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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Empresários do setor da mobilidade aproveitam o momento de crise, que pegou fortemente o segmento automotivo, para discutir soluções. Essa rica iniciativa aconteceu durante o Congresso SAE Brasil, que completou um quarto de século, num momento em que se descobre que é urgente modernizar os equipamentos e espaço para inovações não faltam


Alta Roda
 

Nº 913 —  4/11/16Fernando Calmon


ESPAÇO PARA INOVAÇÕES

Neste ano dificílimo para a economia brasileira e em particular para o setor automobilístico, é estimulante saber que seminários e congressos conseguem atingir objetivos, agregar conhecimento, antecipar tendências e projetar o futuro. 

O Congresso SAE Brasil completou 25 anos com o evento da semana passada em São Paulo. 

Em 1991, se implantou aqui o primeiro braço fora dos EUA da secular (fundada em 1905, em Nova York) Sociedade de Engenheiros Automobilísticos.

Hoje, voltada para a engenharia da mobilidade, nos modais terrestre e aéreo, a entidade conseguiu ao longo de três dias reunir mais de 7.000 participantes, 85 palestrantes e apresentar 94 relatórios técnicos. 

A tradicional exposição encolheu um pouco, mas o inovador espaço tecnológico deu oportunidades para apresentações abertas e a baixo custo.

Um tema quase onipresente foi a mobilidade inteligente e, claro, o caminho para direção semiautônoma, em um primeiro momento, e autônoma, em um futuro difícil de prever com exatidão. 

Entre a tecnologia estar testada, pronta e efetivamente aplicada na prática podem aparecer alguns óbices. 

Até implantação mais lenta que o esperado, pois toda a sociedade precisa entender os reflexos.

O brasileiro parece estar confortável, segundo pesquisa da Cisco apresentada pela Porto Conectas, sobre o novo papel do automóvel. 

A população urbana aceita a direção autônoma, além da possibilidade de trocar a propriedade do carro pelo uso apenas quando necessário. 

Como toda pesquisa, depende de como a pergunta é feita, o público-alvo atingido e se a pessoa está disposta a pagar por custos desconhecidos que serão muito altos, pelo menos de início. 

Fora dos grandes centros urbanos e entre aqueles que nunca tiveram um automóvel as respostas talvez fossem outras.

Com infraestrutura precária, tanto viária como em abrangência limitada do tráfego de dados em alta velocidade, tudo deve acontecer de forma bem mais lenta no Brasil. 

Ainda há espaço, porém, para inovações como o banco de motorista de ônibus que detecta a fadiga do profissional. 

Desenvolvido pela Marcopolo, a encarroçadora gaúcha apresentará a novidade a seus clientes no início de 2017 e inclui diferentes métodos físicos de alerta.

Versões modernizadas de embreagem automática eletrônica (com ou sem pedal) foram reapresentadas pela Bosch e Schaeffler. 

Dispositivo mais barato do que o câmbio automatizado de uma embreagem merecia ter uma segunda chance no mercado brasileiro. 

Agora é possível ganhar até 5% em economia de combustível com o recurso de roda-livre (abertura da embreagem para aproveitar o movimento próprio do carro) e mais 5% se acoplada ao sistema start-stop (desliga-religa o motor no para-e-anda do trânsito).

O congresso divulgou uma iniciativa meritória apoiada por Campinas (SP). Trata-se de um projeto-piloto chamado Investigação Avançada de Acidentes de Trânsito, existente em 12 países. 

Apenas em um bairro da cidade a comissão técnica pesquisou 72 casos e promoveu 23 reconstituições, inclusive de fatalidades.

Numa segunda fase, este pool de empresas, universidade e instituições públicas preocupadas com a segurança quer incluir acidentes rodoviários.

RODA VIVA

DECISÃO reafirmada pela FCA: não haverá versão Fiat de nenhum produto Jeep, embora tenha acontecido com a dupla Dodge Journey/Fiat Freemont. 

Descartado também o possível SUV Fiat derivado da picape Toro, como ocorre com Chevrolet Trailblazer ou Toyota SW4. Informalmente a empresa alega que o custo de um SUV médio é alto e já existe o Jeep Compass.

SEXTA geração do Chevrolet Camaro deu belo salto em desempenho, estilo e interior todo reformulado. 

Começam vendas da edição especial Fifty que comemora 50 anos do modelo por R$ 297.000. 

Apenas 100 unidades virão para o Brasil, mas, a partir de janeiro, cupê e conversível estarão disponíveis. Motor V-8 de 461 cv/62,9 kgfm; 0 a 100 km/h, 4,2 s; máxima, 290 km/h.

NISSAN KICKS no dia a dia se destaca pela boa suspensão, direção precisa e um quadro de instrumentos moderno e de fácil visualização. 

Na versão de topo, quatro câmeras permitem manobrar com facilidade e segurança. Apesar de sua massa ser relativamente baixa (1.142 kg), falta algum fôlego ao carro pela combinação de motor de apenas 1,6 L e câmbio CVT.

MOTORES
de seis cilindros em linha são equilibrados por natureza, porém apenas a BMW continua fiel a eles. 

Com o avanço recente da modularidade de cilindros e desenho mais compacto (pode até ser colocado transversalmente) outros fabricantes estão readotando essa configuração. Mercedes-Benz já aderiu e a próxima será a Jaguar. Devem vir outros por aí.

FABRICANTE
americano de carros elétricos Tesla anunciou seu primeiro lucro líquido trimestral (simbólicos US$ 21,9 milhões) depois de 13 trimestres seguidos de prejuízo. 

Isso está longe de equilibrar as contas da empresa do bilionário Elon Musk. Lucro anunciado, aliás, se deve à compra de créditos fiscais para veículos de emissão zero do estado da Califórnia.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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