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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A FIAT, FINALMENTE, INGRESSA NO RENTÁVEL MERCADO DAS PICAPES MÉDIAS COM A SUA TORO É VENDIDA A R$ 76.500, COM MOTOR FLEX , CÂMBIO DE SEIS MARCHAS E 4 X 2, E R$ 116.500, A 4 X 4 COM MOTOR DIESEL E TRANSMISSÃO DE NOVE VELOCIDADES, USADA NA RENEGADE

  
Alta Roda 

Nº 876 

Fernando Calmon



TORO CHEGA COM AMBIÇÕES



Há muito tempo a Fiat deseja entrar no lucrativo segmento das picapes médias de cabine dupla para cinco passageiros. 

Em 2007, a marca italiana desistiu de acordo com a Tata porque a picape indiana era tosca demais. 

A líder das picapes compactas, Strada, é homologada para apenas duas pessoas atrás. 

A Toro resolve essa situação e se apresenta como alternativa racional por ter 43 cm a menos em comprimento que a média dos concorrentes e a mesma capacidade nominal de uma tonelada (incluindo passageiros) na versão a diesel.

A Fiat se apresenta ao mercado de forma objetiva – vender 50.000 unidades por ano – contra os atuais seis concorrentes (S10, Hilux, Ranger, L200, Amarok e Frontier) que em 2015 representaram 116.000 veículos. 

Para tanto, mostra pelo menos dois atributos imbatíveis. A começar pelos preços – R$ 76.500 (4x2, motor flex e câmbio automático de seis marchas) a R$ 116.500 (4x4, diesel e automático nove marchas). 

Isso ocorre, entre outras razões, por herdar o trem de força do Renegade e pela grande diferença de IPI entre SUV (diesel, 25%) e picape (10%).

Sua dirigibilidade é nada menos que a referência no segmento. Estrutura monobloco e suspensão traseira independente multibraço, direção eletroassistida bem calibrada e posição de guiar mais próxima possível de um automóvel explicam essa diferença. 

Os 2,99 m de distância entre-eixos oferecem espaço para três adultos atrás que viajam com encosto em posição menos vertical que a maioria dos concorrentes. Túnel central também é mais baixo.

Estilo, outro de seus pontos fortes, nasceu aqui mesmo e se destaca por ser menos radical que o do Cherokee. 

Audacioso na medida certa chama atenção nas ruas e demonstra que a FCA brasileira atingiu níveis internacionais. 

A inteligente tampa da caçamba bipartida, bastante leve e prática, ajuda no acesso. Ela serve de base a um extensor opcional para objetos compridos muito bem projetado, aproveita as lanternas originais e inclui suporte para cópia da placa traseira.

No interior, há materiais menos nobres que os do Renegade, justificável pelo preço e eventual uso em serviço pesado. 

Destaque para desenho e anatomia dos puxadores de portas e alças de apoio nas colunas dianteiras. 

A Toro perdeu o freio de estacionamento elétrico, mas nesse ponto é como todas as outras picapes. 

Tela multimídia de apenas cinco polegadas é pequena para os padrões atuais. 

A Fiat não perdeu tempo e colocou o macaco no lugar antes 
previsto para o extintor.

A fábrica espera uma divisão de 40% para motores flex (sem possibilidade de câmbio manual, provisoriamente diz a Fiat) e 60% para diesel (nesse caso é possível câmbio manual). 

Strada de cabine dupla de três portas deve perder clientes para a Toro. 

Motor flex passou de 132 cv para 139 cv e, se já era fraco no Renegade, piorou um pouco em razão de a picape ter peso em ordem de marcha cerca de 10% maior. 

Neste caso, o automático recebeu relações de marchas mais curtas, 
sem resolver esse ponto.

Rigidez torcional é elevada e a Fiat espera conseguir cinco estrelas nos testes de impacto. 

Parodiando o ditado, não basta ser robusta precisa parecer robusta. Demanda tempo para tal, mas no uso em asfalto (mesmo ruim) já parece suficiente.



RODA VIVA


AUDI Q3 começa a sair da linha de S. José dos Pinhais (PR), mês que vem, mas motor turbo de 1,4 L será movido apenas a gasolina, como o Jetta montado em S. Bernardo do Campo (SP). 

Ao contrário do Golf (estrutura MQB) com o mesmo motor na versão flex, os dois primeiros usam arquitetura anterior (PQ35) e exigiriam investimento adicional. BMW e Mercedes são flex.

DEPOIS de a guinada econômica argentina adotar câmbio flutuante em relação ao dólar, seguindo o Brasil, aumentou a possibilidade de início de um verdadeiro livre comércio entre os dois maiores integrantes do Mercosul, a partir de julho deste ano. Acabaria o intervencionista e complicado sistema de “equilíbrio” entre importações e exportações, imposto pelo país vizinho.

PEUGEOT 308, mesmo sem estar alinhado ao modelo oferecido hoje na Europa, tem ótimos equipamentos de série e bom acabamento. 

Versão de câmbio manual e motor 1,6 l/122 cv oferece desempenho honesto para um médio-compacto. 

Já motor 1,6 turbo/173 cv (etanol) e câmbio automático 6-marchas representa a melhor relação preço-desempenho do segmento.

APESAR de o mergulho de unidades vendidas internamente, de 2015 sobre 2014, ter sido de 27% (quase um milhão de unidades) o faturamento do setor encolheu em torno de 8% apenas. 

Fabricantes com preço médio superior padeceram menos que os chamados Quatro Grandes. Estes vendem carros mais baratos e sofreram prejuízos grandes.

CORREÇÕES: Na coluna da semana passada, referência ao Kwid é sobre modelo homônimo fabricado na Índia. 

Quanto ao Gol produzido em 1995, tinha catalisador, mas carburador só incluía assistência eletrônica. 

Neste exemplo, importa a diferença de emissões de NOx: em vinte anos caiu de 1,4 g/km para apenas 0,03 g/km, ou seja, redução de 97%.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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