Nº 889 — 17/5/16
Fernando Calmon
Mercado americano de veículos continua a reservar surpresas, como o impressionante poder de recuperação depois do mergulho para além do fundo do poço com a crise econômica de 2008/2009.
DIFERENÇAS SUTIS
Mercado americano de veículos continua a reservar surpresas, como o impressionante poder de recuperação depois do mergulho para além do fundo do poço com a crise econômica de 2008/2009.
Alguns chegaram a vaticinar que nunca mais o recorde anual de 17 milhões de unidades seria repetido.
Enganaram-se. Em 2015 foram 17,5 milhões de veículos leves e pesados e este ano caminha para 18 milhões.
Relatório do Bank of America Merrill Lynch, da semana passada, prevê que até 2018 sejam 20 milhões, embora outros analistas sustentem que o ponto de saturação esteja iminente.
Automóveis de passageiros (hatches e sedãs convencionais), de fato, perderam espaço para a soma de SUVs, crossovers, picapes e vans (nessa ordem).
Automóveis de passageiros (hatches e sedãs convencionais), de fato, perderam espaço para a soma de SUVs, crossovers, picapes e vans (nessa ordem).
Mas ainda respondem por pouco mais de 45% das preferências dos compradores. Os três modelos mais vendidos continuam sendo picapes, pela oferta concentrada de modelos com mesmo nome.
Há enorme fracionamento entre automóveis, porém aconteceu algo interessante no mês passado.
Um compacto (na classificação deles) apareceu pela primeira vez no quarto lugar geral e líder entre automóveis.
Trata-se do novo Civic, que pegou embalo depois da décima geração lançada no último trimestre de 2015.
No acumulado dos quatro primeiro meses deste ano, o Toyota Camry – médio para eles – continua a liderar, mas o desempenho do Honda é surpreendente.
Deixou o Corolla para trás, como já acontecera em 2012 e 2013, e deve se repetir lá em 2016.
Dentro de três meses, este Civic estará também no Brasil. No entanto, há diferenças sutis em relação ao mesmo modelo de topo vendido nos EUA, que a Coluna pôde avaliar em Los Angeles, Califórnia, e o que será fabricado aqui.
Cabe ressaltar que a reformulação total – primeira executada pela American Honda – inclui crescimento em todas as dimensões internas, externas e ainda do porta-malas (passou para 530 litros), ponto fraco das duas últimas gerações.
O estilo é ousado, como nunca antes, e apesar de a altura ter diminuído em 2 cm há mais espaço para cabeça no banco traseiro.
Pormenores do interior distinguem bem os pensamentos entre o consumidor americano e o brasileiro.
Nos EUA, é possível vender versões mais despojadas porque é “pequeno” para os padrões de lá, embora o Civic atual tenha porte próximo ao do Accord de uma década atrás.
Na versão Touring, a mais cara, há porta-revistas apenas no encosto do banco dianteiro do passageiro e a tampa do porta-luvas não dispõe de abertura amortecida. Para o Brasil esses itens serão “corrigidos”. Fora isso, o carro é exatamente igual.
O motor de quatro cilindros 1,5 L turbo, de 177 cv e 22,4 kfgm, mostra desempenho de um aspirado de 2,2 L, só que mais econômico no consumo de combustível.
A caixa de câmbio automática CVT, com marchas virtuais, tem respostas próximas do padrão mais aceito aqui, de “trocas” rápidas e bem definidas.
Campo de visão à frente melhorou significativamente. A dirigibilidade também, graças à nova caixa de direção eletroassistida de relação variável, bitolas maiores, suspensão traseira multibraço retrabalhada e buchas reprojetadas. O Civic ganhou em conforto de marcha e absorção de irregularidades do piso.
Nova fábrica de motores da Toyota, em Porto Feliz (SP), além de ser a mais moderna do grupo no mundo, tem flexibilidade para produzir tanto motores 1,3 e 1,5 L do Etios quanto os do novo Corolla.
RODA VIVA
Nova fábrica de motores da Toyota, em Porto Feliz (SP), além de ser a mais moderna do grupo no mundo, tem flexibilidade para produzir tanto motores 1,3 e 1,5 L do Etios quanto os do novo Corolla.
Este, chega ao mercado dentro de no máximo 18 meses. Usinagem e fundição estão sob o mesmo teto em posições vizinhas e com menor poluição possível.
Enquanto o País esteve focado no processo de impeachment da presidente da República na Câmara dos Deputados, no mês passado, uma diligente Comissão Especial aprovou projeto-de-lei, de 2011, para liberação de automóveis a diesel.
Relator Evandro Roman ignorou problemas ambientais, inclusive de CO2. Em plenário, será difícil de aprovar nos termos propostos.
Indústria automobilística japonesa avançou na consolidação inevitável de suas nove marcas de veículos.
Nissan adquiriu participação controladora (34%, de início) na Mitsubishi. Isso fortalecerá a aliança Renault-Nissan, mundialmente.
Por coincidência, o conglomerado Fuji decidiu mudar de nome para Subaru Corporation e assim revigorar a divisão de automóveis.
CITROËN terá identidade visual e mesmo alguns produtos bastante diferenciados da Peugeot.
O grupo franco-chinês PSA anunciou essa estratégia como definitiva e se soma à submarca DS.
No Brasil, hatch compacto C3 receberá o novo motor de três cilindros, 1,2 L, Pure Tech, que estreou no 208, logo no início de junho. Algumas unidades já estão em concessionárias.
Produtores brasileiros de couro, representados por curtumes, apertam o cerco sobre fabricantes e concessionárias contra o termo couro sintético ou ecológico.
Dificulta para o consumidor identificar o produto correto porque visualmente são semelhantes.
Algumas marcas usam os dois materiais nos bancos e nem todos percebem as diferenças táteis e de qualidade.
____________________________________
____________________________________
fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário