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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Turismo registra perdas de mais de 50% em relação a 2019. A expectativa para 2021 é reforçada pelo comportamento das vendas para o Nordeste a Europa já no 1º semestre de 2021


Roberto Haro Neldeciu, presidente da Braztoa
O levantamento feito pela Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) mostrou que há uma avanço, embora, ainda lento das operadoras de turismo. Há uma grande expectativa para as operações das companhias aéreas no 1º semestre do ano com um aumento das vendas para destinos no Nordeste e Europa. Segundo a pesquisa apresentou uma atividade de quase 90%das viagens de lazer comercializdas no País

Esse foi o sexto levantamento mensal que revelou a atividade de cerca de 90% das viagens de lazer comercializadas no Brasil. Na ocasião, 79% das operadoras realizaram vendas no mês de agosto. Este indicativo manteve estabilidade ante os 78% apresentados em julho. Já os pedidos de cancelamento caíram bruscamente e atingiram apenas 30% das empresas consultadas (em julho, esse número era de 73%), evidenciando a tendência de queda, mês a mês.

O percentual de empresas que apontou ter vendido de até 50% comparado ao faturamento do ano anterior deu um salto de 10% para 25% no mês de agosto, dividindo o segundo lugar no ranking com as empresas que faturaram de 11% até 25% em relação ao mesmo período de 2019. O número de operadoras cujo faturamento ainda está até 90% menor do que em 2019, segue alto, em 40%, mas tem apresentado queda desde julho (era 45% em julho e 72% em junho).

“Essas variações positivas refletem o cenário já previsto anteriormente de uma retomada de faturamento lenta e gradual, mas, acima de tudo, presente. Tanto que para 87,5% das operadoras, agosto foi melhor ou similar a julho”, informou a Braztoa, ao adiantar que a região Nordeste se destacou mais uma vez, fazendo parte das vendas de 83% das operadoras.

A maioria das empresas consultadas revelaram vendas de viagens cujos embarques se concentram no primeiro semestre de 2021 (67%), seguidas de viagens que se realizarão em novembro (50%) e dezembro (50%) deste ano. Depois aparecem outubro (46%), setembro (44%) e agosto (29%). As viagens para o segundo semestre de 2021 mantiveram-se no patamar indicado em julho e fizeram parte das vendas de 38% das empresas.





A região Nordeste se destacou mais uma vez, fazendo parte das vendas de 83% das operadoras, seguida das regiões Sudeste, indicada por 80% das pesquisadas, Sul (74%), Centro Oeste (70%) e Norte (62%). Entre os destinos nacionais mais comercializados em agosto, em cada região, figuraram Salvador, Porto de Galinhas, Angra dos Reis, interior de São Paulo, Serra Gaúcha, litoral de Santa Catarina, Bonito e Amazônia.

Destaque para a EuropaNa área internacional o destaque foi para a Europa, que esteve presente nas comercializações de 75% das pesquisadas, seguidas da América Central/Caribe (62%), América Sul (55%), América do Norte e Ásia/Oceania (48% cada) e África (24%). Entre os destinos mais procurados estão Portugal, Itália, Cancún, Punta Cana, Orlando, Miami, Maldivas, Argentina e Peru.

“É importante ressaltar que as vendas de viagens para o exterior, não obstante a volatilidade do dólar, poderiam estar em um patamar mais elevado, não fosse a demora na regularização em 6% do Imposto de Renda Retido na Fonte para as remessas ao exterior, que hoje está em impraticáveis 25%. Essa alta tributação tira a competitividade das empresas nacionais, já que força os viajantes a adquirirem serviços junto a fornecedores sediados no exterior”, lembrou a Braztoa.

Praia, campo e cidade empatados
As maiores preferências dos turistas se dividiram entre viagens com aéreo de curta distância (voos com menos de 2 horas de duração), seguidos de roteiros completos com voos de longa distância (voos superiores a 2 horas de duração), além das hospedagens em locais de curta distância (até 400 quilômetros). 

Os resorts aparecem com maior destaque entre as opções para acomodação. A locação de carro se mostrou constante e os cruzeiros marítimos começam a aparecer no ranking das escolhas.

Viagens para casais lideram as vendas
Destinos de praia, campo e cidade ficaram empatados no ranking de buscas, seguidos de locais de natureza e ecoturismo. Em relação ao tempo, as viagens mais comercializadas foram as de média duração (5 a 9 dias), seguidas das de curta duração (até 4 dias). As escapadas de final de semana aparecem em terceiro lugar e, na sequência, estão as viagens de longa duração (10 dias ou mais).

Viagens para casais foram responsáveis pela grande maioria das vendas, seguidas dos roteiros para famílias com adolescentes ou adultos, que tiveram pouca diferença para as vendas de viagens para famílias com crianças pequenas. Viagens entre amigos e pessoas de terceira idade começaram a ganhar representatividade nas buscas.
Expectativas, gargalos e oportunidades

Quando o foco é o segundo semestre de 2020, 71% das operadoras sinaliza que o faturamento não chegará 50% de 2019.

“Assim como o Turismo impacta uma enorme cadeia de atividades econômicas, ele também depende de todas elas para atuar plenamente. Diante desse cenário, é importante ressaltar que entre os fatores responsáveis pela estabilidade das vendas no período pesquisado, bem como o aumento do faturamento, estão a criatividade, a flexibilidade e o alto poder de customização das operadoras para a criação de novos produtos, com o intuito de manter nas vitrines opções diferenciadas para todos os perfis de viajantes, apesar de todas as restrições atuais”, ressaltou Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa.

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