De Carro Por Aí - Roberto Nasser
Coluna nº 1.718 - 27 de Abril de 2018
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Yaris, entre Etios e Corolla (Divulgação)
Início de junho, apresentação e início das vendas do
Yaris, novo produto Toyota, posicionado em tamanho e preço entre o Etios e o
Corolla.
Na prática, é concorrente com o também nipônico Honda Fit e seu sedã
City – e disputará mercado com Fiat Argo/Cronos, VW Polo/Virtus, além dos GM
Ônix e Hyundai HB 20, líderes mirados, porém precocemente envelhecidos.
O foco
e a expansão neste segmento expõem a verdade: Nosso mercado é formado por
compradores de baixa renda automobilística.
A Toyota Brasil colocou fotos de
partes na Internet – coisa sutil, veja em https://www.toyota.com.br -, mas o
conjunto forma o Yaris feito na Tailândia, recém reformulado.
Não haverá
mudanças caracterizando o produto nacional.
Mecânica prevista, motor
fabricado na nova fábrica em Porto Feliz, SP, onde produz versões 1,3 e 1,5
litros aplicados ao Etios, porém assinalando evolução: cilindrada expandida a
1,6 litro, potência projetada em 128 cv.
Relativamente ao conjunto moto
propulsor do Etios, mudança nas transmissões: mecânica com seis velocidades, e
automática evoluída: sai a de restritas quatro velocidade e, em seu lugar, nova
caixa CVT – de polias variáveis, nova queridinha da indústria.
Tese da separação de carrocerias
para lançamento foi rejeitada: apresentação será de hatch e
sedã. Preço? Médios R$ 75 mil – na prática, versões de entrada, com motor menor
e transmissão mecânica a R$ 65 mil e versão de topo arranhando R$ 85 mil.
Focus Active. Possível substituto de Ka, Fiesta e Focus (Divulgação)
Sem sedãs, mas com SUVs, CUVs, elétricos.
A nova
Ford (e como fica no Brasil ?)
Na grande briga por sobrevivência, matriz Ford
cortou custos, operações, aumentou lucros em 7% no primeiro trimestre, e
reduziu substancialmente sua dívida antes do prazo previsto.
Chama a ação
de Programa Fitness. Jim Hackett, presidente, sem experiência no
ramo, aclamado pelos bancos e acionistas, e mostrou os planos para o futuro,
habilitando-se a aplicá-los.
Muda
A pregação de Hackett embute promessas amplas,
muito amplas, até as operações deficitárias na América Latina. Avisa tomar
ações apropriadas para conduzir crescimento lucrativo e maximizar o retorno dos
investimentos em longo prazo, para melhorar os pontos onde os negócios tem
baixa performance. E comunica, se o retorno não surgir no horizonte, empresa
mudará a mercados lucrativos.
Os pontos
Focar em produtos e segmentos vencedores,
significando dizer, no mercado dos EUA, cortar carros baratos e seus lucros
curtos.
Daí 90% dos produtos serão bem rentáveis: o líder picape
F 150,
utilitários e veículos comerciais, sem investir no mercado de sedãs, de demanda
declinante.
Nos anos seguintes, o portfólio de automóveis focará apenas no
Mustang e num chegante Focus Active, crossover/CUV a ser
lançado próximo ano. Na prática significa acabar com os produtos à venda no
país de base – Fiesta, Fusion, C-Max e Taurus;
Terá compromisso com novos caminhos de propulsão e
mobilidade, agregando tecnologia híbrida em produtos de altos lucros, como o
picape F 150, Mustang, Explorer, Escape e o esperado próximo lançamento de
nicho, o Bronco;
Em 2022 terá 16 veículos exclusivamente elétricos;
Articular plataformas de mobilidade, e do negócio
de carros autônomos.
Aqui
No caso sul americano – entenda-se Argentina,
Brasil e a cômico-periclitante Venezuela -, os resultados mundiais da atuação
da companhia no primeiro trimestre exibem redução no prejuízo relativamente ao
exercício passado: US$ 149M – uns R$ 5M/dia – dos quais o Brasil, operação
maior, tem buraco proporcional.
A operação sul américa, antiga, 103 anos na
Argentina e 102 no Brasil, dá na prática os sinais acadêmicos do Basta: há
cinco anos tem prejuízo.
Os sinais e a decisão da matriz em cortar o
problema foram expostos pela Coluna 0818, 23.fev, e
aparentemente se adensaram com a recente assinatura, entre a fabricante e o
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de pacto de garantia de empregos na grande e
pioneira fábrica em São Bernardo do Campo, SP.
O prazo sinaliza o
não-investimento em novos produtos e o possível fechamento da unidade,
resumindo a operação de fazer automóveis apenas em Camaçari, BA.
Aí teria apenas
um modelo, o Focus Active – seu motor tri cilíndrico, 1,5 litro, aspirado,
iniciou ser produzido em Taubaté, SP, para abastecer mercado interno e externo.
Investimento exibe planejamento para construir motores e transmissões mecânicas
no Brasil, para uso doméstico e exportações. Consequências industriais do
não-investimento será a falta de novos produtos; o fim da produção de
caminhões; redução no rol dos produtos importados, sem renovação para o Focus
na Argentina e o fim do Fusion, no México.
Consultada, a Ford Brasil resume informações
gabaritando-as apenas para o mercado norte-americano – EUA, Canadá, México. Mas
o discurso de Jim Hackett foi mundialmente claro: sanar dificuldades, observar
os lucros. Caso contrário, adeus.
Em resumo, ao comemorar 117 anos a empresa quer
fugir do risco de naufrágio e renascer.
Cheguei – Para marcar mudança de motores – sai o Ford
2,0 Ecoboost e entra o Ingenium, projeto próprio, também 2 litros e iniciais
300 cv – Jaguar fez duas edições especiais do sedã XE, sua entrada na
morfologia.
Jaguar – São o 300 Sport e seu desenvolvimento
Landmark Edition. Pontos comuns, tela de 25 cm, Zero a Cem km/h em 5,7s. Versão
Landmark para choques diferente, amortecedores com maior pressão e rodas em
liga leve, 18”.
Depois - Não se sabe quantas unidades serão
importadas ou a duração das séries, tipo First Edition. Mas, acabando, o XE
continuará com o novo motor Ingenium.
Característica – Mercados diferem entre si pela
adequabilidade dos produtos e características dos clientes. Na China, maior do
mundo, a exigência é espaço interno. Praticamente, desde o tempo de produzir o
nosso Santana esticado 12 cm entre eixos, para atender compradores, há que
esticar veículos.
Caminho – Audi mostra isto no Salão de Pequim, ora em
realização. Fez o primeiro SUV Limo, esticando a plataforma de um utilitário
esportivo Q5.
JAC T80 – Re designado como T80 o SAV grande S7,
importador JAC no Brasil tra-lo-á ao País. Sérgio Habib, titular do negócio,
quer formar a maior linha de utilitários esportivos no país e dobrar vendas a
8.000 unidades.
Como é – 7 lugares em 4,8 m de comprimento, maior no
segmento; câmbio automático com dupla embreagem, motor pequeno: 4 cilindros, 2
litros, turbo alimentado, circa 200 cv e mais de 300 m.kgf de
torque.
Trava – GM Argentina suspendeu produzir Cruze hatch e
sedã, tipo freada para arrumação. Voltará operar aos 7 de maio. Trava para
vender estoque. No outro lado do mundo, na Coréia, empresa atravessa problemas
e prejuízos.
Método – No tocar a produção, apesar de o produto ter
origem coreana, prevalecem os métodos de administração norte-americana.
Japoneses nunca teriam tal problema, pois não formam estoques, nem fazem
liquidação ou grandes descontos desvalorizando o produto. Sua fabricação atende
aos quantitativos de pré venda e encomenda dos revendedores.
Dúvida – GM fez grande promoção de vendas para
limpar os pátios, mas ainda assim restou estoque grande, exigindo fechar a boca
do forno, pois os balcões estão atulhados.
Mercado – Seat, a marca espanhola da Volkswagen,
interessada em ampliar negócios – e se justificar ante maus resultados -,
declarou ano passado interesse em retornar à América do Sul.
Volta - Esteve no Brasil ao início das
importações, e depois foi-se, idem na Argentina, com montagem parcial. No
entusiasmo considerou produzir no Mercosul, nas instalações industriais da
associada Volkswagen – com motores brasileiros, por exemplo.
Método – Para abordar o Mercosul, iniciou pelo pequeno
mercado uruguaio, mas por abordagem ofensiva: mandou veículos de estoque, fora
de produção, no caso os Ibiza geração 4, acompanhados de Toledo – lançado em
2012 -, e León, atualizado em 2016. O abaixo do Equador continua colônia.
Sulamericanismo – No Uruguai a obrigatoriedade de veículos
conter ancoragem ISO para cadeiras de crianças, vigindo a partir deste mês, foi
adiada para 2019. Medida havia sido acordada dentro das regras do Mercosul, mas
questões paralelas e não-técnicas decidiram pela postergação.
Porque? – Mercado limitado, conta com unidades de
estoque remanescente, querendo aproveitar a não obrigatoriedade até o último
momento. Daí, por pressão dos importadores e distribuidores, o governo uruguaio
postergou a vigência – protegeu comerciantes, desprotegeu os pequenos
passageiros.
Leque – Iniciando retomada de negócios,
preparando-se para novos concorrentes em sua faixa de atuação – Nissan, Renault
e Mercedes -, Mitsubishi atualizou seu picape, criou novas versões,
particularizou com equipamentos e acessórios.
O que – Empresa padronizou o produto, com exclusivo motor
de quatro cilindros em alumínio, diesel, 2,4 litros, 190 cv e 43,9 m/kgf de
torque, tração nas 4 rodas. Opção, transmissão automática ou manual. A todas
chama Sport, e tipos são GL, GLX, GLS, HPE, HPE-S. Preços vão de R$ 121.000 a
R$ 175.000.
Mit L200 Triton. Trato externo, padronização mecânica
Tendência – Marron e Bronze, cores terrosas, serão de aparente demanda no mercado. Ford aposta nisto, aplicando um certo Marron Trancoso Metálico à versão Storm do EcoSport e a protótipo do Ka FreeStyle, dito CUV da marca.
Olhar – Adília Afonso, olhar supervisor de Design da
empresa na América do Sul, ex especialista em interiores, justifica mescla de
associações dos tons à natureza, seriedade, maturidade, segurança e
prosperidade material. E mandou o fornecedor aplicar punhado extra de
partículas de pérolas para iluminar.
Eco. À plebe, marron metálico. A especialistas, mescla com pérolas.
Expansão – Jaguar Land Rover transformou filial brasileira em matriz para ações na América Latina. A partir de S Paulo coordena mercados do México e toda a América do Sul. Á frente, Frédéric Droin, presidente da operação Brasil.
Festa – Ford comemorou 50 anos da
produção do primeiro motor na fábrica de Quiririm, Taubaté, SP, inaugurando
fabricação do novo 1,5 Ti-VCT, tri cilíndrico, 130/137 cv, gasálcool/álcool, e
nova transmissão manual.
Passado – Tal fábrica foi aquisição
da Willys-Overland no caminho de tornar-se a maior à implantação da indústria
automobilística no Brasil. Deu-lhe meios de produzir o primeiro motor a gasolina.
Ford deveria preservar o pioneirismo, abandonado ao lado das construções hoje
operacionais.
Pelo Ar – Renault e a gigante
tecnológica SAP fizeram acordo: analisar característica dos compradores e a
eles oferecer carros da marca e formas comerciais. É o K Commerce. A
informática e a Internet mudaram a vida - e mudarão as relações com os
revendedores.
Relevo – Mercedes inaugurará próximos dias pista de testes
para caminhões. Fica em parte da fazenda adquirida para implantar a fábrica de
automóveis em Iracemápolis, SP. Anda na contra-mão. Ford e GM, pioneiras com
este importante equipamento e seus laboratórios, muito reduziram seu uso.
Cuidado – Luciano – Xirú Doido –
Braga, atingiu 1,5 milhão de quilômetros rodados em seu caminhão VW 24.250 com
motor Cummins diesel.
Segredo, cuidado de dono para o uso; trabalhar na faixa
de rotações definida pelo fabricante; manutenção em oficina autorizada; troca
de óleo na quilometragem correta. E sorte. Crê, atingirá 2M de quilômetros.
Merece ganhar motor novo.
Gente – Claudio Demaria, engenheiro, espécie de bruxo-mór
na Fiat, transferência.
OOOO Itália, para formular nova geração de produtos para Europa,
Oriente Médio e África.
OOOO Dentre outras façanhas acertou usada plataforma
para ser base para sucesso e lucro de Jeeps Renegade e Compass, Fiats Toro e
500C. Merece uma estátua.
OOOO Márcio Henrique Tonani, também engenheiro, assume o
posto. Desafio.
OOOO Antoine
Gaston-Breton, francês, aumento de responsabilidades.
OOOO Antes
geria marketing da Peugeot, incorporou DS e Citroën.
OOOO Nesta substitui o português Nuno
Coutinho, de volta à Europa.
OOOO Wilson Bricio, Presidente do Grupo ZF
para América do Sul e CEO da ZF do Brasil. Acumulação.
OOOO Gabriel El-Bredy, ex jornalista,
carreira.
OOOO
Deixou relacionamento com a imprensa na Jaguar Land Rover, tornado interface
com importadores e distribuidores da marca na América Latina.
OOOO Alberto César Otazú, jovem
kartista, recorde.
OOOO 60a vitória em dois anos e dois meses de carreira, 10
neste ano. OOOO
Fiat Cronos, compacto bem formulado.
Cronos, a Fiat no bom caminho
Para aproveitar a expansão do segmento de sedãs
compactos, Fiat concentrou no Cronos as maiores demandas dos clientes:
aparência, funcionalidade, conforto a passageiros, porta malas grande,
conectividade, mimos tecnológicos, opções em versões, preço.
Bem formulado esteticamente, com a maestria de
Peter Fassbender, seu designer-chefe, 28 anos de Fiat e 16 de Fiat Brasil, o
Cronos inaugura um caminho de estilo, envelhecendo os concorrentes e bem
sucedendo os carros da marca.
Mais que novo sedã, espelha e traduz a revolução
tecnológica e de qualidade imposta à Fiat por sua gestão anterior.
Hoje, os
métodos de construção, montagem, finalização estão mais próximos da Alemanha
que da Itália, e isto é perceptível desde o som da batida do fechamento das
portas. Cronos e seu parceiro Argos demonstram o grande ganho de qualidade.
Design sugerindo esportividade, harmónico entre
frente, laterais e traseira, detalhes como o medidor de pressão de pneus em
todas as versões, opções de motores 1.3 e 1.8 litros, câmbio manual,
automatizado ou automático permitem amplo leque de configurações e preços. O
Fiat Cronos sedimenta o caminho iniciado de ganho de qualidade e
individualidade aberto pelo Argos.
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