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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Indústria automóvel interessada no lítio português, que pode beneficiar nos próximos anos a economia portuguesa, com valores que podem chegar a 43 bilhões de euros. Portugal já estuda a instalação de uma fábrica de beneficiamento do lítio para as baterias de carros elétricos


Estudo divulgado esta semana pela empresa de consultoria MarketResearch.com indica que a procura de lítio para a construção de baterias de iões de lítio para a indústria automóvel vai quadruplicar ao longo dos próximos 10 anos.

O mesmo estudo revela que em 2010 o mercado mundial de lítio ascendeu a 11 mil milhões de dólares (€8 bilhões), mas que em 2020 deverá rondar os bilhões de dólares (€31,5 bilhões).


Alguns analistas do setor extrativo garantem ao Expresso que Portugal tem aqui uma oportunidade única para "marcar pontos" neste importante mercado, pois atualmente já é o 5º maior exportador mundial de lítio, e tem potencial de exploração para mais 70 anos. 

Estes dados são confirmados, aliás, num dos relatórios mais recentes do Departamento de Energia norte-americano.


O problema é que Portugal apenas vai até à produção de concentrado de lítio, ou seja, não acrescenta mais valor ao seu produto, tendo que o vender em bruto para os smelters (proprietários de fundições) de outros países. 

Esses, sim, é que entregam à indústria automóvel o lítio pronto para ser utilizado em baterias de carros elétricos. 


São também estes intermediários que faturam uma parte considerável do processo de transformação do lítio.

Sabe-se, no entanto, que o principal produtor de lítio em Portugal está já a ser sondado por várias empresas multinacionais da indústria das baterias para carros elétricos, no sentido de formar parcerias que possam passar pela criação de uma fundição em Portugal.

Ou seja, poderia ser um passo à frente no processo, em que o país acrescentaria valor ao seu recurso natural.


Para além da indústria automóvel, o lítio também, é utilizado na indústria eletrónica (telemóveis), farmacêutica e prevê-se que venha a ter cada vez mais aplicações na indústria aeroespacial e também na área militar.

A preocupação das construtoras de automóveis é tão grande em relação ao lítio que algumas já estão a entrar no capital social de algumas empresas mineiras em várias zonas do globo. 

As nipônicas Mitsubishi e Toyota recentemente adquiriram posições em algumas empresas do setor extrativo, na área do lítio, em dois países da América do Sul. 

Com estes avanços para a área mineira, a indústria automóvel quer garantir, de alguma forma, que não vai ter problemas no abastecimento dessa importante matéria-prima, para que a nova área de negócio dos carros elétricos, que agora desponta, não fique comprometida.

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