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sábado, 24 de dezembro de 2016

O futuro da mobilidade parece ser a direção autônoma, mas até chegarmos ao ponto em que as pessoas entrarão nos carros e estes as levarão ao destino sem o comando de um motorista. Diversos acidentes graves, inclusive com vítimas, já aconteceram durante os testes realizados pelo mundo, que podiam ter sido evitados se os "motoristas" tivessem intervido. E ainda as novidades do Roda Viva



Alta Roda 

Nº 920 —  24/12/16

Fernando Calmon


FUTURO AUTÔNOMO

O avanço da direção semiautônoma e, em futuro não distante, da condução autônoma completamente conectada a outros veículos e à infraestrutura parece mesmo irreversível. 

Isso, a despeito de incidentes graves de percurso, ambos nos EUA, um fatal ocorrido com um Tesla; outro, mais recente, envolvendo um Volvo XC90 do Uber ao varar um semáforo vermelho (um pedestre aguardava na faixa, sem chegar a atravessar). Em ambos os casos, os motoristas poderiam ter intervido, mas não o fizeram.

Recursos semiautônomos de hoje atuam por apenas 10 segundos. Quem está ao volante precisa tocá-lo ou o sistema se autodesliga. 

“Os carros como os conhecemos agora em breve se tornarão história”, afirmou o presidente do conselho da Robert Bosch S.A., Volkmar Denner, em recente seminário na capital alemã Berlim. 

Estimativas da empresa, a maior do mundo no setor de autopeças e componentes, indicam que entre 2017 e 2022 o mercado mundial de mobilidade conectada crescerá 25% ao ano.

Automóveis serão parte integrante da IoT (sigla em inglês para Internet das Coisas), aptos a se comunicar com outros modais de transporte conectados e até mesmo com a chamada casa inteligente. 

Por ora, as pessoas ainda pensam em seus veículos individuais, mas nos próximos anos o foco mudará em direção ao modo mais conveniente de alcançar o destino. 

Poderão lançar mão do seu carro e em seguida de trem, ônibus, veículo elétrico e até bicicleta. 

Ou mesmo fazer reserva em um hotel e se conectar com um entregador para deixar uma encomenda em sua casa sem ninguém para recebê-la.

Um veículo será o assistente pessoal do motorista, que se tornará apenas passageiro, caso assim o deseje. 

Um simples aplicativo poderá planejar, reservar e pagar um deslocamento de porta a porta. 

O potencial de economizar tempo ainda nem foi de todo avaliado. Contudo, as grandes de empresas telecomunicações e, em especial, as gigantes de tecnologia da conectividade como Google e Apple não terão a vida fácil esperada. 

Essa coluna já opinou antes sobre as imensas dificuldades que as empresas do Vale do Silício californiano teriam em se aventurar na produção de veículos próprios. 

Apple foi a primeira a desistir, mesmo sem nunca confirmar de forma oficial suas intenções.

Google estuda carros autônomos desde 2009. Chegou a construir um pequeno modelo, até sem volante e pedais. 

No começo deste ano houve conversas com a Ford, sem prosperar. Agora acaba de anunciar que desistiu de qualquer aspiração sobre veículo próprio. 

Preferiu acertar colaboração com a FCA, a menos capitalizada das chamadas Três Grandes de Detroit, que por isso se atrasou quanto à conectividade e ao desenvolvimento de tração elétrica ou mesmo de híbridos.

A indústria automobilística sabe de suas limitações sobre crescimento futuro e dos riscos inerentes ao negócio. 

Há enorme exigência de capital para investimento e uma taxa de lucratividade que na média mal chega a 8%. 

Tem de atender a normas cada vez mais rígidas de segurança e de emissões. Até mesmo preparar infraestrutura de carregamento elétrico rápido em rodovias. 

Dinheiro suado, porém empresas de smartfones e aplicativos costumam ganhá-lo sem muito esforço. Quem sabe isso muda um pouco.

RODA VIVA

FIAT confirmou sua estratégia de lançar modelos de maior valor agregado. Haverá dois novos em 2017: hatch para o lugar do Punto e do Bravo (feito em Betim – MG); sedã substituto do Linea e em um segundo momento, do Grand Siena (produzido em Córdoba – Argentina). Empresa busca lucratividade perdida com superposição de modelos de projeto antigo.

CHERY retomará produção em Jacareí (SP), após quase seis meses de paralisação para ajuste de estoques. 

Foco, a partir de agora, será em SUVs e crossovers (Tiggo 2, 7 e 9) e em menor escala sedãs (Arrizo 3 e 5) ao longo de 2017/2018. 

Preocupação da marca chinesa é recompor rede de concessionárias. Chegou a negociar com Grupo Caoa, sem definição.

AUTOMÓVEL feito para o motor e vice-versa. Golf 1.0 TSI traz o melhor propulsor flex da atualidade ao aproveitar o etanol da forma mais eficiente na relação desempenho-consumo. 

No dia-a-dia, destacam-se baixo nível de ruído, “pegada” em baixas rotações e câmbio manual de seis marchas. 

Ótimos bancos dianteiros. Passa também impressão de solidez construtiva.

PROIBIDO comercializar e instalar comando elétrico de vidros um-toque sem proteção contra esmagamento, a partir de 1º de janeiro próximo, por decisão do Contran. 

Outra exigência, dessa vez descabida, é obrigar carros com pneus que podem rodar vazios a portar aqueles tubos de spray emergenciais. Fabricantes de pneus desaconselham o uso, mas Contran insistiu...

RESSALVAS: Renault corrigiu consumo informado do novo motor 1-litro, 3-cilindros. Sandero, cidade (gasolina/etanol), 14,2 km/9,5 km/l; estrada, 14,1/9,6 km/l. 

Câmbio curto quase iguala dados de cidade e estrada, a exemplo de carros híbridos, o que não deixa de ser curioso. No Cruze Sport6, eixo traseiro é 10% mais rígido e não as molas.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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