Fernando Calmon
Nº 1.074 — 5/12/19
ONIX SURPREENDE POR
EQUIPAMENTOS E PREÇO
Segunda geração do Chevrolet Onix não deve ter muita
dificuldade de manter sua posição de liderança de cinco anos no mercado
brasileiro. É mais provável até que consiga aumentar, pois a versão anterior
continua em linha, como Onix Joy, e entrará nas estatísticas de vendas para
robustecer os números.
O hatch é um pouco menor que o sedã (Onix Plus) internamente
pela distância entre eixos 5 cm mais curta. Mas espaço atrás continua melhor
que na primeira geração e rivaliza com um dos principais concorrentes, o VW
Polo.
O novo Onix apresenta um comportamento geral acima da média.
A fábrica teve o cuidado de calibrar suspensões e direção mais voltada ao
prazer de dirigir, sem torná-lo desconfortável em relação ao Onix Plus.
Curiosamente, o hatch em sua versão de topo Premier pesa apenas 4 kg a menos
que o sedã, 31 cm mais comprido.
A estratégia do projeto Onix foi construir um carro mais
leve possível e que pudesse alcançar nota máxima nos testes de colisão. Optou
por dois airbags extras, do tipo cortina, que são mais baratos que aços
especiais de reforço estrutural. Com isso alcançou preço competitivo e
desempenho muito bom, ligeiramente superior à dupla Polo/Virtus mais potente do
segmento.
O motor de três cilindros turboflex de 116 cv/16,8 kgfm
(etanol) surpreende pelo baixo nível de ruído e vibração, além de boa
integração com o câmbio automático de seis marchas.
Ainda não foi possível
avaliar a versão com câmbio manual também de seis marchas, mas os dados de
fábrica indicam que a aceleração de 0 a 100 km/h com qualquer um dos câmbios é
feita em 10,1 s, algo diferente dos padrões, inclusive do Onix Plus.
O hatch
também terá motor 1-litro aspirado de 82
cv/10,6 kgfm que a fabricante indica como o mais econômico no padrão Inmetro: 16,7
km/l na estrada e 13,9 km/l na cidade (gasolina). Esse motor deverá chegar
entre um e dois meses ao mercado.
Como o sedã, o hatch
disponibiliza um pacote de itens tecnológicos e de segurança que se destacam nesse
segmento. Inclui alerta de ponto cego nos retrovisores, ar-condicionado digital,
sistema de assistência para estacionar, carregamento de celular por indução, conexão
wi-fi a bordo com antena dedicada e duas portas USB no dorso do console central.
Mas não oferece saídas de ar-condicionado para o banco traseiro e nem frenagem
autônoma de emergência como os rivais da VW e Hyundai, respectivamente.
Em dois aspectos o Onix da primeira geração ainda é superior
ao atual: porta-malas (mais 14 litros) e tanque de combustível (10 litros). No
primeiro não importa tanto, mas no segundo há real diminuição de alcance. Há
excesso de plásticos duros no interior, embora contraste de cor e de textura
amenize nas versões mais caras Premier. Estepe temporário e apoios de cabeça
integrados aos bancos dianteiros ajudaram na redução de custos.
Oferecer mais equipamentos em um carro inteiramente novo pelo
preço anterior surpreendeu os concorrentes. Estes esmiuçaram o novo Onix e constataram
“economias” que o consumidor médio não percebe. Os preços dividem-se em 12
faixas de R$ 48.800 a R$ 72.900.
ALTA RODA
FORD confirmou que em fevereiro próximo começará a vender, na Argentina, o
SUV médio Escape (lá como Kuga, seu nome na Europa) na versão híbrida. O modelo
deve chegar ao Brasil também, embora a fabricante ainda não tenha anunciado.
MITSUBISHI começou a produzir na fábrica de Catalão (GO) o SUV-cupê Eclipse Cross
para o antes menos congestionado segmento dos SUVs médios. A marca oferece
agora versões mais básicas GLS e HPE por, respectivamente, R$ 129.990 e R$
144.990.
MERCEDES-AMG A 35 4MATIC demonstra pegada esportiva como
poucos no segmento dos hatches compactos. Estreia o motor da série 35 (sem
montagem artesanal, como nos modelos maiores). Entrega 306 cv e 40,8 kgfm, além
de arrancada assistida para acelerar de 0 a 100 km/h em 4,7 s. Versão de
lançamento, com defletor de teto e ainda mais completa: R$ 285.900.
FÓRMULA aventureira Trekking, no Fiat Argo, está bem resolvida. Com 21 cm de
distância mínima do solo, o carro vai bem no uso leve fora de estrada e em piso
irregular. Interior apresenta acabamento cuidadoso. Motor de 1,3 litro e câmbio
manual 5-marchas formam bom conjunto, apesar do curso da alavanca. Desempenho limitado
pelo peso extra e pneus maiores.
PRIMEIRA associação mundial entre fabricante e fornecedor de autopeças para
construção de um campo de provas ocorrerá no Brasil. Anunciada pela
Mercedes-Benz e Bosch, ficará pronto em 2021 ao custo de R$ 70 milhões. Será
alugado também a empresas interessadas em desenvolver itens de segurança,
emissões, conectividade e qualquer outro teste.
BORGWARNER estima que, em 2023, o mundo deve produzir 5,6 milhões de veículos
elétricos e híbridos por ano, cerca de 5% do volume total. Empresa fornecerá
vários itens específicos, mas continuará a investir em turbocompressores que
estarão em 59% dos motores a combustão em 2027. No Brasil, FCA terá motores 1,0
e 1,3 turbo em 2020.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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