Coluna Fernando Calmon
Nº 1.321 — 3/10/2024
Anfavea projeta cenários flexíveis
para híbridos e elétricos até 2040
No atual panorama de
incertezas no mundo em relação ao que os consumidores vão decidir comprar, fica
mais difícil ainda fazer projeções para o Brasil. Mas como a indústria
automobilística tem que fazer investimentos altos e com grau de risco elevado
porque não pode errar, tudo se torna complicado.
De nada adianta
produzir só o que o governo quer, como na China, se os compradores com direito
de escolha nos outros países estiverem inseguros sobre os rumos. Mesmo no maior
mercado individual, o chinês, já se detectou este ano um soluço nas vendas de
modelos elétricos. Isso está cristalino — e algo bem mais que um soluço — nos
outros dois maiores polos mundiais, EUA e Europa. Na Índia e Japão, terceiro e
quarto mercados tomados individualmente, o cenário está favorável aos híbridos.
Por isso, as conclusões
do estudo da Anfavea e da especialista contratada Boston Consulting Group, que
acaba de ser revelado em versão final, apontam três hipóteses dentro do escopo
de descarbonização da atmosfera, pois o gás carbônico (CO2) é o principal
responsável pelo efeito estufa.
“Se hoje os modelos eletrificados respondem por pouco mais
de 7% do mix de vendas de veículos leves, em 2030 eles representarão de 39% a 54%,
em 2035, de 65% a 78% e em 2040, de 86% a 91%. Primeira possibilidade, nível de
adoção gradual; na segunda, nível de adoção acelerada”, afirmou a Anfavea em
comunicação oficial.
Convém comentar o termo da moda “eletrificado”. Veículos híbrido
básico (ou semi-híbrido), híbrido pleno e híbrido plugável enquadram-se na
categoria de motores a combustão com diferentes níveis de auxílio de um motor
elétrico. Diferente, portanto, de um carro 100% elétrico a bateria. No caso dos
hipotéticos 91% em 2040, estão somadas as quatro opções.
Entretanto, mesmo essa análise pode não refletir a realidade
atual, abalada por notícias recentes do exterior. A Northvolt está demitindo um
quinto de sua equipe global e suspendeu a expansão de sua principal fábrica de
baterias na Suécia. Stellantis e a empresa francesa Orano abandonaram o projeto
para reciclar baterias de veículos. A empresa também congelou os planos de
construir duas novas fábricas de baterias. Acea (Anfavea europeia) também
solicitou revisão da meta de redução de emissões de 2025 porque contava com a
“ajuda” de carros elétricos, contudo estes não encontraram compradores suficientes.
Audi Q7 2025 chega no fim do mês com boas novidades
A marca das quatro argolas entrelaçadas quer marcar os 30
anos de presença no Brasil com mais lançamentos. Um deles é o Q7 2025 de sete
lugares, visual renovado e preço confirmado de R$ 692.000 já no final de
outubro. Além da grade e para-choque traseiro novos, a Audi substituiu em boa
hora as saídas de escapamentos, antes apenas decorativas, por elementos
autênticos.
Faróis altos com tecnologia laser (opcionais) são acompanhados por assinaturas luminosas
selecionáveis. Suspensões passaram a ser adaptativas com distância
livre que pode variar entre 60 mm para cima e 30 mm para baixo, além de rodas
de 22 pol. Há opção de eixo traseiro esterçante.
Nos próximos três
anos haverá 20 novos modelos e agora em dezembro estreia o elétrico Q6 e-tron
com preços a partir de R$ 530.000. O modelo terá alcance de 411 km no padrão
Inmetro (bateria 100 kWh), 387 cv e sua arquitetura é a PPE (sigla em inglês
para Plataforma Elétrica Premium, de origem Porsche).
Hyundai lança Palisade e Ioniq 5 simultaneamente
Agora única
responsável pela importação de todos os seus modelos (antes exclusividade do
grupo Caoa) a marca sul-coreana já pôs à venda o SUV de oito lugares Palisade (R$
449.990) e o elétrico Ioniq 5 (R$ 394.990).
O primeiro é um dos
poucos SUVs de oito lugares no mercado brasileiro e suas dimensões
impressionam: 4,99 m de comprimento, 2,90 m de entre-eixos, 1,97 m de largura e
1,75 m de altura. O porta-malas comporta 595 litros e com as duas fileiras de
trás rebatidas são nada menos que 2.494 litros. Mesmo os dois passageiros da
última fileira encontram espaço para ombros, pernas e cabeças surpreendentes. E
o acesso a esta terceira fileira exibe menos contorcionismo do que em outros modelos
de menor porte.
Bancos dianteiros
têm comandos elétricos, o do motorista com memória. Central multimídia de 10,2
pol. tem boa resolução, mas poderia ser um pouco maior. Ergonomia interna
também se destaca. Motor 3,8 L, V-6 entrega 295 cv e 36 kgf·m, com aceleração
de 0 a 100 km/h em 7,7 s e velocidade máxima de 210 km/h. Mesmo com lotação
total não deve demonstrar lentidão em ultrapassagens em estradas, pelo que
demonstrou em um primeiro contato no autódromo Capuava, Indaiatuba (SP).
Consumo, no entanto,
cobra seu preço como esperado: pelo padrão Inmetro 7,3 km/l (urbano) e 9,9 km/l
(rodoviário).
Quanto ao Ioniq 5,
como todo elétrico, impressiona muito bem pelo desempenho. São dois motores com
a repartição correta: traseiro de 228 cv e 35,7 kgf·m e dianteiro de 101 cv e
26 kgf·m. Potência e torque combinados: 325 cv e 61,6 kgf·m. A sensação que
passa, ao pisar fundo no acelerador, é parecida com a de um carro esporte logo
nos primeiros 50 metros pela pressão no pescoço. Hyundai indica aceleração de 0
a 100 km/h em 5,3 s.
Embora a fabricante
sul-coreana o classifique como SUV, parece mesmo um hatch de teto elevado
dentro de um estilo agradável com um vinco lateral pronunciado em diagonal. Trata-se
de um modelo avantajado em dimensões: 4,65 metros de comprimento, 1,89 m de
largura, 1,60 m de altura. Entre-eixos de 3,00 m acomoda com grande conforto os
cinco passageiros.
Um pormenor
interessante: na alavanca do que seria o câmbio (obviamente não existe) a posição
D é para a frente e R para trás. Ao contrário do que se convencionou em modelos
automáticos, onde a posição R é sempre colocada para a frente. Esse novo
arranjo tem sua lógica, embora possa confundir em um primeiro momento. Achei
razoável.
Mais potência e retoques de estilo no Porsche 911
Estreia está
programada para o primeiro trimestre de 2025 nas versões cupê (R$ 868.000) e o
cabriolet (R$ 920.000). Além do foco na redução de emissões, ainda assim a
potência do boxer biturbo de 3 litros subiu para 394 cv e o torque manteve-se
em 45,9 kgf·m. Receberá ainda freios maiores tanto na frente quanto atrás.
No estilo, mudanças
sutis: os faróis agora são de LED HD-Matrix e incorporam as luzes auxiliares;
atrás reduziu-se o número de grelhas de ar de resfriamento no capô, integrou
mais duas entradas de ar e recebeu novos tubos de escape.
A marca alemã ainda
não informou quando será a abertura de pré-vendas.
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