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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

MONTADORAS CORREM ATRÁS DE CLIENTES OFERECENDO CARROS MAIS ECONÔMICOS, COM NOVOS PLANOS DE MANUTENÇÃO, MAIS TECNOLÓGICOS, MAS OS PREÇOS CONTINUAM ALTOS


Alta Roda
 

Nº 908 — 06/9/16

Fernando Calmon



TEMPOS DE REAÇÃO?

Em plena crise de vendas pode parecer que a grande onda de lançamentos em 2016 se deve à atuação imediata dos fabricantes em busca de clientes arredios. 

Na realidade, as novidades foram decididas há quatro ou cinco anos, nos tempos de bonança, e em razão de metas de eficiência energética. 

Só neste mês de setembro, chegaram Uno e seus novos motores, reformulações de meia geração no Fusion, motor 1-litro turboflex para o Golf, além do Jeep Compass produzido no Brasil (a ser analisado na Coluna da próxima semana).

A Ford sempre posicionou bem o seu médio-grande Fusion por trazê-lo do México isento dos 35% de imposto de importação, que deixa os rivais diretos sem fôlego para competir. 

Não é à toa que até o final do ano se aproximará das 100.000 unidades vendidas desde 2005. 

Hoje, o ritmo caiu para 5.000 unidades/ano, mas o carro recebeu uma série de aperfeiçoamentos.

O visual do modelo 2017 inclui mudanças em faróis, grades e lanternas, além de discreto aerofólio sobre a tampa do porta-malas. 

A potência do motor turbo a gasolina 2-L passou de 240 cv para 248 cv e ganhou 7% de economia de combustível, mesmo porcentual do motor flex aspirado de 2,5 L que manteve os 175 cv. Alavanca do câmbio automático deu lugar a um prático botão giratório.

Na versão de topo Titanium de tração 4x4 estão concentradas tecnologias como o controle de cruzeiro adaptativo incluindo a função para-e-anda e o detector de pedestre com frenagem autônoma. 

Segurança passiva inclui oito bolsas de ar (duas para joelhos, do motorista e passageiro) e cintos de segurança infláveis para dois passageiros do banco traseiro. Ajustes elétricos estão nos dois bancos dianteiros.

Dinamicamente é um carro bom de dirigir e tem suspensões voltadas mais ao conforto. 

Altura de rodagem foi aumentada em 1,2 cm, o que diminuiu (não eliminou) problema anterior de raspar em quebra-molas e rampas, em especial quando roda carregado.

Preços acompanharam a variação do dólar e os novos equipamentos. Vão de R$ 121.500 a R$ 154.500. 

A Ford manteve a transparência ao adicionar um ano de garantia a cada revisão, no quarto e no quinto anos, por opção do comprador.

Decisão audaciosa foi da VW ao oferecer o primeiro médio-compacto, Golf TSI, com motor de 1-litro e 3 cilindros. 

Porém, não é qualquer motor. Trata-se do melhor turboflex do mercado na relação desempenho-consumo. 

São 125 cv a etanol (116 cv a gasolina ou 1 cv a mais que o oferecido na Europa) e torque de 20,4 kgfm, no caso equivalente a uma unidade moderna 2-L de aspiração natural.

Seu desempenho se assemelha a de um automóvel com o dobro da cilindrada, em qualquer condição de uso, porém limitando o consumo a 11,9 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada (gasolina); 8,4 km/l e 10,1 km/l (etanol). 

Contribui para esses resultados o novo câmbio manual de seis marchas. O automático virá em 2017. 

Preços partem de R$ 74.990 e alcançam R$ 95.661 (para menos de 5% dos compradores).

Golf terá apenas motores com turbocompressor. A fábrica também mudou o plano de manutenção, agora a cada ano ou 10.000 km. 

Antes se exigia troca de óleo semestral e a alteração será válida para toda a linha VW. Já não era sem tempo.

RODA VIVA

SERGIO MARCHIONNE, presidente mundial da FCA, reafirma que novas tecnologias – da condução autônoma à eletrificação – são muito caras e ainda geram incertezas, inclusive de plena aceitação pelos clientes.

“Em carros esporte, então, nem pensar”, disse. Ele veio ao Brasil para lançamento mundial do SUV médio-compacto Compass, que será fabricado também no México, Índia e China.

FIAT montou uma estratégia para colocar o novo motor de 3 cilindros no Mobi, o que ajudará a impulsionar suas vendas. 

Criará nova versão (possivelmente batizada de Drive) prevista para estrear logo no início de 2017 ou até antes. 

Aos poucos, descontinuará o atual motor de quatro cilindros que, além de antigo, não brilha em termos de consumo.

ESTILO tem alguns exageros, mas o híbrido Toyota Prius traz experiência marcante. 

Quem usa o acelerador com moderação consegue tirar o carro da imobilidade e, em teoria, rodar até quatro km no modo puramente elétrico. 

Resultado de consumo de combustível no uso urbano é excepcional; na estrada, nem tanto. Atmosfera da cabine, um ponto alto.

MITSUBISHI renova a picape média de cabine dupla L 200 Triton, sem retirar de linha a geração anterior. 

Estilo mudou pouco e uma das novidades é a altura da caçamba, o que aumentou o volume para carga.

Grande evolução mesmo foi do motor a diesel, que diminuiu cilindrada para cortar consumo e ainda assim ganhou potência (190 cv) e torque (43,9 kgfm).

DEZOITO entidades de vários setores tentam convencer candidatos à prefeitura da maior cidade do País – e, portanto, exemplo para outros municípios – sobre a importância da inspeção veicular de segurança e ambiental. 

Estudos apontam que de 10% a 20% das mortes no trânsito ocorrem por falta de manutenção regular, sem contar a melhora na qualidade do ar.
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fernando@calmon.jor.br  www.facebook.com/fernando.calmon2



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