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quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Coluna Fernando Calmon


Coluna Fernando Calmon 


Nº 1.232 — 20/12/22

 



Como novas tecnologias vão

tornar o tráfego mais seguro


Nos últimos anos houve muitos avanços para evitar acidentes, feridos e mortos no trânsito com a ajuda da tecnologia da informação (TI), inteligência artificial (IA) e conexão facilitada pela quinta geração de telefonia celular. Entretanto, os recursos são muito caros e nem sempre podem evitar todas as situações de perigo.

Alguns avanços, porém, independem de sistemas complicados. Três empresas – Cepton, do Vale do Silício (EUA), ALP.Lab, austríaca e TE Connectivity, americana sediada na Suíça – concluíram com sucesso um projeto batizado de Periscópio. A inovação amplia com sucesso o campo de visão do motorista para evitar perigos invisíveis à frente. Sensores do tipo lidar (radar óptico) montados em um cruzamento avisam sobre pedestres encobertos em esquinas e enviam sinais de alertas com cinco segundos de antecedência.

A comunicação em tempo real evita o acidente antes que seja tarde demais. Testes quantitativos nos próximos meses deverão confirmar essa descoberta inicial.

Estatísticas da agência americana de segurança no trânsito (NHTSA, sigla em inglês) apontam uma alarmante questão global. Um pedestre morreu a cada 81 minutos e um foi ferido a cada 10 minutos em atropelamentos, em 2020. A Comissão Europeia informou que, em 2021, 70% do total de mortes em áreas urbanas foram pedestres, ciclistas ou usuários de patinetes elétricos. Os sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS, sigla em inglês) ainda não têm eficiência total nessas condições.

Outra preocupação vem da exigência dos regulamentos de trânsito para os motoristas cederem o direito de passagem aos veículos de emergência. A alemã Infineon Technologies e a americana Cerence Inc. uniram-se para construir uma solução baseada em microfones veiculares de alta eficiência.

Isso permitirá detectar ativamente os veículos de emergência que se aproximam (caminhões de bombeiros, ambulâncias e carros de polícia), especialmente quando não estão à vista.

Para classificação e localização de som confiáveis os microfones são estrategicamente colocados na parte externa do carro. Assim, podem captar sinais de áudio sem distorção em ambientes muito barulhentos e em temperaturas entre -40 °C e + 105 °C. Isso assegura identificação certeira, mesmo quando o ruído de fundo obstrui o som da sirene.

Motoristas podem ser notificados de forma multimodal: volume do rádio ou de outra mídia é reduzido, um aviso visual na tela e outro sonoro.

E a alemã ZF acaba de anunciar a entrega do primeiro radar de imagem de alta resolução quadridimensional para a fabricante chinesa SAIC Motor, que tem a Volkswagen entre uma de suas sócias. O novo equipamento permite segurança avançada e funções de direção automatizadas.

Tem 192 canais, 16 vezes mais resolução do que um radar automotivo clássico, fornece detecção muito detalhada de cenas e objetos até 350 metros. Opera em quatro dimensões: alcance, velocidade, azimute ou plano horizontal, e elevação, no plano vertical.

O novo radar detecta imagem cinco vezes melhores como a de uma criança na estrada ou em que direção um pedestre está caminhando.

 

ALTA RODA

 

FORD voltou à lucratividade no Brasil após o fechamento de suas quatro fábricas: São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Troller em Horizonte (CE). A empresa, nos três primeiros trimestres de 2022, apresentou lucro líquido de US$ 300 milhões (R$ 1,56 bilhão). Só em serviços de engenharia terá exportado cerca de US$ 100 milhões (R$ 520 milhões) até o final do ano. 

Em 2023 lançará 10 produtos, incluindo três versões do furgão Transit. SUV elétrico Mustang Mach-E, nova Ranger, picape F-150 e Maverick híbrida foram confirmados. O cupê esportivo Mustang 2024 está na lista e se fala no SUV chinês Equator Sport e, talvez, F-150 elétrica.

PICAPE Gladiator não tem no estilo sua maior qualidade. Mas o desempenho fora de estrada é compatível com um verdadeiro produto Jeep. Bons ângulos de entrada e saída, suspensões de curso longo, desacoplamento comandado da barra estabilizadora dianteira, bloqueio eletrônico dos diferenciais traseiro e dianteiro e câmbio automático com caixa de redução acoplada permitem enfrentar trechos fora de estrada desafiadores. 

Em uso urbano e estradas pavimentadas também vai bem: boa distribuição de peso, suspensões relativamente confortáveis, espaço interno e bancos macios. Só é necessário atentar à sua largura (1.874 mm) para se manter dentro das faixas de rolamento.

EXATAMENTE o oposto pode-se dizer da experiência ao volante do subcompacto elétrico Caoa Chery i-Car. Muito fácil de estacionar (apenas 3.200 mm de comprimento), oferece quatro lugares, mas apenas duas portas, e um porta-malas (sem estepe) de somente 100 litros. 

Encosto bipartido do banco traseiro proporciona ganho extra de volume compatível com uso citadino. Bancos dianteiros são confortáveis e com comandos elétricos. Central multimídia não tem suporte a celulares Android e Apple (Caoa promete corrigir “em breve”). Carroceria de plástico ajuda no desempenho, pois o motor tem apenas 61 cv, mas torque muito bom de 15,3 kgf.m. Visibilidade também se destaca, porém as suspensões são algo ruidosas. Alcance urbano (Inmetro): 282 km.

 *A todos os leitores(as) feliz Natal e 2023 turbinado. É tempo de estacionar, mas volto ao volante na segunda semana de janeiro.



 

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