DE CARRO POR AÍ - Roberto Nasser
Coluna nº 3.218 - 10 de agosto de 2018
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Roda-a-Roda
Referência – Herbert Diess, presidente da
marca Volkswagen, na apresentação dos resultados financeiros da espanhola Seat,
sua controlada, saiu-se com comparativo curioso: com a entrada no mercado
chinês, quer ve-la como a Alfa Romeo, começando por elevar preços. Alfa hoje é
comparável às versões S da linha Audi, os mais caros dos sedãs VW.
? – Diess nominou as características da Alfa e
disse que o crescimento e margem econômica da Seat superam a marca italiana.
Pretensão – Nenhuma outra marca tem tanta história e
tradição no emblema como a Alfa, e a comparação parece graça sem graça. Há quem
lembre, Luca De Meo, presidente da Seat, era Menino de Ouro na então Fiat, e de
lá foi saído por Sergio Marchionne, capo de tutti capi é à
época número 1 da marca. Comparação presunçosa parece provocação póstuma.
Suzuki especial Desert. Deveria ter outro nome …
Mais – Suzuki criou série
especial do seu jipinho Jimny. Chama-a Desert e não é identificada por
adesivos, rodas coloridas, bobagens afins, usuais características de fugazes
edições.
Bom trabalho – Aumento em 68mm da altura livre do solo,
pneus maiores, 215x75x15, chapas protetoras para a mecânica inferior – caixa de
transferência, braços da suspensão, amortecedores, além de equipamento com mais
função visual e menos prática, o Snorkel.
O que - Leitor deve saber, uma trapizonga nascendo
ao nível do teto, descendo, e trepanando o cofre do motor, como se o motorista
fosse circular submerso a 2m. Coisa para enganar mãe de moça mas,
sem trocadilho, neste deserto de veículos sem habilidades extras e apenas
penduricalhos em hatches metidos a SAVs e estes querendo ser
vistos como SUVs, fará a maior presença.
O Que – Pintado em Bege Jizan é dita como inspirada
nas areias do deserto, mas Jizan é cidade à beira mar, próxima ao Yemen -,
grade e faróis com acabamento cor grafite. Sua ótima capacidade off-road –
para a Coluna é a melhor equação na proposta – foi
implementada. 100 unidades.
Porém – Visto o preço, R$ 86 mil, mereceria
denominação japonesa: Takaro.
Mais um – GM apresentou versão automática de seu sedã
Cobalt. Tracionada pelo motor 1,8 L4, completa-o com direção eletricamente
assistida e o multimídia MyLink. Foca clientes dentre os submetidos às agruras
do trânsito brasileiro e PCD, Pessoas com Deficiência, contempladas com
desconto no IPI.
Caminho – Poderia ter lançado antes, mas optou adotar
a Teoria da Manada, aguardando outros fabricantes tomar a iniciativa para,
então, segui-los.
Retorno – Fim das cotas de importação baixadas pela
legislação do programa Inovar Auto acelera negócios dos importadores. Kia,
maior deles, cresceu 46,3% relativamente ao primeiro semestre de 1967. Na
prática licenciou 6.899 unidades, entre SUV Sportage e sedã Cerato. Média do
mercado foi 14,1%.
Sportage, mais vendido da
Kia
Traço
– Agregação
à Aliança Renault-Nissan dá impulso à divisão automobilística da Mitsubishi.
Empresa cooptou Alessandro Dambrosio, ex-designer chefe da Alfa
Romeo. Quer dar traço, vigor, identidade visual a uma das marcas mais mal
identificadas no setor.
Pré – Dambrosio participou dos projetos Alfa 159,
Giulietta, Mito. Após, na Volkswagen, chamado pelo seu ex-chefe Walter 156 De
Silva, trabalhou nos recentes Audi A4/A5; TT Sportback Concept e no SUV Bentley
Bentaiga.
Situação – Designer-chefe é oportunidade
de ouro a profissional do lápis deixar a marca de seu talento. Não são empregos
efêmeros. Normalmente o escolhido cria as formas e personaliza os produtos por,
pelo menos, duas gerações de veículos.
Opção – Aparentemente a parte nipônica da Aliança
necessita socorro e apoio em estilo. Nissan foi buscá-los na Casa
Pininfarina para acertar seu performático 370 Z, e precisa fazer trabalho
em todos os seus produtos -, indistintamente ruins em estilo. Mitsubishi
acertou-se com o italiano ex-Alfa.
Confiança – Longo e cheio de percalços em seu curso no
âmbito dos ministérios da Indústria e Comércio, Planejamento e Fazenda, projeto
Rota 2030 foi enviado ao Congresso para apreciação. Traça a regra de incentivos
para a indústria de veículos e autopeças.
Correções – No Legislativo, esperadas intervenções das
fabricantes, montadoras e importadoras relativamente ao percentual de compensações
nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aparentemente terá curso
curto.
Vaticínio – Raciocínio está em declaração do Presidente
Temer, no congresso da Fenabrave, entidade dos revendedores de veículos,
terça-feira passada. Lá, turbinado por surpreendentes aplausos, declarou
assinará a Lei à abertura do Salão do Automóvel, novembro. Aparentemente
combinou com os russos legisladores.
Ar – Fábricas de automóveis buscam independer de
energia elétrica cara, produzido por hidroelétricas ou termogeradores. No
Brasil Volkswagen tem duas represas gerando energia; Honda um parque de
geradores eólicos. Toyota Argentina vai pelo mesmo caminho: acertou com a
petroleira estatal YPF geração de energia elétrica produzida por geradores
eólicos.
Mit 20 – De uma aposta no futuro, em município
distante do centro produtor de auto peças, mas próximo ao mercado de seu
produto, os picapes 4x4, em 20 anos a Mitsubishi marcou sua história em
Catalão, GO.
Vai - Nasceu com 14.000 m2 de área coberta e, em
20 anos, chegou a quase 20 vezes mais. Registro insólito, no meio de
Goiás a empresa tem uma das três mais modernas instalações de pintura no
Brasil.
Gabarito – Das muitas conquistas, o transformar o
picape diesel em objeto-ícone de consumo; de ter sido pioneira no uso de turbo
nos Mitsubishi; de dar morfologia aos picapes: diesel, cabine dupla, tração nas
4 rodas.
Saída - Para enfrentar o tabelamento dos fretes - e
a impossibilidade de negociar -, a GM pensa em ter frota própria de caminhões,
tanto para recolher autopeças quanto para transportar carros O Km. A greve dos
caminhoneiros e a incapacidade do governo em peitar e resolver, ficando refém
da categoria, dá em excrescências como esta.
Respeito – Governo inglês quer incrementar o uso de
combustível E10 – gasolina com 10% de etanol. Mas em respeito ao 1,8M de
veículos pré 1970 existente no país, e para os quais considera a mistura
incompatível, mante-la-á disponível até 2020.
Aqui – Ao contrário da respeitosa elegância inglesa,
aqui, reflexo da maneira impositiva dos governos militares e seus sucessores,
somada à leniência brasileira, a gasolina vem misturada com tão elevada quanto
desconhecida quantidade de álcool, e o governo nada pergunta sobre
adequabilidade ou fazer danos nos veículos, novos ou antigos.
Imprensa - Jeremy Clarkson, polêmico jornalista,
brilhante em comparações, hábil utilizador de adjetivos, em sua coluna mensal
na revista 4 Rodas carrega de elogios a caçamba do picape
Toyota, mas critica a substituição de um comando mecânico por botões e
eletrônica para acionar tração nas 4 rodas e reduzida.
Também – Coluna tem criticado os
fabricantes por isto. Serviço duro não permite as dúvidas do uso de
complicações elétricas e eletrônicas. Botãozinho não é coisa séria ou
confiável, mas boiolo-feminina.
Utilidade – Mesma revista porta pequeno encarte
patrocinado pela Fiat, o Guia do Test-Drive Perfeito, aulas sobre
como avaliar veículos. Didático, interessante, sem indicar seus carros, mas
demonstrando claramente as novas qualidades dos novos Fiat.
Araxá – Renault confirmou e avisa de seu patrocínio
ao Brazil Classics Renault Show 2018, mais conhecido como Encontro de
Araxá, onde realizado. Mais elegante dentre os pululantes e descoordenados
eventos antigomobilísticos no Brasil, ocorrerá entre os dias 5 a 9,
setembro, feriado. Patrocínio faz parte das comemorações dos 120 anos da marca.
Gracioso.
Brazil Classics Renault Show 2018
Autoclasica – Sequência de qualidade, depois do mais
elegante evento antigomobilístico brasileiro, será a vez dos argentinos com
o Autoclasica. É o maior dentre os da América Latina, ocorrendo
entre 12 e 15 de outubro em San Isidro, vizinha a Buenos Aires.
Lá - Brasileiros não expõem, mas comparecem aos
milhares. Entrada a 300 pesos – uns R$ 41,02. Para o dia 12,
promoção: dois tíquetes por 350 pesos – circa
R$ 47,85.
Cartaz da Autoclasica
Gente – Fernão Silveira, comunicólogo,
deixou a Ford após um ano de serviço.
OOOO Jornalistas do setor,
incontidos em rótulos e carimbos, dizem-no o fugaz. OOOO
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