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segunda-feira, 2 de março de 2020

Gramado Summit promove ações de empoderamento feminino. Evento, que acontece de 5 a 7 de agosto, em Gramado, oferece desconto especiais para mulheres, em março, e terá palco focado em empreendedorismo feminino. "A desigualdade para as mulheres deveria nos envergonhar no século 21. Porque não é apenas inaceitável; é estúpido”, disse o secretário-geral da ONU.




Mulheres ainda ganham menos do que homens no Brasil. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as trabalhadoras possuem salários 20,5% menores. Esses dados também se refletem na participação feminina em grandes cargos. Como a Gramado Summit é um evento de inovação focado em fomentar negócios e reunir empreendedores, surgiu a necessidade de trazer ainda mais mulheres para o centro das discussões. 
Pensando nisso, a Gramado Summit aproveitou o Mês das Mulheres para promover duas ações que devem reunir ainda mais mulheres no evento. Em parceria com o coletivo Minas de Propósito, foi criada uma campanha que diminui o valor da entrada para a principal conferência de inovação do País. Durante o mês de março, mulheres pagam apenas R$ 650, sendo que o preço atual do ticket está R$ 890. 
Além de trazer mais participantes para o evento, a Gramado Summit também fechou outra parceria com o coletivo, que irá fazer a curadoria de um palco exclusivo, focado no empoderamento feminino. A ideia é que diversos cases de mulheres sejam apresentados nesta plenária. 
Fora o palco “Minas de Propósito”, a Gramado Summit já conta com mulheres de peso confirmadas para palestrar em outros palcos. Entre elas estão Fabiana Panachão, jornalista da Band News com especialização em Finanças; Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora; Gabriela Augusto, fundadora da Transcendemos Consultoria; Onília Araújo, contadora e empreendedora; e Juliana Muncinelli, da XP Investimentos. Conheça todas aqui. O evento ocorre de 5 a 7 de agosto, em Gramado/RS. 


‘O século 21 deve ser o século da 
igualdade para as mulheres’, diz chefe da ONU

Falando a professores e alunos da The New School, uma universidade na cidade de Nova Iorque, o chefe da ONU declarou-se feminista orgulhoso e pediu aos homens em todos os lugares apoio aos direitos das mulheres. “Assim como a escravidão e o colonialismo eram uma mancha nos séculos anteriores, a desigualdade para as mulheres deveria nos envergonhar no século 21. Porque não é apenas inaceitável; é estúpido”, disse.


O secretário-geral da ONU, António Guterres, explica seu compromisso com a igualdade de gênero na The New School, em Nova Iorque. Foto: ONU/Mark Garten

O século 21 deve ser o século da igualdade de gênero, disse na quinta-feira (27) o secretário-geral da ONU, António Guterres, em um apelo para transformar o mundo, garantindo a participação igualitária para todos.

Falando a professores e alunos da The New School, uma universidade na cidade de Nova Iorque, o chefe da ONU declarou-se feminista orgulhoso e pediu aos homens em todos os lugares apoio aos direitos das mulheres.

“Assim como a escravidão e o colonialismo eram uma mancha nos séculos anteriores, a desigualdade das mulheres deveria nos envergonhar no século 21. Porque não é apenas inaceitável; é estúpido”, disse.

Para o chefe da ONU, a desigualdade de gênero e a discriminação contra mulheres e meninas continuam sendo uma injustiça em todo o mundo.

“Desde a ridicularização das mulheres como histéricas ou hormonais, até o julgamento rotineiro das mulheres com base em sua aparência; dos mitos e tabus que cercam as funções corporais naturais das mulheres, ao ‘mansplaining’ e à culpabilização da vítima — a misoginia está em toda parte”, disse ele.


No cerne da questão está o poder, pois as estruturas de poder dominadas por homens sustentam tudo, desde economias nacionais, sistemas políticos, mundo corporativo e além. Mas ele ressaltou que o patriarcado também tem impacto sobre homens e meninos, prendendo-os em rígidos estereótipos de gênero, enquanto uma mudança sistêmica está muito atrasada.

“É hora de parar de tentar mudar as mulheres e começar a mudar os sistemas que as impedem de alcançar seu potencial. Nossas estruturas de poder evoluíram gradualmente ao longo de milhares de anos. Uma evolução adicional está atrasada. O século 21 deve ser o século da igualdade para as mulheres”, afirmou.
Problemas criados pelo homem, ‘soluções lideradas por humanos’

O desmantelamento da desigualdade de gênero transformará o mundo, afirmou o chefe da ONU, e é fundamental para resolver desafios globais como conflitos e violência, assim como a crise climática.

Também ajudará a diminuir a desigualdade digital, levar a uma globalização mais justa e aumentar a representação política.

“A oportunidade dos problemas criados pelo homem — e eu escolho essas palavras deliberadamente — é que eles têm soluções conduzidas por humanos”, disse ele.

Enquanto as Nações Unidas completam 75 anos este ano, o organismo global está adotando amplas medidas para apoiar os direitos das mulheres, continuou ele.

O mês passado marcou o início de uma Década de Ação para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), destinados a construir sociedades pacíficas, prósperas e inclusivas, além de proteger o planeta.

A Década de Ação visa transformar instituições e estruturas, ampliar a inclusão e impulsionar a sustentabilidade.


“Revogar leis que discriminam mulheres e meninas; aumentar a proteção contra a violência; diminuir a desigualdade na educação e no acesso às tecnologias digitais das meninas; garantir acesso total aos serviços e direitos de saúde sexual e reprodutiva e acabar com as disparidades salariais entre homens e mulheres são apenas algumas das áreas que estamos mirando”, disse ele.

No nível pessoal, o secretário-geral da ONU se comprometeu a aprofundar seu compromisso de destacar e apoiar a igualdade de gênero durante o restante de seu mandato.

Ele tomará medidas em nível global, como exigir mudanças de governos que têm leis discriminatórias, e dentro da ONU, fortalecendo o trabalho sobre os vínculos entre a violência contra as mulheres e a paz e a segurança internacionais.

“A igualdade de gênero é uma questão de poder; poder que tem sido zelosamente guardado pelos homens por milênios. Trata-se de um abuso de poder que está prejudicando nossas comunidades, nossas economias, nosso meio ambiente, nossos relacionamentos e nossa saúde”, disse Guterres.

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