Fernando Calmon
Nº 1002 — 20/7/18
VENCEDORES E VENCIDOS
O balanço de vendas por modelos do primeiro semestre traz
novidades. O mercado brasileiro demonstra rápida mutação e assim a coluna reviu
alguns critérios, embora mantendo 16 segmentos. Pela baixa procura as stations
foram desconsideradas nessa classificação.
Hatches médio-compactos também: os
três principais modelos juntos só encontraram menos de 10.000 compradores nos
primeiros seis meses de 2018.
Já os sedãs vêm se diversificando no segmento de compactos,
ainda de longe o mais importante com 52% das vendas totais. Distância
entre-eixos, principal critério em nosso ranking técnico, tem levado vários sedãs
compactos a se afastarem dos hatches de mesma arquitetura. Então, criou-se
segmentação especial para aqueles, tanto para compactos quanto médio-compactos.
SUVs compactos continuam a avançar. Representam agora 13% do
mercado brasileiro, sem incluir hatches convencionais “aventureiros”
travestidos de utilitários esporte. Todos os segmentos de SUVs já respondem por
20% das vendas totais e, tudo indica, continuarão a avançar nos próximos anos graças
aos lançamentos. Seguem tendência do que acontece até mesmo na Europa.
No período considerado, há novos vencedores. Conforme
previsão da coluna em janeiro último, Kwid assumiu a liderança entre
subcompactos. Mustang arrebatou facilmente a posição entre esportivos (usam
componentes de modelos de alta produção), enquanto os Porsche 718
Boxster/Cayman voltaram a liderar entre os carros esporte verdadeiros. Mercedes
Classe E superou BMW Série 5 por apenas 3 unidades (1 p.p. à frente).
Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos
Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos e pela
importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Hatch subcompacto: Kwid, 45%; Mobi, 38%; up!, 15%. Como
previsto, Kwid.
Hatch compacto: Onix, 24%; HB20, 14%; Ka, 13%; Polo, 9,3%; Gol,
8,9%; Argo, 8%; Sandero, 7%; Fox, 5%; Etios, 3%; Fiesta, 2,4%; March, 2%; Uno,
1,3%; 208, 1%. Líder inconteste.
Sedã Compacto: Prisma, 19%; Ka, 11%; Virtus, 10%; HB20, 9,2%;
Voyage, 9,1%; Versa, 7,7%; Etios, 7,1%; Cronos, 6,6%; Logan, 6%; Grand Siena,
5%; Cobalt, 4,9%; City, 4%. Prisma com folga.
Sedã médio-compacto: Corolla, 43%; Civic, 20%; Cruze 15%; Focus,
3,6%; Jetta, 3,5%; C4 Lounge, 3%; Sentra, 2,7%; Cerato, 2,4%. Sem ameaças.
Sedã médio-grande: Mercedes Classe C, 29%; Fusion, 26%; BMW
Séries 3/4, 21%. Classe C confirma.
Sedã grande: Mercedes Classe E/CLS, 37%; BMW Série 5/6, 36%; Panamera,
16%. Reação do Classe E.
Sedã de topo: Mercedes Classe S, 69%; BMW Série 7, 15%; A8, Jaguar
XJ e Lexus LS500h, 4%. Empate triplo: 3º lugar.
Cupê esportivo: Mustang, 79%; Audi TT, 12%; Mercedes SLC, 6%. Mustang
vira rei.
Cupê esporte: 718 Boxster/Cayman, 46%; 911, 35%; Mercedes-AMG
GT, 5%. Domínio Porsche.
SUV compacto: HR-V, 16%; Kicks, 15%; Renegade, 14,8%. HR-V
balança.
SUV médio-compacto: Compass, 52%; ix35/Tucson, 13%; Sportage,
5%. Liderança consolidada.
SUV médio-grande: SW4, 42%; Equinox, 16%; Discovery Sport, 12%.
SW4 tranquilo.
SUV grande: Trailblazer, 28%; Mercedes GLC, 12%; XC90, 8%. Folga
do líder diminuiu.
Monovolume: Fit/WR-V, 62%; Spin, 28%; C3 Aircross, 8%. Fit
ainda avançou.
Picape pequena: Strada, 49%; Saveiro, 33%; Oroch, 10%. Strada,
dona do pedaço.
Picape média: Toro, 31%; Hilux, 21%; S10, 18%. Toro viu e
venceu.
ALTA RODA
VALORIZAÇÃO do
dólar traz impactos agora e nos próximos meses. Custos internos de produção subiram
(há componentes importados em todos os modelos nacionais), diminuirão os descontos
e, em seguida, aumentos superiores à inflação nos preços sugeridos. Por outro
lado, fornecedores aqui instalados serão beneficiados na procura por maior
índice de localização de peças.
GREVE de
caminhoneiros de maio último expôs a concentração do modal rodoviário no Brasil.
Mas é bom lembrar que 11 dias de bloqueio de estradas e saídas de refinarias
trariam o caos em qualquer país, mesmo onde ferrovias e hidrovias tenham papel
relevante. Nenhuma multa aplicada, por ordem judicial, será cobrada. Isso é bem
mais grave que o rodoviarismo em si.
HONDA CR-V,
importado dos EUA, perdeu competitividade em preço, mas apresenta conjunto bem
superior à geração anterior. Destaques: motor turbo de 190 cv, espaço interno (inclusive
atrás, pelo assoalho plano), suspensão robusta, direção precisa e o essencial
freio de imobilização elétrico (evita avanço lento em Drive). Câmbio automático
CVT não empolga mesmo.
DICA para dias de
inverno. Para alcançar rapidamente temperaturas confortáveis no interior do
veículo deve-se deixar o ar-condicionado desligado e acionar apenas o aquecedor.
Em três ou quatro minutos o motor atinge os 90 graus e melhora o ambiente no
habitáculo. Se houver embaçamento dos vidros, aí sim se aciona o ar-condicionado:
menos de um minuto basta.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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