Coluna Minas Turismo Gerais
Jornalista Sérgio Moreira
Serra da Canastra- Patrimônio da Paisagem Cultural
Serra da Canastra
Minas Gerais, o estado com o maior número de bens reconhecidos pela UNESCO no Brasil, dá mais um passo à frente na vanguarda da proteção patrimonial. O Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (CONEP) aprovou dia 3 de junho, a Deliberação CONEP Nº 01/2025, que institui a Declaração da Paisagem Cultural de Minas Gerais.
Esta cria seu catálogo oficial e estabelece diretrizes para seu reconhecimento, gestão e promoção. Proposta pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), a medida representa um marco na política de preservação cultural brasileira.
A Declaração da Paisagem Cultural adota os conceitos mais atuais da Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO, ao reconhecer a paisagem como expressão viva da interação entre o ser humano e o meio ambiente, onde se entrelaçam natureza, cultura, modos de vida e simbologias coletivas.
“Em Minas, a paisagem tem cheiro, sabor, som e calor humano. É o campo florido, mas também a mesa posta, a hospitalidade silenciosa e o sincretismo das festas. Reconhecer isso como patrimônio é um gesto de modernidade e profundidade. É proteger o visível e o invisível. É colocar o afeto como parte do território”, afirma o secretário de Estado de Cultura e Turismo e presidente do CONEP, Leônidas de Oliveira.
O texto aprovado define paisagem cultural como "qualquer parte do território de Minas Gerais, tal como percebida pelas populações, cujo caráter é o resultado da ação e interação de fatores naturais e humanos ao longo do tempo". Entre os critérios estão o valor histórico e cultural, a relevância simbólica para a identidade local, a presença de práticas culturais vivas e a contribuição para o desenvolvimento sustentável.
“Este é um instrumento que permite compreender o território em sua totalidade e complexidade”, afirma o presidente do Iepha-MG, João Paulo Martins. “Não estamos falando apenas de monumentos ou marcos naturais, mas de tudo que configura o modo de viver e sentir mineiro: o café no fogão a lenha, a fé nas encruzilhadas, o Congado no adro da igreja, o cheiro do queijo fresco, o acolhimento generoso das nossas comunidades. Tudo isso é paisagem.”
A transversalidade do conceito transforma a paisagem cultural em eixo estruturador de diversas políticas públicas, articulando cultura, meio ambiente, turismo e desenvolvimento regional. O novo instrumento dialoga diretamente com o turismo cultural e de natureza, a gastronomia mineira, os ofícios tradicionais, o acolhimento afetivo e a sustentabilidade como projeto de futuro.
A primeira iniciativa concreta já está em curso: a Serra da Canastra está sendo dialogada com as comunidades para ser reconhecida como Paisagem Cultural, com a construção participativa de um Plano de Gestão Territorial Sustentável. A proposta busca proteger a beleza cênica da região, garantir o ordenamento das novas intervenções, valorizar os modos de vida locais e fomentar o turismo responsável e integrado à natureza e à cultura.
O reconhecimento também prevê a concessão do Selo de Paisagem Cultural de Minas Gerais às localidades que elaborarem e implementarem seu plano de gestão. As paisagens inscritas no Catálogo poderão contar pontos nos critérios de repasse do ICMS Patrimônio Cultural e do ICMS Turismo, reforçando os incentivos para a preservação com base no pertencimento e na corresponsabilidade.
Minas Gerais reafirma, com essa iniciativa, seu lugar de vanguarda na proteção do patrimônio e propõe ao Brasil um modelo contemporâneo de gestão dos territórios: afirmando que a paisagem é tudo aquilo que nos liga ao lugar – o que se vê e o que se sente.
Liderança com política cultural descentralizada e participação histórica dos municípios em Minas Gerais
Minas Gerais, terra de saberes e fazeres, volta a afirmar seu protagonismo nacional ao colocar a cultura e o turismo no centro da agenda do desenvolvimento humano, social e econômico, no dia 5 de junho, durante o Assembleia Fiscaliza, realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) apresentou os resultados do primeiro ciclo de 2025, com foco nos avanços da Lei Descentra Cultura, política pública estruturante que tem promovido uma verdadeira transformação na forma como os recursos culturais chegam aos territórios: com justiça, pluralidade e protagonismo municipal.
Foto:Alexandre Netto
A descentralização se consolidou como marca do tempo presente em Minas. Pela primeira vez, 61% das inscrições da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2024 vieram do interior, um marco histórico. Foram 13 editais lançados, 4.200 projetos contemplados e 18.369 inscrições, oriundas de 537 municípios – um aumento de 47% no número de cidades participantes em relação à edição anterior.
A Lei Estadual de Incentivo à Cultura, um dos pilares da política de descentralização da Secult-MG, também apresentou resultados notáveis. De janeiro a maio de 2025, 420 projetos foram aprovados para captação de recursos, dos quais 236 localizados em Belo Horizonte e Região Metropolitana, e 184 no interior do estado. Dos R$ 179,4 milhões disponíveis neste exercício, R$ 133,2 milhões já foram captados até maio, demonstrando a força da cadeia cultural e a confiança dos investidores no setor.
Pela primeira vez no Brasil, Minas Gerais se torna o primeiro estado a assegurar que 30% dos recursos da Lei de Incentivo sejam destinados às culturas populares e tradicionais — aquelas que mantêm acesa a alma mineira nos terreiros, nas serras, nos quintais, nas memórias e nos saberes transmitidos de geração em geração. Serão R$ 85 milhões investidos nesses grupos no biênio 2024-2025. Outro marco: os 853 municípios mineiros aderiram à Política Nacional Aldir Blanc, assegurando plena participação no programa ao longo de 2025.
“Minas vive um momento histórico. Com a Lei Descentra Cultura, garantimos que a arte e o fazer cultural floresçam em todos os cantos do estado. Isso não é apenas política pública: é justiça cultural, é cidadania, é desenvolvimento.
Foto:Alexandre Netto
Em Minas, cultura não é privilégio, é direito, é política de Estado”, afirma o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.
Investimentos estruturantes - Ao todo, R$ 386,2 milhões foram investidos nos setores da cultura e do turismo, somando recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, ICMS Patrimônio Cultural, ICMS Turismo e Política Nacional Aldir Blanc. Os repasses constitucionais continuam fortalecendo as bases municipais: o ICMS Turismo transferiu R$ 19,3 milhões até março, com 581 municípios habilitados. Já o ICMS Patrimônio Cultural destinou R$ 54,9 milhões entre janeiro e abril, beneficiando 840 cidades que preservam a memória, o patrimônio e as identidades locais.
Cultura e turismo como vetores de emprego e renda- Os setores da cultura e do turismo continuam a se afirmar como eixos econômicos estratégicos. Entre abril de 2024 e março de 2025, foram criados 13.457 empregos formais no turismo. Hoje, são 433.858 postos de trabalho ativos, um crescimento de 2,58% em um ano. Na cultura, são 368 mil empregos formais registrados em março de 2025, com crescimento de 1,1%.
Programas que integram cultura e turismo seguem movimentando a economia mineira. O Carnaval da Liberdade 2025, por exemplo, mobilizou 13,2 milhões de foliões e gerou um impacto econômico de R$ 5,3 bilhões. Já o Minas Santa 2025 atraiu 550 mil visitantes e fiéis durante a Semana Santa, movimentando R$ 1,9 bilhão.
Encontro da Hotelaria em Olímpia
A cidade de Olímpia , cidade do interior de São Paulo terá a 24ª edição do Encontro da Hotelaria, um dos mais relevantes eventos do setor hoteleiro no Brasil. Promovido pela Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), o evento conta com o patrocínio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e o apoio do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Região de São José do Rio Preto (SINHORES), da Associação Olimpiense de Hotéis, Pousadas, Bares e Restaurantes (AOHPBR), da Associação Comercial e Industrial de Olímpia (ACIO) e da Prefeitura da Estância Turística de Olímpia.
Presidente da FBHA, Alexandre Sampaio
O Encontro da Hotelaria é um dos principais eventos do setor, com 23 edições realizadas em algumas das principais cidades de Minas Gerais. Já passou por Belo Horizonte, Caxambu, Poços de Caldas, Juiz de Fora, Ouro Preto, Montes Claros, Capitólio, Governador Valadares, Uberlândia, Monte Verde, Confins – (BHAirport), Tiradentes, Brumadinho, Pouso Alegre, Sete Lagoas e Araxá e contou com a participação de centenas de profissionais de toda a cadeia produtiva do turismo.
O evento chega pela primeira vez ao Estado de São Paulo, consolidando- se como uma referência nacional para profissionais e empresários do setor de hospedagem e alimentação.
Marcos Valéria Rocha, coordenador da FBHA -MG
Capacitação e inovação para o setor - O Encontro da Hotelaria tem como principal objetivo contribuir para a atualização e capacitação de empresários e profissionais do setor, oferecendo um espaço para troca de conhecimento, análise de tendências e apresentação de soluções inovadoras para o crescimento do mercado nos próximos anos. Renomados especialistas estarão presentes, compartilhando insights estratégicos e debatendo os desafios e oportunidades da hotelaria no Brasil.
Além do conteúdo qualificado, o evento contará com uma mostra de produtos e serviços, criando um ambiente propício para networking e novos negócios entre o setor hoteleiro e fornecedores.
Para Paulo Roberto Silva, presidente do SINHORES, “realizar a 24ª edição do evento em Olímpia reforça o potencial da cidade como um dos principais destinos turísticos do Estado e fortalece a conexão entre empresários, profissionais e fornecedores da hotelaria e gastronomia”.
O mesmo entusiasmo é compartilhado por Marcos Valério Rocha, coordenador do escritório regional da FBHA em Minas Gerais e um dos idealizadores e organizadores do evento. Ele ressalta que “levar o Encontro da Hotelaria para Olímpia, em sua primeira realização no Estado de São Paulo, representa um grande desafio e uma excelente oportunidade para o setor. São Paulo é o maior e mais dinâmico mercado hoteleiro do Brasil, sendo o principal destino do turismo de negócios e o maior mercado emissor do país. O estado abriga a sede das grandes redes nacionais e internacionais e detém o maior parque hoteleiro do Brasil, onde Olímpia vem se consolidando como um dos principais destinos turísticos”.
Local: Olímpia – SP
Data: 26 a 28 de junho
Inscrições: www.https://encontrohotel.com.br
Mais informações para a imprensa: 17 99112-0582
Inverno nas montanhas da Mantiqueira em Monte Verde
Rua principal de Monte Verde, com restaurantes, lojas e atrações turísticas- foto Eliria Buso
Escondida entre as montanhas da Serra da Mantiqueira, Monte Verde é um destino que combina o charme europeu com o acolhimento mineiro. Localizada no município de Camanducaia, a cerca de 165 km de São Paulo, essa vila encantadora é conhecida como a “Suíça Mineira” por sua arquitetura alpina, o clima frio e a natureza exuberante que a rodeia.
Durante o inverno, especialmente nos meses de junho e julho, Monte Verde se transforma em um cenário romântico, com temperaturas que variam entre 5 °C e 20 °C. É o momento ideal para estrear os casacos, curtir um fondue à luz de velas, caminhar pelas trilhas rodeadas por araucárias ou relaxar diante da lareira com um bom vinho. A temporada é marcada ainda pelo tradicional Festival de Inverno, que atrai visitantes em busca de cultura, gastronomia e lazer ao ar livre.
Além da natureza vibrante, com trilhas como a do Pico do Selado e do Pinheiro Velho, a vila conta com uma charmosa rua central repleta de lojinhas de malhas, queijos, chocolates artesanais e cafeterias acolhedoras. A culinária também é destaque, com restaurantes que servem desde pratos típicos mineiros até especialidades internacionais, sempre em ambientes românticos e intimistas.
E para tornar a experiência ainda mais especial, duas hospedagens se destacam pelo conforto e pelo atendimento impecável: a Pousada Pedras e Sonhos e a Pousada Jardim da Mantiqueira.
A Pousada Pedras e Sonhos encanta com sua vista panorâmica para as montanhas. Suas suítes têm lareira, banheira de hidromassagem, ar-condicionado quente e frio e varanda privativa — perfeitas para curtir o friozinho com privacidade e estilo.
Foto:Marcio Masulino
A vista da serra, que se revela logo ao acordar, é um dos destaques que fazem da pousada um verdadeiro refúgio romântico.
Foto:Marcio Masulino
Já a Pousada Jardim da Mantiqueira, envolta por um lindo jardim, proporciona um ambiente tranquilo e acolhedor. Seus chalés oferecem aquecimento, banheira de hidromassagem e ar-condicionado em algumas unidades e até estrutura com carregador para carros elétricos, mostrando o cuidado em oferecer comodidade e sustentabilidade aos hóspedes.
Ambas as pousadas servem um delicioso café da manhã com produtos frescos e regionais e têm acesso fácil por via pavimentada, o que garante praticidade mesmo nos dias mais frios. informações e reservas, www.pedrasesonhos.com.br e www.pousadajardimdamantiqueira.com.br
Coluna Minas Turismo Gerais Jornalista Sérgio Moreira @sergiomoreira63 informações para sergio51moreira@bol.com.br
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