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sábado, 24 de dezembro de 2016

Se tem um setor da economia que, em 2016, não deixará boas lembranças, a não ser pelos belos lançamentos ocorridos no ano, principalmente no segundo semestre, é o automotivo, afinal, as vendas voltaram aos níveis ruins de 2015 e pioraram 19% nos automóveis e entre 50 e 70% nos veículos de trabalho. As exportações foram o único alívio, mandando para fora 500 mil veículos. Esperanças em 2017 são poucas, mas pode haver um crescimento mínimo de 10%. Dos males, o menor.


Coluna n º 5216 - 24 de Dezembro de 2016
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2016. Sem saudades, porém educativo

Quais tenham sido suas experiências no cruzar dos dias de 2016, boas, sofríveis, más, com ganhos, a sensação de tempo apenas passado, ou perdas aferíveis, a todos nós terá ficado a certeza de termos vivido período único. 

O processo politico/econômico recheado pelo impedimento da ex-presidente; sua pífia lembrança; o fim do ciclo polularesco, trocando a esperança pela estrutura de assalto ao País, a surpresa do deficit público; os processos de punição transformando-se na questão do dia pela variedade e agentes; as condenações e prisões; a teatralidade exibida por réus ou por condutores do processo; o patinar pela busca de terreno firme para a retomada do desenvolvimento; a desarmonia dos poderes, tudo ficará marcado em nossas experiências.

Tomara a massa dos pagantes de Imposto de Renda, os leitores de jornais, formem consciência de mudanças, passando tratar política e seus agentes como coisas de seu universo, com preocupação de participar, desde o saber passado dos candidatos, ligações, interesses, até ficha penal e folha corrida. 

E pós-voto assumir postura de cobrança de ética no comportamento, a começar por rever e dar ao país estrutura proporcional para impedir o mal feito. 

E isto só ocorrerá se o mecanismo de educação da sociedade, a punição aos desvios de comportamento, tiver estrutura para funcionar e atender ao universo da população. 

Polícia e Judiciário precisam ter volume proporcional às demandas. Policia que não apura e Justiça que não julga, não geram estabilidade social.

Sem mudar a base apenas estaremos pagando cada vez mais para recompor as contas dos cíclicos métodos de assalto ao país – que vão do descontrole dos super salários, ao varejo dos gastos desmesurados dos Legislativos e do Judiciário, à indicação do assessor sem qualificação, das compras públicas superfaturadas e sem qualidade, tantas mazelas.

O País não pode continuar esquecendo o escândalo de ontem pela novidade do escândalo de hoje. 

Esta farra que vai do pequeno município aos palácios brasilienses, tem que acabar - ou nosso futuro sempre será o de país do inatingível futuro. 

Exemplo pode se iniciar com a revogação das inexplicáveis vantagens concedidas à ex-presidente varrida do poder. 

Meu imposto seria mais útil com escolas, hospital e polícia que pagando as contas da defenestrada dona Dilma. RN

Sobre rodas, como foi 2016
Teve de tudo, mas com certeza a maior referência setorial terá sido o insólito: executivos da indústria automobilística processados, presos e condenados pela busca de vantagens oficiais por caminhos espúrios. 


Fora do registro a merecer estudo de risco para explicar tal noção de superioridade à lei, no geral e numericamente o ano não foi bom. 

Ao contrário, ante previsão de estabilização aos maus níveis de 2015, o País piorou 19% em consumo de veículos. 

Mau indicador, veículos de trabalho como caminhões e ônibus tiveram queda de 50 e 70%, mesmos índices de ociosidade industrial. 

Setor de auto peças com resultado semelhante, e a rede revendedora se desmilinguiu – investiu para vender 5M de veículos e o volume caiu abaixo da metade, inviabilizando operações. 

Expansão apenas nas placas de Vende-se, Aluga-se, Passa-se o ponto, e distribuição de currículos…

Indústria manobrou rápido e desvalorização da moeda fez crescer exportações, mandando 500.000 veículos portos afora.

Negócio

Investimentos mantiveram-se aplicados e novos foram anunciados, ante a certeza de bons dias e da estratégia de ter produtos novos para surfar quando a onda aparecer. 


Fábricas com olhos puxados, sempre imunes a crises, proceder diferente: chinesa JAC não levantou paredes para fábrica, em meio a intensas mudanças, de sociedade a projeto. 

Deixa a dúvida se terá operação industrial, ou limitar-se-á às importações. Chery, primeira a se instalar, tem operação mercurial, traçada pelo humor do sindicato de metalúrgicos de Jacareí, SP. 

No tema dificuldades de relacionamento com representação sindical, a HPE, ex-Mitsubishi, enfrentou greve. 

Sindicato ainda não entendeu ser para valer o aviso dado ao estado de Goiás no princípio do ano: empresa ameaçou mudar-se e governo tremeu. 

Fábrica é o esteio do pequeno município de Catalão, e a responsabilidade pelo desemprego de 4.500 pessoas periclitará para o lado dos líderes sindicalistas.

Em situação assemelhada porém de origem diferente, o Grupo Volkswagen enfrentou mundialmente problemas com fornecedor de bancos. 


De pensamento soviético o fabricante de tal componente resumiu e sustou o fornecimento, forçando parar a produção.

Fornecedor tem filiais no Brasil, problema se repetiu, e Volkswagen daqui patrocinou surgimento de novos fornecedores para reatar a produção após de enormes prejuízos pela fabricação suprimida.

Crença
Honda mantém instalações 0 Km fechadas, em Itarapina, SP, à espera do aumento de demanda no mercado, e Toyota investe para aumentar capacidade de fazer motores na também paulista Porto Feliz. 


Hyundai surpreendeu apresentando o SAV Creta; Mercedes-Benz e Jaguar Land Rover inauguraram fábricas para cumprir os acordos com o programa Inovar-Auto. 

Regra oficial foi responsável por investimentos para tornar motores antigos mais econômicos, lançar nova geração marcada por engenhos 1.0 e três cilindros, e o uso do turbo como novo caminho para motores mais leves e menores. 

Balanço do programa ao final de 2017 dirá se o caminho furcado entre investimento e punição aos importados mais baratos, valeu a pena ou apenas favoreceu algumas marcas. 

Assuntos liderados pelo então ministro e hoje indiciado governador mineiro Fernando Pimentel exigem cautelas e cuidados. Dentre montadoras CAOA está envolvida em processo com o citado.


Mercedes feita em Iracemápolis, SP


Varejo
No varejo, País experimentou mais de 100 lançamentos de produtos e versões, incluindo produtos importados, com utilitários esportivos definindo a pauta de investimentos. 


Tal morfologia é a queridinha do mercado, e novidades não faltam: Renault capitaneia o negócio com lançamento de três SAV neste ano. 

Do pequeno Kwid, ao médio Captur – apresentação 17 de janeiro -, e o importado Koleos como mais luxuoso da linha.

Como definição para os próximos anos, carro híbrido, endotérmico/elétrico mostra o futuro próximo, e BMW, Ford e Toyota buscam ampliar presença de seus modelos no mercado. 


Primeira leva de Prius surpreendeu e a marca aumentou volume de importação com novo modelo.


Novo híbrido Toyota Prius.


Grande festa setorial, Salão Internacional do Automóvel deixou as desrespeitosas instalações do Anhembi e ocupou área particular. 

Foi para o São Paulo Expo - Rodovia dos Imigrantes. Disposição mais racional e o conforto do ar condicionado, do restaurante respeitável, das vagas cobertas para estacionamento.

Política da gasolina tornou-se mais clara, como exibida ficou posição dos operadores de postos sem repassar redução de preço no combustível.


Em torno

Na atividade de Imprensa especializada, surgimento de sem números de blogs e portais, muitos sem vocação ou conhecimento, entretanto, festejados por fabricantes, montadoras e importadores. Incentivam grandemente a superficialidade, desconsideram o conteúdo. 


Lado oposto, foi-se antes do combinado o culto, bem humorado e polêmico JR Mahar. Liderança sensível, seu blog permanece.

No cenário dos veículos antigos, preços subiram, negócios caíram. No panorama, hobby antigomobilístico em expansão, surgimento de clubes, realização de eventos, mas o negócio continua sem a filosofia básica da originalidade, contrariando o restante do mundo, onde ser original é a base definidora de qualidade e valor. 


Praticamos o Antigomobilismo do B. Coerente, Federação Brasileira de Veículos Antigos exibe o retrato dos colecionadores brasileiros: diretoria foi reeleita sem cumprir projeto de gestão.

Automóvel como tema cultural, mau ano. O acervo do antigo Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas transferido ao município de Caçapava, SP, teve cuidados desacelerados. 

Não foi prioridade da Prefeitura. Espera-se, novo Alcaide tenha cabeça mais aberta. Ao final do ano, duas notícias em direções opostas. 

Patrícia Matarazzo, gestora do Museu Eduardo Matarazzo, em Bebedouro, reabriu após obras e notificou prefeito e Câmara de Vereadores: ou a Prefeitura cumpre o prometido, assumindo manutenção do prédio oficial, ou o acervo será transferido para fazenda da família, e o Museu, fechado após 49 anos. 

Sem museu de automóveis, em Caçapava e Bebedouro, cidades se restringem aos seus limites geográficos. 

Museu as coloca no mundo. Processo eletivo necessita ser mudado. Prefeitos devem ter curso de gestão governamental para entender-se com as exigências da administração municipal, onde Cultura, bem preservada na Constituição, deve ser respeitada.

Lado oposto, em Brasília, fim do ano para salvar o Museu Nacional do Automóvel, surgiram três propostas oficiais para viabilizar o único espaço museal no mundo dedicado à história da indústria automobilística de um país.



Museu Nacional do Automóvel em Brasília. Esperanças no fim do ano.


Exceção em más notícias, o filme Nutz, por Dino Dragone, a respeito do colecionismo.


Esperança

2017 será melhor. Preveem-se mínimos 10% de crescimento mensurável a partir do segundo trimestre. 

O País tem um Norte e o ministro da Fazenda não é um enganador posando de intelectual.

Compass começou bem
Com auxílio do Compass em soma com os resultados do Renegade, marca Jeep superou registro de vendas de 50 mil unidades, em 2016, assinalando situação difícil de imaginar há pouco tempo: há três meses assumiu a liderança de vendas no segmento dos utilitários esportivos.


Compass vendeu mais de 2.500 unidades em novembro – cinco vezes mais ante concorrente mais próximo - e mostra boa fórmula: liderança tecnológica pelo uso de motores Tigershark 2.0 flex, e a exclusividade da opção Multijet II, 2.0, diesel transmissão automática com nove marchas, permitindo rapidez e economia. 


O DNA Jeep e a predisposição do sistema de tração 4x4 para o uso em terrenos ruins o diferencia. 

Outros itens exclusivos em tecnologia fazem parte do pacote: o ACC, controle adaptativo de velocidade; alerta de colisão; monitoramento de mudança de faixa; assistente para estacionamento, o Park Assist.

Embora para o Compass o mês de novembro tenha tido 25 dias, resultado já o colocou como um dos 20 mais vendidos. 


Volume de vendas quase iguala a soma de todos os concorrentes, e surpreendeu projeções da Jeep para comercialização de 2.000 unidades/mês. 

No varejo de balcão proporções de vendas coincidiram com projeção da marca: 70% com versão Flex, e 30% diesel com tração nas 4 rodas.

Compass e Renegade estão entre os três primeiros SUV mais vendidos do mercado doméstico, mas há reflexos institucionais fora do País. 


Marca Jeep, ausente do Brasil desde 1968, lidera segmento. Renegade e Compass são produtos globais e foram lançados pioneiramente no Brasil. 

No mercado dos EUA, Compass substitui dois produtos: a geração anterior do Compass e o Patriot.



Compass, bem chegado.
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