Coluna Fernando Calmon
Nº 1.279 — 30/11/23
Assinatura ou
financiamento?
Exige análise caso a caso
Nos últimos três anos o mercado de automóveis sofreu as
consequências da pandemia da covid-19, falta de componentes e principalmente de
semicondutores, interrupções temporárias da produção e falta ou limitação de
oferta de vários modelos nas concessionárias. Entre as várias distorções que se
seguiram, carros seminovos passaram a valer até mais que os zero-quilômetros.
Ao longo de 2023 a produção cresceu e aos poucos o mercado volta à normalidade.
Esse cenário ajudou a tendência de glamorizar a assinatura
como se fosse algo novo ou disruptivo. Na realidade é uma operação já muito
conhecida como leasing (espécie de aluguel) operacional. Uma mudança de nome
que traz vantagem ou dores de cabeça dependendo do perfil de quem tem condições
de comprar à vista ou apenas de financiar.
A assinatura pressupõe que o interessado vai se livrar de
administrar obrigações como contratar seguro e quitar impostos, taxas e
revisões periódicas. Na realidade, apenas desembolsará por esses serviços de
outra forma. Há situações imponderáveis como honrar a franquia do seguro, em
caso de acidente.
Se optar por um plano de 1.000 km/mês, por exemplo, terá um
custo extra se precisar rodar distâncias adicionais em viagens de férias ou a
trabalho. Mesmo se nos meses seguintes se mantiver abaixo da franquia
contratada de 1.000 km/mês e a compensação deixar de ocorrer. É preciso ficar
muito atento ao que está no contrato.
Desistir da assinatura antes do final do período também
pressupõe encargos em geral mais pesados do que devolver um veículo financiado.
Se o comprador é assalariado, contratou financiamento e perdeu o emprego ou a
renda, ainda há opção de negociar com o banco ou financeira porque já pagou à
vista no mínimo 20% do valor do automóvel como entrada, além das prestações.
Depois de quitar todas as mensalidades, o carro ainda pode ser vendido e o
valor servir de entrada para aquisição de outro.
Como regra geral, assinatura se torna vantajosa para casos
específicos de quem reúne condições de pagar à vista, mas prefere administrar o
valor do veículo no mercado financeiro e receber rendimentos. Para tanto deve
dominar os meandros dos investimentos e ter um capital alto para aplicar. Isto
significa que somente modelos de valor elevado ou muito elevado, caso de
produtos importados, deveriam de fato atrair essa opção.
No futuro veículos poderão “ouvir” para maior segurança
Sistemas baseados em Inteligência Artificial (IA) passarão a
reconhecer eventos acústicos no entorno dos veículos. Hoje, o padrão é isolar
ao máximo os ruídos externos como exemplo de perfeição de projeto para aumentar
o conforto de motorista e ocupantes. Como resultado, elementos críticos
para a tomada de decisões corretas ao volante são frequentemente ouvidos muito
tarde ou nem isso.
No entanto, sirenes de ambulâncias, estradas com filme
elevado de água, objeto preso em um pneu, campainhas de bicicletas e buzinas de
motos podem fornecer informações importantes para quem está ao volante. Os
veículos de amanhã serão equipados com um “sentido” de audição que lhes
permitirá perceber esses sinais externos e aumentar a segurança do tráfego.
Estão em desenvolvimento sensores e algoritmos para
monitoramento de ambiente acústico externo. Microfones e softwares inteligentes
permitirão que os motoristas interajam com o ambiente no qual o veículo está,
sem precisar abrir as janelas. Câmeras acopladas a recursos acústicos na
frente, nas laterais e na traseira terão um papel relevante no aumento da
segurança ativa e preditiva para prevenir acidentes.
Ainda não há previsão de quando esses recursos chegarão aos
veículos. Estão sendo estudados pelo Instituto Fraunhofer de Tecnologia de
Mídia Digital, em Oldenburg, cidade do Estado da Baixa Saxônia, na Alemanha.
Ranger Raptor foca em alto desempenho e visual exclusivo
Já à venda por R$ 448.600, nova
versão aposta alto em potência e esportividade para se tornar a picape média
mais potente e desempenho bem acima do que existe hoje no mercado.
Fabricada na Tailândia, tem a
mesma distância entre-eixos da Ranger convencional, porém é 10 mm mais comprida
(5.360 mm), 193 mm mais larga (2.208 mm) e 40 mm (1.926 mm) mais alta. As
bitolas, 90 mm mais largas, as molas helicoidais em vez dos tradicionais feixes
semielípticos na traseira e ambos os diferenciais autobloqueantes garantem
desempenho superior em qualquer terreno.
As suspensões foram reforçadas e
apresentam o maior curso do segmento: 256 mm na dianteira (32% maior que a Ranger)
e 290 mm na traseira (mais 18%). Os amortecedores são do tipo competição com
funcionamento ativo que se adapta às condições de uso.
Desenvolvida pela divisão Ford Performance, recebe um
motor 3-L, V-6 biturbo, a gasolina, de 397 cv e 59,4 kgf·m. A fábrica informa
180 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente, e aceleração de 0 a
100 km/h em apenas 5,8 segundos.
A Raptor será comercializada por
importação direta, sob pedido, por todas as concessionárias da marca.
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