A Ford anunciou que sua engenharia vem trabalhando no desenvolvimento de uma nova tecnologia de desativação de cilindro para o motor 1.0 EcoBoost, sendo o primeiro do setor automotivo que contará com essa inovação.
O objetivo é lançar no mercado já a partir de 2018, possibilitando ampliar ainda mais a eficiência nessa cilindrada, com mais economia de combustível e redução de emissões de CO2.
Esse refinamento tecnológico contraria a ideia comum de que um motor com essa configuração seria incapaz de oferecer o refinamento exigido por um carro de passageiros.
Desenvolvido pelos engenheiros da Ford em Aachen e Colônia, na Alemanha, em Dagenham e Dunton, no Reino Unido, e em Dearborn, nos Estados Unidos, em colaboração com engenheiros do Schaeffler Group, a nova tecnologia é capaz de desabilitar ou habilitar um cilindro em 14 milissegundos – 20 vezes mais rápido que um piscar de olhos.
Combinada com soluções avançadas para contrabalançar vibrações, essa desativação é imperceptível para o motorista em termos de desempenho do motor, reduzindo o atrito e a necessidade de bombeamento do motor.
“A Ford avança nos limites da engenharia mais uma vez para melhorar ainda mais a eficiência do motor EcoBoost 1.0 e provar que ainda há potencial a ser explorado até mesmo nos melhores motores a combustão para entregar mais economia aos consumidores”, diz Bob Fascetti, vice-presidente de Engenharia de Powertrain da Ford Europa.
Simples no conceito, mas com engenharia avançada, esse sistema permite a operação em velocidades de até 4.500 rpm – quando as válvulas se abrem e fecham quase 40 vezes por segundo.
Ele usa a pressão de óleo do motor para ativar uma válvula especial e interromper a conexão entre o eixo de comando e as válvulas do cilindro número 1.
Um software sofisticado determina o momento ideal de desativação do cilindro com base na velocidade, posição do acelerador e carga do motor.
“Por ter capacidade variável, o sistema de desativação de cilindro dá ao motorista toda a potência do motor quando ele quer e a economia de um motor menor quando ela não é necessária”, diz Dennis Gorman, engenheiro de Powertrain da Ford Europa.
“Nossa pesquisa mostra que na maioria das situações de rodagem o sistema fica ativo por apenas alguns segundos de cada vez, agindo de forma rápida e imperceptível, e pode melhorar a economia de combustível em até 6%”, disse.
Menor complexidade
O sistema de desativação de um único cilindro criado pela Ford tem complexidade reduzida para viabilizar a produção em volume.
Mas também traz inovações para manter o conhecido refinamento do motor 1.0 EcoBoost, incluindo uma nova configuração do virabrequim com volante e polia propositalmente “desbalanceados” para neutralizar a vibração.
As válvulas de admissão e exaustão se fecham quando o sistema está ativo, prendendo os gases para criar um efeito de mola que ajuda a balancear as forças entre os três cilindros, além de conservar a temperatura dentro do cilindro para manter a eficiência da queima quando ele é reativado.
Novos suportes do motor, eixos de transmissão e buchas de suspensão contribuem para o seu refinamento.
Ele tem também componentes reforçados para suportar as variações de carga resultantes da desativação do cilindro, incluindo uma nova corrente do eixo de comando e osciladores de válvula produzidos com sistema avançado de metal injetado.
“A desativação de cilindro ajusta a capacidade do motor para otimizar a economia de combustível. E, para trazer o maior benefício aos consumidores, precisa ser ativada nas mais diversas situações de direção”, diz Carsten Weber, gerente de Pesquisa e Engenharia Avançada de Powertrain da Ford Europa.
“Nós estamos testando intensamente o sistema em condições reais usando várias estratégias de desativação para desenvolver um sistema que maximiza a economia de combustível sem comprometer o conforto de dirigir”, acrescentou.
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