Coluna
Fernando
Calmon
Nº 1.115 — 17/9/20
BETTER PLACE FRACASSOU
COM TROCA DE BATERIAS
Durou apenas seis
anos (2007 a 2013) uma das experiências que não deram certo para tornar o carro
elétrico a bateria uma real alternativa aos veículos convencionais movidos por
motores térmicos e combustível líquido. O israelense Shai Agassi fundou a Better
Place (em tradução livre, Lugar Melhor) na Califórnia (EUA), mas sempre foi
administrada de sua terra natal.
A ideia era construir uma rede de postos de
troca rápida de baterias e sua posterior recarga. Isso resolveria, em tese,
alguns dos maiores obstáculos à aceitação dos elétricos: tempo de recarga da
bateria e autonomia.
A partir de uma
primeira experiência em Israel, a empresa atraiu outros países em 2008: Dinamarca,
Austrália, Japão e Canadá; nos EUA, Califórnia e Havaí. Grandes empresas, a
exemplo da fabricante alemã de autopeças e pneus Continental, além de gigantes
de TI como Intel e Microsoft, também mostraram interesse. Faltava, porém,
envolver um produtor de veículos.
No Salão de Frankfurt de 2009 a Renault
apresentou o sedã Fluence ZE (sigla em inglês para Zero Emissões) adaptado para
o sistema de troca rápida de bateria. A solução estética não ficou boa pois
desequilibrou a silhueta do carro.
Ainda assim foi assinado
um termo de fabricação de 100.000 unidades para circular em Israel e Dinamarca
até 2016. Nenhum outro fabricante se interessou pela solução que seria projetar
um automóvel para facilitar a troca de bateria. A própria Renault fez só uma
adaptação e conseguiu vender 1.000 unidades do ZE para Israel e 400 para a
Dinamarca.
Havia outro problema: as baterias eram cerca de 10 vezes mais caras
que as de hoje. E qual era o controle do dono do carro sobre o que aconteceria
com a sua unidade à base de troca?
O resultado foi o
esperado. Better Place faliu em 2013 e US$ 850 milhões (R$ 4,5 bilhões) de
capital privado captados no mercado viraram pó.
Agora, com a queda do
preço das baterias e uma rede de estações de carga em expansão, principalmente
na Europa Ocidental, ninguém mais fala no assunto. A vocação urbana do carro
elétrico prevalecerá ainda pelo menos até 2030.
A exemplo do recente acordo
entre Uber e Renault-Nissan, Zoe e Leaf serão oferecidos a preço especial para
motoristas daquela plataforma de mobilidade urbana. Objetivo é atingir, até
2025, metade dos quilômetros rodados anualmente com modelos 100% elétricos em
sete capitais europeias (Londres, Paris, Madri, Berlim, Amsterdã, Bruxelas e
Lisboa).
Não espere milagres em
curto prazo. Até 2030 especialistas acreditam que a densidade das baterias de
íons de lítio pode dobrar. No entanto, recargas ultrarrápidas (de 10% a 80% da capacidade
máxima em 15 minutos vista em protótipos) encurtam sua vida útil prevista hoje para
2.000 ciclos completos, ou seja, de oito a dez anos de uso não intensivo.
O
preço já caiu bastante, porém ainda depende de matérias-primas como o lítio. A
aposta é aumentar sua durabilidade nos próximos anos para que a necessidade de
reposição diminua.
A solução definitiva
e segura, por anular os riscos de incêndio e curto-circuito em recargas
ultrarrápidas, é a bateria de estado sólido. Seu preço atual, contudo, é
proibitivo pelo menos até meados da próxima década.
ALTA RODA
CORRELAÇÃO e diferença de preços entre veículos novos e usados estão-se mostrando
fator mais importante na decisão de compra do que se pensava inicialmente.
Segundo o consultor Ari
Kempenich, pessoas estão evitando o transporte público e procuram
adquirir um veículo usado, o que pressiona seu preço. “Esse novo patamar
dificilmente voltará à realidade pre-Covid, pois mesmo que o dólar caia muito,
o preço dos novos não deverá recuar, o que implica manter o preço dos usados
nos patamares atuais”, explica.
TRAILBLAZER 2021 chega agora com a mesma frente da S10 High Country, porém duas
barras cromadas na grade dão certa elegância ao modelo. Manteve configuração única
de sete lugares. Todo o aparato de segurança ativa e passiva é o mesmo da
picape, incluindo frenagem automática de emergência e detecção de pedestre.
Apenas com motor Diesel, a uma única versão Premier sai por R$ 269.850 ou 13%
inferior ao modelo da Toyota equivalente.
HONDA Civic Si é um cupê elegante, com muita disposição para acelerar (motor
turbo, 208 cv), câmbio manual de seis marchas de engates bastante precisos e
capacidade ímpar de superar qualquer tipo de curva. Posição de guiar perfeita.
Atrás há bom espaço para pernas e menos para cabeça. Como todo duas-portas estas
são algo pesadas e longas, o que dificulta abertura em vagas apertadas. Esse
lote faz parte das últimas unidades com câmbio manual importadas dos Canadá.
Lá, agora, só automáticos.
SERVIÇO de assinatura chegou também para o segmento premium e elétricos. Grupo
Osten, que atua em São Paulo, Santos e São José dos Campos, oferece o BMW i3
por cerca de R$ 7 mil mensais, por três
anos e utilização de 1.000 km por mês. No caso do Jaguar I-Pace, são R$ 11,5
mil mensais, também por três anos e franquia igual.
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www.fernandocalmon.com.br
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