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quinta-feira, 8 de junho de 2017

Fiat lança o Argo para melhorar a qualidade e o refinamento dos carros vendidos no Brasil e vai ter que superar as vendas do Onix se quiser se impor no mercado. Vamos ver quem ganha essa queda de braço



Alta Roda 

Nº 944 — 8/6/17

Fernando Calmon

ARGO REDIME A FIAT


Se os hatches compactos ainda representam de longe a preferência dos brasileiros, apesar de todos os avanços dos SUVs e crossovers, o ano de 2017 ficará caracterizado pela renovação e atualização tecnológica dos projetos em nível poucas vezes vistos na história da indústria. 


O primeiro a chegar é o Fiat Argo, cujas vendas já se iniciaram, enquanto o novo Polo vai demorar um pouco mais (ver abaixo).

Apesar de o novo compacto não se enquadrar como projeto mundial, o trabalho de desenvolvimento feito em Betim (MG) mostra-se bastante competente. 

Sua arquitetura básica é a do Punto, o qual substitui, mas com grau de refinamento superior. 

Isso aparece de forma conspícua desde o estilo bem atraente (basta notar o formato na parte central superior do para-brisa), um interior de características inéditas na marca, os cuidados com as guarnições de portas para garantir seu fechamento com um quê de qualidade e até pormenores como iluminação na região dos pés do motorista.

Oferecer três opções de motores – 1 litro tricilindro (72/77 cv) e dois quadricilindros de 1,3 litro (101/109 cv) e 1,75 litro (135/139 cv) – e três opções de câmbio – manual e automatizado de cinco marchas, além de um automático moderno de seis marchas – demonstra que a Fiat decidiu cercar a gama de concorrentes diretos. 

Estes incluem Onix, HB20, Ka, Gol, Sandero, Etios, 208 e C3 na ordem dos mais vendidos no mês passado. 

São três as versões – Drive, Precision e HGT – cujos preços, sem incluir opcionais, vão de R$ 46.800 a 70.600.

O Argo significa uma guinada no conceito comum na marca italiana de baixar preço a qualquer preço (trocadilho à margem). 

Nada de economizar em revestimentos baratos, saídas de ar do painel descuidadas, plásticos com rebarbas, tela multimídia (no caso, de sete polegadas, formato de tablete e alta definição) ou sonegar engates Isofix para bancos infantis. 

Única opção estranha é o volante com regulagem de altura e distância nas versões mais caras e só em altura, nas mais baratas. Faróis mais eficientes e sistema apurado de áudio indicam os objetivos buscados.

Espaço interno equivale ao do Onix, com vantagem de 7% no porta-malas de 300 litros (no rival, 280 litros). 

Seu desempenho dinâmico se destacou na avaliação inicial, em particular com o motor mais potente. 

O de 1,3 litro se ressente de falta de torque para seus 1.148 kg de peso em ordem de marcha. Já o de 1 litro nem estava disponível no lançamento, pressupondo que deixa a desejar.

Comportamento em curvas exemplar, embora o HGT estivesse com pneus mais largos opcionais. 

À posição de dirigir, bem melhor que em outros Fiat (volante menos inclinado e mais baixo), soma-se resposta direcional progressiva e precisa. 

Persiste, porém, curso do acelerador longo demais. Caixa de câmbio automática trabalha sem hesitações ou trancos. Até a regulagem do encosto dos bancos dianteiros, por botão giratório, foge de padrões franciscanos da marca.

Fiat espera vender 6.000 Argo por mês que, se somados aos 9.000 de Uno, Mobi e Palio juntos, lhe dariam condições de reassumir o protagonismo perdido nos últimos dois anos de conflito entre modelos e vendas em queda.

RODA VIVA

FINALMENTE, boas notícias no mês de maio. Pela primeira vez, desde 2014, as vendas de veículos no mercado interno reagem. 

Cresceram 17% em relação ao mesmo mês do ano passado e, no acumulado do ano, mais 1,6% (considerados apenas veículos leves, + 2,3%) sobre igual período de 2016. Média de 8.900 unidades/dia contra apenas 6.700, em janeiro último.

CARROS com motores de 1 litro subiram de 33% para 37% das vendas, sugerindo que recursos do FGTS irrigaram mesmo o mercado interno. 

Estoques se mantêm dentro da normalidade: 33 dias. Exportações tiveram o melhor mês da história e também no acumulado dos primeiros cinco meses do ano. Isso fez a produção crescer robustos 23% sobre janeiro-maio de 2016.

MERCEDES-BENZ Classe C Sport agora é topo de linha do médio-grande produzido no Brasil. Motor 2,0 turbo (245 cv; 37,7 kgfm) tem acelerações vigorosas. 

Novo câmbio automático de nove marchas permite respostas imediatas, além de manter velocidades de cruzeiro de 120 km/h a menos de 2.000 rpm. Gerenciamento de ruído do escapamento também encanta. Preço: R$ 241.900

FONTES da Coluna detectaram atraso no SOP (sigla em inglês para início de produção) do novo VW Polo, em São Bernardo do Campo (SP). 

Passou de 1º de julho para 1º de setembro próximo. Já SOP do sedã Virtus, de mesma arquitetura, se manteve em 1º de novembro. Início de vendas se dá, em geral, entre 60 e 90 dias depois do SOP, dependendo do ineditismo do modelo.

DINAMARCA, país pioneiro em incentivar carros elétricos, mudou e resolveu retirar quase todos os subsídios. 

Resultado foi queda de 60% na comercialização no primeiro trimestre deste ano, incluídos híbridos recarregáveis em tomadas. 

Nada contra os elétricos, mas, quando algo dá errado, a repercussão aqui é a dos três macaquinhos: não falo, não vejo, não ouço...
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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