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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Muito Além de Rodas e Motores: Há 32 anos, um Opala voava a 315 km/h na Rio-Santos



Muito Além de Rodas e Motores


Luís Carlos Secco



Ouça o podcast 

https://soundcloud.com/user-645576547/ha-32-anos-um-opala-superou-os-315-kmh

No dia 15 de outubro de 1991, na rodovia BR-101, no município de Bertioga, o piloto Fábio Souto Mayor, com um Opala de Stock Car, atingiu velocidade de 303,157 km/h e quebrou o recorde brasileiro de velocidade.

 

A incrível marca foi apurada pela média de velocidade atingida nas tentativas previstas no regulamento internacional e a mais elevada foi superior a 315 quilômetros por hora e também permanece insuperável até hoje em território brasileiro.

 

Por este feito inédito, Fabinho e o seu Opala totalmente restaurado pela Dana, um dos principais fabricantes globais de componentes automotivos, foram homenageados no último dia 16 de abril no Autódromo de Interlagos, durante a segunda etapa da Old Stock Race.

 

Fabinho declarou que o feito ainda está muito vivo em sua mente, inclusive o momento quando o capô do motor simplesmente se soltou e voou como uma folha de papel. Ele comentou que a expectativa era atingir 260 km/h, que os pneus utilizados eram para velocidades de até 240 km/h e que não aguentariam uma velocidade tão alta porque a pista de piso ondulado provocava forte instabilidade direcional, exigindo muito cuidado para mantê-lo em linha reta. “A gente não imaginava que conseguiríamos atingir os 300 km/h e os pneus não estouraram por sorte!”

 

De acordo com o piloto, o feito é mais surpreendente porque conseguiram superar os 300 km/h com um modelo nacional, lançado no final dos anos de 1960 e preparado por experientes profissionais brasileiros, como Camilo Christófaro Júnior e Silvio Longo. Naquela época, logo após a abertura das importações de veículos pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo, os carros produzidos no Brasil eram tidos como sem tecnologias avançadas.

 


“Esse recorde é famoso até hoje pela velocidade que alcançamos com o Opala. Sou mais reconhecido por este feito do que pelos meus títulos na Stock Car,” destacou Fabinho.

 

A restauração do automóvel fez parte das comemorações de 75 anos da Dana no Brasil, empresa especializada no desenvolvimento e produção de componentes para a indústria automobilística e preocupada em preservar o meio ambiente e os mais importantes episódios dessa importante atividade esportiva e de engenharia.

 

Além do desenvolvimento e produção de componentes automobilísticos, a Dana sempre prestigiou o esporte brasileiro, com a restauração do Copersucar, primeiro carro da Fórmula 1 desenvolvido e construído no Brasil.

 

O trabalho de restauração do Opala teve início com a busca de um automóvel da Stock Car semelhante ao utilizado por Sotto Mayor em Bertioga e que se enquadrasse no regulamento vigente entre 1987 a 1993. Um modelo foi encontrado em Artur Nogueira, interior de São Paulo, uma réplica do carro que levou a dupla formada por Angelo Giombelli e Ingo Hoffmann ao título da temporada de 1993.

 

As peças fabricadas pela Dana foram obtidas e instaladas com a colaboração de técnicos e mecânicos especializados em cardan e diferencial, inclusive o famoso eixo diferencial Dana 44 e seu cardan.

 

Os componentes fabricados especialmente para a Stock Car, como as rodas de liga leve usadas na época, foram obtidas com um colecionador. Já os pneus Pirelli com medidas especiais vieram de um fabricante do exterior.

 

O carro do recorde não tinha as rodas e pneus originais da Stock de medidas 265x40xR16 e sim um jogo de aro 14, uma configuração mais baixa e mais agressiva.

 


Segundo Luís Pedro Ferreira, diretor de Comunicação e Marketing da Dana e líder do projeto, o primeiro obstáculo foi recuperar a parte interna do carro, algo totalmente marcado pelo tempo e pela manutenção quase inexistente de sua estrutura. “O trabalho de restauro combinou arqueologia, pesquisas e adaptações, um esforço épico, quase similar ao da quebra do recorde. É motivo de alegria e orgulho ver o trabalho de alguns anos e tantas pessoas chegarem às pistas novamente”, destacou o executivo.

 

“Recriar um carro nacional que marcou época na história do esporte nos ajuda a reforçar a capacidade criativa de profissionais abnegados e apaixonados pelo automobilismo brasileiro,” complementou.

 

Fábio Sotto Mayor nasceu em Ribeirão Preto, onde iniciou a sua paixão pela velocidade. Aos 18 anos disputou sua primeira corrida de Fuscas em sua cidade natal e rapidamente chegou na Stock Car, a principal categoria do automobilismo brasileiro, onde correu por 25 anos e foi campeão em 1988, além de conquistar quatro vice-campeonatos.

 

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Crédito das imagens: Arquivos Dana e Internet 

 

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