Coluna Fernando Calmon
Nº 1.234 —21/1/23
BMW Série 3, Corolla
e Strada
dominaram em seus
segmentos
Restrições de produção, conforme comentei semana passada,
influenciaram as estratégias de cada fabricante ao longo de 2022. Várias marcas
foram compelidas a mudar o mix de produção e priorizar modelos de maior
rentabilidade como SUVs e picapes. Pelo menos não houve paradas por até cinco
meses como ocorreu em 2021 com os produtos da marca Chevrolet, mas interrupções
pontuais continuaram a afetar as vendas também de outros fabricantes.
No ranking por segmentos os SUVs compactos (472.884 unidades
e mais 4% frente a 2021) voltaram a comandar o mercado brasileiro frente aos
hatches compactos (422.615 unidades e menos 5%). O HB20 liderou entres os
hatches compactos com 95.489 unidades comercializadas. Líder dos SUVs compactos
o Tracker teve 70.671 unidades vendidas.
Em relação ao ano de 2021 não deixou de haver vencedores e
vencidos em 2022. Pelo segundo ano consecutivo a picape Strada apareceu como
veículo leve mais vendido no País (112.351 unidades), cenário visto pela
primeira vez em 2021. Em compensação a Toro quase perde a liderança entre as
picapes médias (capacidade de carga de 1.000 kg) para a Hilux. Diferença foi de
apenas 0,6%: 934 unidades.
Entre os sedãs grandes o elétrico Taycan, que já liderou com
folga maior, venceu por 14 unidades o Panamera da mesma marca. Aliás, a Porsche
ganhou a disputa em dois dos três segmentos em que atua no Brasil. BMW também
venceu em dois: sedãs médios-grandes e SUVS grandes. O Mustang foi outro
destaque entre os cupês esportivos (53% pela primeira vez) e o 911 ampliou sua
vantagem para 56% nos cupês esporte.
Em um dos segmentos de grande rivalidade – SUVs compactos
com nada menos de 24 modelos – o Tracker venceu o T-Cross e o ex-líder Renegade
escorregou para o quarto lugar. A Jeep, porém, levou o Commander a liderar
entre os SUVs médios-grandes.
Ranking da coluna tem critérios próprios e técnicos com
classificação por silhuetas. Referência principal é distância entre eixos, além
de outros parâmetros. Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos
Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo
de dois) e em razão da importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa,
da consultoria ADK.
Hatch subcompacto: Mobi,
55%; Kwid, 43%; iCar, 1%. Mobi
confirma.
Hatch compacto: HB20/X, 23%; Onix, 20%; Gol, 17%;
Argo, 15%; 208, 7%; Yaris, 6%; City, 4%; C3, 2,6%; Sandero/Stepway, 2,5%; Polo,
2%. Líder sem grande folga.
Sedã compacto: Onix Plus, 31%; Cronos, 17%; Voyage, 15%; HB20S,
11%; City, 9%; Yaris, 6%; Logan, 4%; Versa/V-Drive, 2,3%; Virtus, 2,2%. Onix ampliou
vantagem.
Sedã médio-compacto: Corolla, 75%; Cruze, 15%; Civic, 4%. Dono
do segmento com enorme folga.
Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 75%; Mercedes Classe C, 14%; Audi
A5/S5/RS5, 5%. Sem ameaças ao BMW.
Sedã grande: Taycan, 31%; Panamera, 30%; BMW Série 5/6, 17%. Elétrico
lidera por margem mínima.
Cupê esportivo: Mustang, 53%; BMW M3/M4, 32%; Challenger,
6%. Mustang avançou.
Cupê esporte: 911, 56%; 718 Boxster/Cayman, 12%; Corvette, 8%. 911
imbatível.
SUV compacto: Tracker, 15%; T-Cross, 14%; Creta,
13%; Renegade, 10,8%; Pulse, 10,7%; Nivus, 8,3%; Kicks, 8,2%; Duster, 5%; C4
Cactus, 3,9%; HR-V, 3,2%; Fastback, 2,1%; Tiggo 5x, 2%; 2008, 1%. Novo
líder, mas por pouco.
SUV médio-compacto: Compass, 44%; Corolla Cross, 29%; Taos, 8%.
Compass manteve liderança.
SUV médio-grande: Commander, 35%, SW4, 21%; Tiggo 8, 16%. Commander
liderou com folga.
SUV grande: BMW X5/X6, 23%; Cayenne, 14,6%; XC90, 14%. X5/X6
aumentaram a vantagem.
Picape pequena: Strada, 76%; Saveiro, 16%; Oroch, 8%. Ampliado domínio
absoluto da Strada.
Picape média (carga 1.000 kg): Toro, 28,6%; Hilux, 28%; S10, 16%.
Toro ameaçada pela Hilux.
ALTA RODA
RENAULT conta com
a boa recepção dos motoristas de aplicativos para aumentar a frota de Kwid E-Tech
100% elétrico na cidade de São Paulo (SP). Hoje há 80 unidades, mas pretende
aumentar para 200 nos próximos meses. Em parceria com a Zarp Localiza inaugurou
duas salas de espera confortáveis com carregadores ultrarrápidos, ambas com
locais de descanso e atendimento para dois carros. O e-Tech tem vocação urbana,
onde mostra acelerações rápidas e ótima regeneração nas desacelerações e frenagens.
Durante avaliação o modo ECO mostrou-se o mais equilibrado na relação
desempenho-consumo de energia. Ao usar o ar-condicionado em dias muitos quentes,
o alcance cai e o modo ECO torna-se imprescindível. Esta situação também ocorre
em estradas. Porém, controlando o pé no acelerador e de olho no alcance
informado no quadro de instrumentos é possível chegar ao destino sem ansiedade
ou precisar parar para recarregar e eventualmente encontrar uma fila.
GOODYEAR vai
aumentar de 70% (já em 2023) para 90% (em data a definir) a aplicação de materiais
sustentáveis em seus pneus. Além disso, estes terão menor resistência ao
rolamento e, portanto, diminuem o consumo de combustível. São 17 novos
ingredientes, inclusive óleo de soja que substitui o uso de subprodutos do
petróleo. No entanto, não compete com alimentos e nem com ração animal, pois
são utilizados apenas os excedentes naturais do processamento da proteína de
soja. A marca americana pretende até 2030 produzir pneus 100% sustentáveis. Quanto
ao custo de produção e o reflexo no preço final, ainda não há informações.
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