CARRO POR AÍ - Roberto Nasser
Coluna nº 3.318 - 17 de agosto de 2018
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Cactus, aposta da PSA
Começar de novo. Missão do Citroën
Cactus
PSA, holding das
marcas Peugeot, Citroën, DS, das recém compradas Vauxhall, Opel e autopeças,
iniciou produzir o novo Citroën C4 Cactus na fábrica de Porto Real, RJ. Em
termos morfológicos lembra um Mercedes GLA, com bom conjunto mecânico, liderado
por engenho L4, 1,6 litro, turbo, fazendo médios 170 cv.
Não é mais um ou apenas outro produto
novo. O Groupe, como seus colaboradores o chamam, focou no
Cactus o momento da virada da empresa, o ponto de inflexão à reconquista de
espaço.
No Brasil, ambas as marcas tiveram dias
de vendas e glórias no mercado. Peugeot, por exemplo, monoproduto com o 206
representava 3% das vendas gerais. Citroën, com C3 Picasso, menos, mas ótimos
resultados tratando-o como categoria Premium, acima dos Peugeot, líder dentre
monovolumes, situação única no mundo.
Depois, trapalhadas, economia besta,
subtraindo o lançamento do 207 e transformando o 206 para ser tratado como novo
produto, iniciou descer a ladeira das preferências.
Mudanças, bons produtos não
inverteram a mão do mercado, e as marcas pagaram caro pelas confusões, pelas
elevadas contas cobradas pelos consertos nos concessionários, e as gestões por
fugazes administradores.
Há cinco anos o envio de Carlos Gomes, ex-Fiat
Portugal, cooptado a peso de ouro, conseguiu um diagnóstico, fez mudanças,
traçou parâmetros e, corajosamente fez incisão profunda no problema maior: mau
conceito na assistência técnica, criando o maior pacote de proteção aos
clientes.
Ao mesmo tempo, gestou processo de mudanças, incluindo centro de
desenvolvimento e design, e conclusão: para mercado promissor, mas
de uso áspero como o são as vias brasileiras, onde, a grosso modo, um sedã
exige suspensão de utilitário esportivo, os produtos deveriam ser concebidos
com especificações nacionais – e não europeias adaptadas.
Abro espaço
para comentar como as marcas de automóveis erram em olhar para a frente, sem
prestar atenção no passado. Tivessem procurado os arquivos de uma das marcas
sob sua tutela, teriam encontrado em sua fábrica de Poissy, onde era a sede da
Simca, o árduo e bom trabalho realizado para dar resistência brasileira a um
produto francês, como o foi o Chambord e seu pico de desenvolvimento local, o
modelo Tufão.
Dentre as medidas, durante a gestão
superior de Carlos Tavares, outro português, chamado a salvar a PSA, resolveu-se
investir nas marcas no mercado sul-americano, começando por passo mandatório:
uso de plataforma comum. Definida, será base para os próximos produtos da
marca, a começar pelo Cactus.
Outros dela advirão: Gabriel Cordo Miranda,
diretor da PSA na Argentina, há dias anunciou um sedã como produto a seguir o
Cactus. Na definição por este, em produção na
Europa, estatuíram, o sucessor seria desenvolvido no Mercosul. Boa escolha,
superou o original - e o substituiu.
Para fazer o Cactus, houve necessidade de
grande mudança tecnológica na moderna fábrica da PSA no curioso e pouco
conhecido município carioca de Porto Real – Pó Royal, como
pronunciam os franceses... – com reformulação, controles digitais,
conceitos Indústria 4.0 e moderno sistema de conferência das medidas das
carrocerias por laser.
Dos 300 milhões de euros demandados, Tavares concedeu
1/3, e por sobrevivência a operação foi realizada com economia, negociação,
sério corte de pessoal, cumplicidade com fornecedores. O produto surpreendeu.
Ao final terão sido gastos R$ 580 M, pouco acima do teto definido. A puristas
seria um hatch de 4 portas, mas os traços finais fazem-no
visto como utilitário esportivo – é, no Brasil, classificação tão etérea quanto
o termo jipinho aplicado por alguns jornalistas -, e a
morfologia de maior crescimento no mercado. 2,65m de distância entre eixos
oferece ótimo espaço interno a passageiros dianteiros e posteriores.
A PSA calcula sucesso ao apostar no
formato de maior crescimento no mercado e nos acertos de estilo e composição
mecânica. Na prática, projeta vender 2.500 unidades mensalmente, 1% do mercado
doméstico. Em termos, pouco menos ante a soma dos números de venda obtidos em
junho, 2.900 unidades: 1.600 Peugeots e 1.300 Citroëns.
Relativamente ao modelo anterior, europeu,
o projeto sul americano, gestado na PSA em S Paulo, é muito superior em estilo
e conforto, incluindo exigência dos consumidores sul americanos, de os vidros
das janelas traseiras baixar totalmente.
Pablo Averame, argentino, muitos anos
de Peugeot, vice presidente de produto, marketing, mobilidade e serviços
conectados na América Latina, entende, o Novo SUV C4 Cactus
ilustra perfeitamente a nova assinatura “Inspired By You” da Citroën, uma marca
inspirada pela vida das pessoas e pela sua maneira de viver o automóvel. Um
veículo muito moderno e seguro, desenvolvido em torno de três pilares: o
design, a tecnologia e o conforto.
Em design, destaca-se sua silhueta moderna e
repleta de personalidade, que integra os novos códigos da marca, com múltiplas
possibilidades de personalização.
Em termos de tecnologia, o modelo será
equipado com os novos sistemas de assistência ao motorista para uma condução
mais fácil e tranquila, com destaque para o “Active Safety Brake” que, até um
limite de velocidade, aciona automaticamente os freios em caso de colisão
iminente.
Já no pilar de conforto, fiel ao programa Citroën Advanced Comfort®,
será uma referência em sua categoria, destacando-se aqui o seu isolamento
acústico e o conforto da suspensão.
A implementação tecnológica aplicada em
Porto Real permeará para aos produtos ali montados: Cactus, Peugeots 208 e
2008, Citroëns C3 e Aircross.
Roda-a-Roda
Quanto ganhas? – Pergunta pode parecer
impertinente, mas tem fundo lógico. É para saber se você, apreciador de
automóveis, cultor da história e da cultura, está apto a não se candidatar à
aquisição de um dos 250 exemplares do livro Il fascino Ferrari.
? - Edição própria,
primeiros 250 exemplares custarão aproximados US$ 30 mil – a grosso modo uns R$
115 mil. Terá autógrafo do CEO recém desaparecido Sergio Marchionne, John
Elkman, presidente, e Piero Ferrari, vice.
Mais – Virá num estojo de alumínio e
terá mesinha inspirada num motor V12. Sei não ser o seu caso, mas haverá edição
tipo mezza boca, os exemplares 251 a 1947, sem os agregados e
assinado apenas por Piero Ferrari custarãm US$ 3 mil por 514 páginas, fotos e
desenhos inéditos dos 71 anos de história da marca.
Mesa inspirada em motor V12 Ferrari. Acompanha o livro. A fim?
Eclipse Cross – Nome marcante, de
esportivo surgido ao fim da década de ’90, preferido por jogadores de futebol e
outros intelectuais, Eclipse foi aproveitado para marcar novo produto da mesma
Mitsubishi. Desta vez nada de esportivo, mas na onda dos SUV e SAV, será o
Eclipse Cross.
Como – Vertente do ASX, assemelhado em
morfologia e uso, dele aproveita a plataforma, terá motor L4, 1,5 litro, turbo,
163 cv, transmissão CVT e tração nas 2 ou 4 rodas. É um ASX elegante, bem
vestido, cheio de cromados. Setembro.
Muda – Jeep iniciou montar
segunda geração do Renegade. Repete mudanças exibidas no modelo italiano:
grade acompassada, para choques, faróis, lanternas traseiras,
console, tela multimedia e infordiversão. Vendas em outubro.
Novo Renegade. Aqui o modelo europeu
Mais – Setembro VW iniciará vender
Novo Jetta. Coisas do comércio internacional, é produzido no México, mas o
motor L4, 1,4 litros, turbo, 150 cv, é brasileiro, feito em São Carlos, SP.
Transmissões automática e mecânica com seis velocidades. Também versão 2.0 e
220 cv, automático, sete velocidades.
Mercado - É construído
sobre a plataforma MQB, mesma do Golf, Tiguan, Polo e Virtus, e relativamente à
versão antiga cresceu milímetros em comprimento, e poderosos 12 cm entre eixos.
No mercado ficará entre os VW Virtus e Passat.
Novo Jetta - Vento para a América Latina. (foto Autoblog.uy)
Toyota – Mudanças no
picape HiLux: grade, para choques, tomadas de ar, grupo óptico frontal, capô.
Internamente novo sistema de infodiversão mais responsivo, tela maior. Apenas
versões de topo, para lazer e transporte individual em asfalto. Segundo ciclo
da atual geração, terá apresentações regionais. Vendas imediatas.
HiLux mudará nas versões superiores, copiando tailandesa Rocco
Ranch – FCA criou versão de
topo para o líder Toro. É a Ranch, superior à Volcano. Tratamento
automobilístico em decoração – couro marrom combinando com pintura prata –,
faróis girando para curvas, acionamento do motor por controle remoto. A R$ 150
mil – conversáveis.
Toro, topo
Festa – Renault festeja um
ano do lançamento do Kwid com 56 mil unidades vendidas; 46% do segmento onde
competia com Fiat Mobi e VW up!; exportação de 20 mil carros à América Latina.
Superados os problemas iniciais de aclimatação do projeto indiano às condições
nacionais, deve ascender no segundo ano.
Antigos – Sucesso a 3ª
edição do Village Classic Cars promovido no Shopping Village
Mall, Barra da Tijuca, RJ. Destaque para Mercedes 300 SL, o Asa-de-Gaivota,
pintado em corajoso verde claro, completo com jogo de malas. Do colecionador
paulistano Leo Steinbruch.
História – Não foi
apenas bom encontro, atraindo público diversificado, mas corajoso resgatar do
ânimo carioca. Organizado pelo Veteran Car Club RJ, mais antigo do país, a cada
ano agrega novos expositores e interesse. Rio havia perdido eventos
automobilísticos de porte.
… 2 - Organizadores do
Encontro Paulista de Automóveis Antigos, em Águas de Lindóia, SP,
aproveitam know how, estrutura e pesquisa de mercado: farão evento
exclusivo a veículos esportivos. Mesma cidade, 24 a 26 de agosto.
Informações sportcarsag@gmail.com
Gente – Viviane
Mansi, comunicóloga, mudança.
OOOO Deixou
liderança de comunicação corporativa da Votorantim Cimentos, assumiu mesma
área, na Toyota com amplitude para América do Sul.
OOOO Ricardo
Bastos passou a função e concentrar-se-á em Relações Governamentais.
OOOO
Brasil é base de comando continental.
OOOO Carlos
Ayala, mexicano, engenheiro, promoção. OOOO De Vice
Presidente de Negócios a Presidente da DAF Brasil.
OOOO Marca
pouco conhecida, 3.500 unidades em circulação atuando no segmento acima de 40t,
e é a primeira fábrica fora da Europa. OOOO Nicola
Romeo, engenheiro, criador da Alfa Romeo, passou há 80 anos. OOOO Enzo
Ferrari, engenheiro h.c., empreendedor em sua marca famosa, foi-se há três
décadas. OOOO
Renegade básico baixou R$ 7 mil
Renegade baixa preços
Surpresa no mercado pelo retorno à produção no
mesmo Pernambuco onde fora montado no meio dos anos ’60, o Jeep, em atualizada
versão Renegade, cumpriu promessa aparentemente impossível, feita em sua
apresentação ao Salão do Automóvel de 2014: seria líder de mercado.
Foi. Ao
primeiro ano de produção ultrapassou o Ford EcoSport e o Renault Logan,
distanciando-se na liderança. Produto de sucesso, construído no Brasil, na
Itália e na China, é um dos veículos responsáveis por transformar a marca na de
maior faturamento e lucros na holding FCA – quando a Fiat
assumiu a Chrysler, a Jeep foi uma das marcas recebidas, e a FCA soube
aproveitar seu potencial.
Aproximando-se da importante referência de um
quarto de milhão de unidades produzidas no Brasil, empresa reviu os preços de
suas versões, reduzindo-os para não perder e incentivar vendas no período pré
eleitoral, habitualmente redutor de negócios. Segundo o fabricante, não houve
contração de conteúdo, mas apenas um ajuste sazonal.
O realinhamento minguou preços em até R$ 7 mil na
versão de entrada, a Custom, motor flex 1,8 e câmbio manual de 5 marchas. Em
julho encontrável por R$ 76.990, seu preço sugerido em tabela é de R$ 69.990.
Em posição intermediária, a versão Sport 1,8 e câmbio manual sofreu corte de R$
3.500, descendo a R$ 79.990. Com opção de câmbio automático, teve preço
reduzido em R$ 2.500, chegando a R$ 86.490. Versão Longitude, superior, com
transmissão automática, teve corte de R$ 3.500, atingindo R$ 90.490.
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