Alta
Roda
Nº 980 — 15/2/18
Fernando Calmon
O FUTURO E A REALIDADE
A
aceitação de novas tecnologias que vão sacudir a indústria automobilística
mundial nas próximas décadas ainda é motivo de incerteza em vários mercados.
Para aferir a evolução de como os motoristas encaram o cenário por vir de
carros autônomos e meios de propulsão alternativos, a consultoria Delloite
atualizou uma pesquisa com 22.000 consumidores de 17 países.
Além do Brasil,
África do Sul, Alemanha, Bélgica, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos,
França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia, México, Reino Unido e
Tailândia.
O
estudo chamado Consumidor Automobilístico Global 2018 apontou um aumento de
confiança sobre o grau de segurança dos veículos que dispensam a atuação de um
motorista para se locomoverem (nível 4 de automação) em relação à mesma
pesquisa realizada em 2017.
Deve-se notar que se trata apenas de percepção,
pois a tecnologia não está pronta, nem se sabe quanto custará (consequentemente
sua aceitação), como será aplicada (segregada ou aberta) e, acima de tudo,
regulamentada por órgãos de trânsito e judiciais.
O balanço geral apontou que, no ano passado, 67% dos
participantes, em média, acreditam que automóveis totalmente autônomos não
seriam seguros. Esse percentual recuou para 41% no relatório compilado este
ano.
No entanto, até 71% dos entrevistados disseram que a comprovação de um
histórico de segurança na operação dos veículos é fator essencial para garantir
a confiança. Em outras palavras, “quero ver, para crer”.
Na média, 45% dos participantes confiam nos fabricantes de
veículos tradicionais para a direção autônoma, 30% apontam novas companhias
dedicadas a essa tarefa e 25% acreditam nas empresas de tecnologia existentes
(Waymo, Apple e outras).
De acordo com Carlos Ayub, sócio da Deloitte especializado
em indústria automobilística, “52% dos brasileiros (acima da média global) são
mais confiantes nos produtores de veículos já conhecidos”.
O estudo
também apontou algum conservadorismo quanto ao meio de propulsão nos veículos.
Na média mundial, 64% dos entrevistados preferem os motores a combustão para os
próximos anos.
Outros 24% optariam por veículos híbridos ou híbridos plugáveis e
12% apostam em elétricos a bateria ou pilha a hidrogênio. No Brasil, 66% ainda
escolheriam os combustíveis tradicionais, 13%, os híbridos e 21%, outras
alternativas.
"Os
preços de híbridos e elétricos ainda estão em patamar elevado, o que justificaria
esse quadro em nível mundial. No Brasil, esta realidade torna-se mais marcante
pela falta de infraestrutura e de uma rede para reabastecimento de carros
elétricos em todo o país”, acrescentou Ayub.
Apesar de
direção autônoma, mobilidade flexível e alternativa elétrica ocuparem todas as
cabeças pensantes na indústria ao redor do mundo, sem ainda se saber se haverá dinheiro
para financiar tudo isso ao mesmo tempo, uma enquete simples do Google nos EUA
sobre o que os americanos querem nos carros de hoje foi divulgada pelo site
Verge. Além do interesse pela vida a bordo dos cãezinhos de estimação, a busca
frenética é por câmeras.
A procura inclui
opções além de câmeras dianteira, traseira e de 360°. Agora, a demanda é grande
pelas que gravam tudo à frente e atrás do veículo e mesmo o movimento
periférico enquanto está rodando ou estacionado.
Em caso de acidente, ajuda a
descobrir os culpados, útil também para seguradoras. Tecnologia à mão e relativamente
barata, pois muitos modelos já possuem telas no painel.
O futuro? Que
fique para o futuro...
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fernando@calmon.jor.br
e www.facebook.com/fernando.calmon2
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