MECÂNICA ONLINE®
30 | JUNHO | 2018 |
Falha na ignição gera recall de 315 mil carros no Brasil
Nenhuma marca ou fabricante fica realizado quando surge um problema em seu veículo. Mas a segurança está sempre em primeiro lugar na área automotiva. Muitas vezes ter um veículo envolvido para realização de recall – chamado para comparecer numa concessionária para verificação ou mesmo troca de peças, é demonstração do compromisso com o consumidor, do respeito e da transparência na busca por soluções.
A engenharia trabalha constantemente na busca de soluções objetivas, diretas e eficientes, mas algumas vezes algo sai do controle e o recall se faz necessário.
A FCA (Fiat Chrysler Automobiles) está convocando cerca de 315 mil veículos por ter detectado uma eventual falha dos relés, que poderá acarretar o funcionamento irregular do motor e, em casos extremos, o seu desligamento inesperado, comprometendo as condições de dirigibilidade do veículo e aumentando o risco de colisão, além de possibilitar a ocorrência de danos físicos e materiais ao condutor, aos passageiros e a terceiros.
A existência desta falha poderá ser observada mediante o acendimento da luz espia da bateria no quadro de instrumentos. O tempo estimado de reparo é de aproximadamente 30 minutos, independentemente do acendimento da luz-espia, caso seu veículo esteja relacionado, faça o agendamento da sua visita previamente na concessionária Fiat de sua preferência.
Entre os modelos envolvidos temos Uno, Argo, Mobi e Toro em todas as suas versões, ano/modelo 2018 e 2019, Grand Siena versões 1.0 e 1.4, ano/modelo 2018 e 2019, Strada na versão 1.4, ano/modelo 2017 e 2018, Palio Weekend e Fiorino na versão 1.4, ano/modelo 2018 e 2018, Jeep Renegade 2017/2018 e o Jeep Compass 2017/2017.
VEÍCULO | ANO/MODELO | CHASSIS (NÃO SEQUENCIAIS) | UNIDADES ENVOLVIDAS |
Uno | 2018 e 2019 | 814974 a 835992 | 14.150 |
Argo | 2018 e 2019 | H20145 a H82351 | 44.125 |
Mobi | 2018 e 2019 | 493776 a 558183 | 43.696 |
Toro | 2018 e 2019 | B40604 a C01788 | 48.900 |
Grand Siena | 2018 e 2019 | 340455 a 359006 | 15.807 |
Strada | 2017 e 2018 | 181519 a 246187 | 46.167 |
Palio Weekend | 2018 | 099712 a 103166 | 504 |
Fiorino | 2018 | 085164 a 107200 | 9.685 |
Jeep Renegade | 2017/2018 | 129173 a 186288 | 38.931 |
Jeep Compass | 2017/2017 | H34693 a H93627 | 53.931 |
O relé é um componente eletromecânico do sistema elétrico do automóvel e que também faz parte do sistema de injeção eletrônica, sendo considerado um atuador, devido ter seu acionamento diretamente pela Central Eletrônica.
Em um automóvel simples os relés mais importantes são os relés dos faróis, do eletro-ventilador, bomba de combustível, pisca alerta e motor de partida. No sistema de injeção eletrônica um dos relés mais importantes é o da bomba de combustível, ele que é o responsável por ativar e desativar a bomba.
O relé visualmente é um plugue retangular que opera funções de “liga/desliga” da parte elétrica, fazendo “cliques” enquanto trabalha, que apesar de sua aparência simples, eles controlam funções que envolvem algum tipo de condução de eletricidade, desde o acionamento do motor de partida até a temporização da luz interna do veículo.
Basicamente, os relés têm a função de fazer o serviço pesado dos interruptores e chaves pelos quais são acionados, que não aguentariam a corrente elétrica necessária para as operações caso estivessem sozinhos.
Quase sempre quando falamos sobre os relés do automóvel, aproveitamos para falar sobre os fusíveis.
Se um fusível do seu carro costuma “queimar”, isso não significa que ele é ruim. Pelo contrário, agradeça e muito por existir um componente como esse, pois o estrago poderia ser muito maior se o fusível não queimasse.
Fusíveis são constituídos por ligas metálicas, sendo que uma de suas principais características é o baixo ponto de fusão (entre 60 °C e 200 °C). Sabe-se que um dos efeitos da corrente elétrica existente em um circuito é o efeito Joule (lei física que expressa a relação entre o calor gerado e a corrente que percorre um condutor em determinado tempo). Com base nessa lei, foi idealizado o funcionamento de um fusível.
Imagine o fusível como o elo mais fraco de uma corrente que se rompe quando aplicada uma força tão grande que poderia danificar o restante dos elos. Em um circuito elétrico não é diferente – todo circuito é projetado com condutores que, baseados em sua seção transversal (diâmetro, no caso de um fio), suportam um determinado valor de corrente elétrica.
Quando a corrente ultrapassa a intensidade máxima tolerada pelo condutor, o fusível – que sempre estará dimensionado de acordo com esse limite – vai “queimar” (romper seu filamento).
O calor gerado pela corrente elétrica não é dissipado com rapidez suficiente para evitar o rompimento de seu filamento, interrompendo o fluxo da corrente elétrica pelo condutor. Sendo assim, é fácil identificar um fusível “queimado”, basta verificar o filamento interno: se ele estiver rompido, o fusível deverá ser substituído.
No interior do veículo, existe a famosa caixa de fusíveis, na qual estão dispostos os fusíveis para a proteção dos itens eletrônicos e fiações instalados no veículo. Na tampa dessa caixa, a montadora ilustra o número de cada suporte de fusível, relacionando-o ao acessório ao qual o fusível está associado, além de indicar qual o valor e a capacidade em amperes de cada fusível.
Essas informações também constam no manual do proprietário com maior riqueza de detalhes.
Equipamentos e acessórios de grande potência – que consequentemente apresentam um maior consumo – terão fusíveis com capacidades maiores em amperes. Sendo assim, nunca substitua um fusível queimado por um de maior valor. Caso esse erro seja cometido, na eventualidade de um problema o fusível não abrirá o circuito, provocando avarias irreparáveis no chicote elétrico, em conectores e acessórios.
Lembre-se de que todos os fusíveis estão projetados para suportar uma corrente elétrica compatível com o limite tolerado pelos acessórios. Ou seja, se você substituir um fusível de 10 amperes por um de 20 amperes, por exemplo, durante um ocorrido em que a corrente no circuito atinja 15 amperes, seu fusível não “queimará”, mas seu acessório, sim. Por isso, siga a recomendação da montadora do seu veículo.
Então, sempre que ocorrer a queima de um fusível, faça a reposição por um de igual valor. E fique atento: não tente consertar o fusível queimado e jamais o substitua por um de maior valor. Se for reincidente, procure um eletricista.
Histórico - A palavra “fusível” tem sua origem no termo latino fusus (“fundido”). Sua concepção foi elaborada por um físico francês que partiu do método da utilização de condutores com diâmetro reduzido para a proteção de estações de telégrafos contra relâmpagos. Quando os fios mais finos eram derretidos durante uma descarga elétrica, os aparelhos e respectivos fios dentro do edifício poderiam ser protegidos.
Já em sua concepção atual, o fusível foi patenteado pelo inventor e empresário Thomas Edison, como parte de seu sistema de distribuição de energia elétrica.
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Tarcisio Dias é profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista, desenvolve o site Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) que apresenta o único centro de treinamento online sobre mecânica na internet (www.cursosmecanicaonline.com. br), uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os automóveis cada vez mais eficientes.
Coluna Mecânica Online® - Aborda aspectos de manutenção, tecnologias e inovações mecânicas nos transportes em geral. Menção honrosa na categoria internet do 7º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo, promovido pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. Distribuída gratuitamente todos os dias 10, 20 e 30 do mês.
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