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quinta-feira, 10 de maio de 2018

Maio Amarelo chegou para tentar conscientizar os motoristas e demais integrantes do trânsito a terem cuidado na direção dos veículos. Deve-se à Lei Seca significativa redução de acidentes, mas ainda há muito que fazer



Alta Roda
                    



Nº 992 - 10/5/18

Fernando Calmon




NUNCA DESANIMAR


Este mês se inicia mais uma campanha Maio Amarelo, do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), em colaboração com a Anfavea. Trata-se de um tema dos mais negligenciados pelo poder público, mas também não dá para afirmar que este nada fez ou, ao menos, tentou.

O Brasil é um dos países signatários da Década de Ação para Segurança no Trânsito, criada pela ONU em 2011, de adesão voluntária. Meta audaciosa de redução de 50% no número de mortos em acidentes certamente deixará ser cumprida em sua totalidade. Países com trânsito mais seguro enfrentam o desafio de melhorar o que já é bom ou razoável. 

Em outros, as ações podem mostrar resultados bem interessantes a partir de uma situação muito ruim.
Nosso país deve se situar no meio termo ao fim do prazo. Entre 2012 e 2016 já houve redução de 22% no número de mortos. As 35.708 pessoas que perderam a vida, segundo o DataSUS, podem deixar de refletir a realidade em razão de estatísticas precárias e divulgadas com atraso. 

Essa referência engloba vítimas em ruas e estradas e que faleceram até 30 dias após o acidente, como se faz em países centrais. Parte desse avanço deve-se, sem dúvida, à Lei Seca e ao aumento da fiscalização.

Este ano o Maio Amarelo se baseia no mote anunciado pelo Contran no início do ano: “Minha escolha faz a diferença”. O ONSV criou, então, toda uma campanha com peças para várias mídias e hashtag #nossomosotransito. Há mensagens objetivas sugerindo mudanças comportamentais por todos os entes envolvidos no trânsito.

O próprio Contran mostrou iniciativas importantes este ano, porém atuou de forma atabalhoada por meio de algumas Resoluções polêmicas. Intenções foram boas, tudo na direção certa, porém o momento escolhido e os prazos exigidos fugiam da realidade de um país complicado por natureza.

Vai conseguir multar pedestres e ciclistas faltando poucos meses para eleições de grande amplitude? A lei já existia, o difícil é fazê-la funcionar. 

Precisaria de algo factível de executar, período de advertência razoavelmente longo e só depois partir para a multa. Receber o valor da penalidade seria muito difícil, mas já garantiria algum resíduo pedagógico em longo prazo.

Outro passo em falso foi a polêmica Resolução 726 que mudava o processo de habilitação de novos motoristas. Algo considerado fundamental para criar futuras gerações de motoristas e motociclistas mais conscientes e bem treinadas. 

A ideia de consolidar tudo num calhamaço de 272 páginas, naturalmente, ficou difícil de digerir. Faltou planejamento e a batalha de comunicação foi perdida de cara. O Contran dispõe de verbas publicitárias reservadas do DPVAT (conhecido como seguro obrigatório) e tinha de usá-las.

Equívoco mais sério foi tentar obrigar quem já estava habilitado a se submeter a novos testes. Poderia haver um questionário simples sobre legislação, de resposta voluntária, apenas para despertar a consciência. 

Consequência final foi desastrosa: tudo revogado dois dias depois, inclusive o que deveria ficar. Pelo jeito, vários “maios amarelos” se passarão, antes de se atingirem bons resultados. Ânimo não pode faltar.

RODA VIVA

CITROËN já distribuiu primeiras fotos oficiais do C4 Cactus nacional a ser lançado dentro de quatro meses, segundo fonte da Coluna. Dimensionalmente não mudará em relação ao modelo homônimo apresentado no Salão de Genebra, de março último. Distância entre eixos de 2,60 m é 6 cm maior do que o Peugeot 2008; futuro concorrente, VW T-Cross, terá 2,65 m.

PRIMEIRO quadrimestre do mercado interno de veículos (leves e pesados) comprova plena recuperação: 21% sobre 2017. No mês passado, as vendas superaram abril do ano anterior em 38,5%. Os estoques totais recuaram de 33 dias, em março para 32, em abril (normal, 35 dias; ideal, 30). Vendas diárias ainda permanecem subindo: em abril, média de 10.350 unidades.

EXPORTAÇÕES continuam a dar suporte aos números de produção e, por consequência, à recuperação do emprego setorial. Nos quatro primeiros meses de 2018 as exportações estão 65% acima da média dos primeiros quadrimestres dos últimos 10 anos. Produção total (mercados interno e externo) cresceu quase 21% sobre o mesmo período de quadrimestral de 2017.

IMPORTADORES filiados a Abeifa também anotam números positivos, quando comparados aos do fundo do poço em 2017. Vendas cresceram 44% em janeiro-abril deste ano contra o mesmo período do ano passado. A entidade espera recuperação firme ao longo de 2018, embora escalada de valorização do dólar possa atrapalhar. Concessionárias estão sendo reabertas.

FORD confirmou que seu motor de 1,5 litro de três cilindros, que estreia no Focus americano em 2019, terá estratégia de desativação de um cilindro sob condições de uso específicas. Haverá versão com turbocompressor. É o mesmo propulsor fabricado em Taubaté (SP) na versão aspirada e que também poderá receber esses recursos para atender novos limites de consumo.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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