cada pneu Michelin custa R$ 900, 37% mais caro.
Há ganho de 13 kg, sem estepe e ferramenta, o que pode refletir em pequena
economia de combustível.
MAIORES destaques
da décima geração do Honda Accord são o espaço interno (2,83 m de entre-eixos)
e o trem de força. Além de respostas vigorosas, o automático de 10 marchas
impressiona: a 120 km/h o motor turbo “sussurra” a apenas 1.800 rpm. Há botões
no lugar da alavanca de câmbio e tela multimídia está bem posicionada. Preço
elevado atrapalha (R$ 198.500).
CÓDIGO de
Trânsito Brasileiro (CTB) acabou de completar 21 anos. Nasceu com 341 artigos.
Segundo o consultor Julyver Araújo, 34 leis e 770 resoluções foram acrescentadas.
Entre as frustrações estão ITV (Inspeção Técnica Veicular) e educação de
trânsito, nunca implantadas. A partir de março próximo, haverá multas para
ciclistas e pedestres. Tudo indica, não vai “pegar”...
ESTUDO da TEx,
proprietária de um programa de gestão e multicálculo para corretoras de seguros,
aponta que os prêmios diminuíram de preço em todas as capitais brasileiras
entre meados de 2018 e começo deste ano. Foram consideradas mais de 2 milhões
de cotações reais feitas nos últimos 60 dias. A empresa não apontou causas:
concorrência ou queda de sinistros.
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fernando@calmon.jor.br
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