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quinta-feira, 14 de maio de 2015

FREIO DE PÉ, UM EQUIPAMENTO SEM FUTURO

Ricardo Caffarelli
Caros amigos leitores internautas e fãs de antigomobilismo, me passou pela cabeça escrever sobre um tema que achei estar em perfeita consonância com a situação que o País vive. 

O freio de mão
Um ítem sem destaque nas manchetes automotivas e com, inclusive, tendência a ser esquecido. 

Basta observarmos os modelos mais sofisticados hoje que possuem freio de mão eletrônico, que luxo. 

Apenas um toque de botão e o freio de estacionamento é acionado.

Mas não foi sempre assim.
Observando uma autentica carruagem de 1800 que possuímos na coleção, o freio de mão está lá, do lado direito, lado onde os cocheiros conduziam as carruagens e daí o motivo pelo qual os automóveis ingleses têm a direção do lado direito. 

Neste modelo, é uma rudimentar maçaneta giratória que, através de um grande eixo rosqueado, aperta um pedaço de ferro junto à roda traseira da carruagem.

Já em automóveis mais “modernos” este ítem foi evoluindo e mudando de posição, embora algumas picapes ainda o usem. 

Nos famosos modelos “T” da Ford, o freio de mão estava associado à manobra e mudança de marcha. 

Nos demais, em geral, um sistema quase sempre mecânico e que acionava as rodas traseiras.

Recordo-me de um aspecto curioso utilizado pela linha Jaguar. 

Em um Jaguar XJ-S 1979 que tivemos o freio de mão ficava localizado do lado esquerdo do banco do motorista e tinha um sistema que após ser acionado, a alavanca descia para a posição de descanso. Um perigo para os mais desavisados. 

Aliás, nos idos de 1992, quando a Jaguar começou a vender no Brasil o remodelado modelo XJ-6 e XJ-12, um renomado ator global cometeu esse equívoco de sair com o carro e esquecer de soltar o freio... como a gíria diz hoje... “deu ruim”.

O freio de pé foi um tipo de freio muito utilizado e que caiu um pouco no esquecimento mas que é muito eficiente, prático.

Ele normalmente é um pedalzinho pequeno que fica lá no canto esquerdo do motorista. Apertou, freiou. 

Para soltar, normalmente uma prosaica alavanca ou como também tivemos num sofisticado Cadillac Seville STS 1993, o “release” era automático, bastava colocar a alavanca em Drive. 

Mas e se o carro morresse ou acabase a bateria, por exemplo.... ah... aconteceu uma vez. 

Eu nem estava presente, mas minha mãe me ligou aflita perguntando como fazer para soltar o carro. Sorte que eu tinha lido o manual. 

Tinha uma alavanca minúscula escondida junto ao pedal para soltar manualmente! Ufa.

Então, qual será o futuro do freio de mão? 

Eu acho que ele vai acabar virando um ítem automático que nossos filhos ou netos nem vão saber explicar o que é. Aliás, alguns modelos mais sofisticados, como os Audis já usam um freio de mão elétrico, colocado no console central entre os bancos da frente.

Só espero que nosso País solte esse freio da economia de vez, pois, como está, “acho que vai dar ruim”...

Um abraço e até a próxima!

Ricardo V. Caffarelli

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