Nº 972 — 22/12/17
Fernando Calmon
AUTÔNOMOS EM FOCO
Um debate interessante começa a tomar corpo nos EUA na
medida em que avançam as pesquisas para chegar ao almejado nível quatro de
carros autônomos. Ainda se desconhece quando essa tecnologia estará
suficientemente desenvolvida e todo o arcabouço jurídico montado para permitir
um automóvel se autoguiar. Cinco anos para os otimistas e 10 anos para os
realistas são as previsões mais recorrentes.
Paira, porém, outra dúvida. Esse recurso estará mais difundido
em veículos puramente elétricos ou em híbridos plugáveis? A resposta parece
estimular discussões, segundo artigo de publicação recente no site americano
The Verge. Ocorre que os fabricantes de veículos e os de equipamentos e
programas de computador concluíram que a automação é grande sorvedora de
energia elétrica nos veículos.
Isso pode implicar escolhas a partir de agora. O veículo
apenas com motor a combustão está livre de limitações. Outro, exclusivamente
elétrico e que deve rodar bastante em vários serviços para poder pagar os
custos, teria sua autonomia diária reduzida em pelo menos um terço.
Aí entraria
a opção pelo híbrido que associa motor elétrico e convencional. São mais
baratos que o elétrico puro e suportariam melhor a demanda de energia da
parafernália eletrônica.
Claro, a
opção elétrica iria gerar menos poluição localizada, porém se houver limitações
de uso e reabastecimento lento a prática comercial ficaria comprometida. Enquanto se discute, desde já, a aplicação comercial de
veículos autônomos, a utilização por motoristas comuns no seu dia a dia abrirá
outras possibilidades.
Uma delas começa a sair da toca de mansinho, nos tempos
atuais de nível dois e, um pouco mais adiante, de nível três de automação
(neste caso, uma intervenção eventual no volante pode tornar-se necessária). A
GM, nos EUA, passou a oferecer compras a bordo do carro por meio do sistema
multimídia comandado por voz.
Estaria, assim, aberta nova fonte de receita para os
fabricantes, pois com o tempo motoristas e ocupantes iriam além de apenas encomendar
pizza, comprar ingresso ou fazer reserva em restaurante.
No nível quatro de
automação, o ambiente interno do carro seria equivalente ao de um escritório
com todas as possibilidades e interações de um computador de tela grande e alta
resolução.
De outro lado, veículos autônomos deixam tempo livre a ser
preenchido por diversas funções, de lazer a culturais, durante o tempo de
deslocamento.
Por isso mesmo, a Renault anunciou, na Europa, poucos dias atrás,
a aquisição de 40% do capital de uma editora na França que publica cinco
revistas.
Segundo o comunicado distribuído pela marca francesa, os
motoristas europeus gastam, em média, cerca de duas horas por dia em
deslocamentos casa-trabalho-casa.
Com o desenvolvimento de automóveis conectados
e de tecnologia autônoma, novas possibilidades de negócios surgem e, entre
essas alternativas, está não apenas trabalhar a bordo, mas um pouco de diversão
também.
RODA VIVA
ESCALADA de lançamentos inéditos que a VW projeta até 2020 será
mais suave em 2018. SUV compacto T-Cross, previsto para a fábrica paranaense,
terá início de produção só em 1º de janeiro de 2019 e lançamento em março.
No
próximo ano, é a vez dos câmbios automáticos: além do Polo MSI (1,6 L), em
maio, Gol e Voyage trocarão os automatizados pelos Aisin de seis marchas.
PANAMERA e-Hybrid
chega apontado como automóvel de menor consumo em estrada: 26 km/l, pelo programa
de etiquetagem. Preços do sedã-cupê: R$ 529.000 a 1.242.000, pouco abaixo dos
modelos a gasolina em razão de incentivos fiscais. No modo 100% elétrico pode
ir a 140 km/h e, sem acelerar muito, autonomia elétrica é de 50 km. Mix
previsto: 60% das vendas.
CÂMBIO automático
CVT do Honda Fit 2018 EXL melhorou sua economia de combustível e as respostas
ao acelerador estão menos “frias”. Retoques de estilo, para-choque traseiro que
(agora) protege mais a tampa do porta-malas, faróis e luzes diurnas em LED e
sistema multimídia fácil de usar destacam-se. Continua ausente regulagem de
altura do banco do motorista.
GRUPO SHC
continua a apostar em negociações para contornar o imbróglio jurídico e afinal montar
fábrica da chinesa JAC no Brasil. Acertou agora com o governo goiano e, tudo
indica, utilizará instalações em Itumbiara, onde antes o Grupo HPE montava o
Suzuki Jimny (agora em Catalão, (GO). T40 está confirmado para 2019 e, em
seguida T50. Investimento: R$ 200 milhões.
DONA do aplicativo
em que caroneiros ajudam nas despesas do motorista em viagens rodoviárias, a
filial da francesa BlaBlaCar planeja, até meados de 2018, começar a gerar
receita aqui.
Segundo Ricardo Leite, executivo no Brasil, a fórmula ainda está
em estudos. Na França custa 13% para cada caroneiro. Alternativa seria assinatura
ou passe flexível pelo serviço.
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