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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

2025 é o Ano do Brasil na França


Obra de Dedé Ribeiro que estará em exposição em Paris, em abril (foto: divulgação)
Por Duda Tawil

Paris vai ganhar um centro cultural para celebrar o Brasil durante toda a Temporada do Brasil na França de 2025. A partir de abril, o VERSO-centro cultural itinerante, criado especialmente para acolher uma programação brasileira intensa, vai circular até setembro por diferentes espaços culturais parisienses, de um casarão no Marais a um Campus Universitário. O formato nômade, pensado para criar conexões com diferentes públicos franceses apresenta, ao longo de sete meses, um programa com dezenas de exposições, eventos festivos e gastronômicos, conferências e debates de idéias, encontros profissionais, shows musicais, karaokês e projeções de filmes no VERSO cineclube.

A programação é plural e através de temáticas escolhidas por Rosângela Meletti, da Collège de Navarre, e Pat Monteiro Leclercq, da Bref Design Art, foi traçada uma curadoria exigente e comprometida em levar aos franceses, as tramas poderosas da produção cultural brasileira:  a Arte Ambiental e o Modernismo,  a influência global da bossa nova e da música brasileira sem fronteiras, a projeção internacional da cultura afro-brasileira, a exportação dos gostos alimentares e a gastronomia brasileira,  as inovações que transformam a vida dos brasileiros, o Brasil feito pelas mãos das mulheres e as expressões dos enormes desafios no século XXI para a Amazônia, terra das matrizes brasileiras.

Os eventos que inauguram a itinerância brasileira em abril são a exposição ColonialMente da gaúcha Dedé Ribeiro – 16 colagens que têm como pano de fundo a questão decolonial – e uma conferência com Roberto Cabot desvendando a influência francesa na arquitetura carioca.  Em maio, o DJ franco-brasileiro Wilson Pottier lidera um baile pop bem brasileiro com 8h de duração, em um espaço de 12000m2 e, no Anfiteatro da Sorbonne, Mari Corrêa e o Instituto Catitu convidam personalidades vindas da floresta e da academia para um dia de imersão nas questões da Amazônia.

A programação completa será amplamente divulgada pelas redes multicanais da Standall Média de produção jornalística que, além das atividades do centro cultural itinerante, vai cobrir os eventos brasileiros no Brasil na França 2025 e estará sempre nas mesmas instalações do VERSO.

Lilian Morais: arte política e resgate histórico

Lilian Morais é uma artista visual cuja obra transita entre a estética e a denúncia. Seu trabalho, marcado por uma forte visão política e social, investiga as mazelas da incursão europeia sobre os povos indígenas no Brasil, os impactos ambientais da monocultura do eucalipto e a invisibilização das mulheres na sociedade.
 
Nascida na Paraíba e recentemente recebeu seu título de cidadã de Vitória da Conquista (BA), Lilian iniciou sua trajetória artística ainda na infância, desenhando e pintando de forma autodidata. Apesar de ter seguido carreira em Publicidade e Propaganda, nunca abandonou a arte, que se tornou sua principal ferramenta de contestação e resistência. Seu olhar crítico volta-se especialmente para os efeitos devastadores do colonialismo, seja na destruição de culturas originárias ou na exploração predatória de recursos naturais.
 
Em sua série Descolorando o Colonizador, Lilian retrata a violência da incursão portuguesa sobre os povos indígenas, abordando desde o genocídio até a imposição religiosa. Já na intervenção  “A esterilização do solo e a morte do camponês baiano, realizada na Praça 9 de Novembro, em Vitória da Conquista, denunciou a devastação causada pela monocultura do eucalipto e o uso intensivo de agrotóxicos, alertando para as consequências ambientais e socio-econômicas desse modelo.
 
Além disso, Lilian Morais também questiona a invisibilidade feminina, especialmente das mulheres acima dos 60 anos, propondo reflexões sobre imagem, identidade e luta de classes. Sua pesquisa sobre os povos Tabajaras do Ceará, por exemplo, conecta a resistência indígena à introdução de novas culturas pelos portugueses, como a renda de bilros, evidenciando as marcas desse encontro invocado.
 
Doutora Honoris Causa pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris, Lilian também desenvolveu escritórios para imigrantes em Montreuil, do lado da capital francesa, no projeto Resignificando o Inconsciente . Seu trabalho extrapola a tela e se insere no espaço público, buscando dialogar diretamente com a sociedade e provocar mudanças.
 
Seja nas artes plásticas, nas intervenções urbanas ou na composição de imagens para videoclipes, como em sua parceria com o cineasta Walter Lima Jr. para um clipe de rap, Lilian Morais mantém o compromisso de produzir algo esteticamente belo enquanto denuncia questões devastadoras. Sua arte não é um refúgio, mas um chamado à ação!

Lilian em plena ação artística (foto: facebook)
Mais informações: @lilianmorais.art
 
No Pelô tem Juliana Ribeiro e “As Carnavalescas”
 
Sempre agitando uma novidade no Carnaval de Salvador, depois de amanhã, domingo, às 17h, a cantora e compositora Juliana Ribeiro estará com show inédito na Praça Tereza Batista, no Pelô. Ela o chama de  “As Carnavalescas: a folia de rua das empoderadas”.
 
É um show só sobre as divas, com seus repertórios de vários períodos da MPB, e gerações: de Chiquinha Gonzaga a Margareth Menezes, passando por Carmen Miranda, Maria Alcina, Amelinha, Gal Costa, Baby do Brasil, Elza Soares, e seus clássicos carnavalescos. 
 
As canções de Ju estarão no repertório também, “além das matriarcas:  D. Dalva Damiana, D. Edith e D. Lindaura, que já pegaram o prato!”, diz ela, entusiasmada.

Variadas músicas de Carnaval com Ju Ribeiro, no Pelô, domingo de tardinha (foto: Mariana de Paula ).
DiDengo e a renovação para a axé music
Liderado por Biel Brito, o grupo DiDengo traz em suas canções, melodias que são inspiradas no gênero, pois a axé music segue sendo referência e inspiração para músicos e bandas do cenário baiano. E foi assim, bebendo na fonte do ritmo, que a banda DiDengo chegou trazendo toda a sua brasilidade e musicalidade para as suas letras.
 
Em ano de celebração aos 40 anos da axé, a DiDengo, a banda traz toda essa inspiração do gênero que nasceu na Bahia e levou o Estado a ser conhecido musicalmente por todo o país, quiçá no mundo.
 
“O Axé é minha formação musical, a percussão, desde as claves africanas e latinas (que também são baianas e brasileiras), até os hits de Luiz Caldas, o fervo da voz de Ivete Sangalo, o repertório de Bell Marques, a incrível força de Margareth Menezes, a vibração de Daniela Mercury, as guitarras de Durval Lélys, os clássicos do Eva, a poesia de Saulo Fernandes… aprendi, aprendo e aprenderei pra sempre com tantas possibilidades que a Bahia e o axé trazem pra minha vida”, comenta o cantor.
 
A banda, que faz parte da nova geração musical baiana, segue levando sua musicalidade por onde passa, com a certeza que a música se renova, mas que a axé sempre fará parte de cada melodia presente nas letras e canções da DiDengo.
 
Mais informações: @bandadidengo
 
Biel promete renovação nos 40 anos da axé (foto: Alan Martins – divulgação)
 

BLOCO DA CIDADANIA 2025 – CARNAVAL DE SOLIDARIEDADE! 🎶✨

O Bloco da Cidadania volta às ruas do Pelourinho nos dias 28 de fevereiro e 1º de março, a partir das 17h, espalhando alegria, cultura e solidariedade!
Criado em 2008 pela Ação da Cidadania – Comitê Salvador, o Bloco da Cidadania nasceu com a missão de promover a Campanha Carnaval Sem Fome, incentivando a solidariedade por meio da troca da camisa oficial pelo Kit Solidariedade (1 kg de feijão, 1 kg de arroz e 1 kg de farinha). Com o tempo, o bloco ampliou sua atuação, distribuindo preservativos e realizando diversas ações de conscientização, incorporando ações culturais, sustentáveis e cidadãs em suas atividades.

O Bloco tem importante chancela internacional da ONU, através da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).

Editor: Nelson Rocha, de Portugal

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