A volta dos Sambas-Enredos das Escolas do Grupo Especial respondem com quadras lotadas e grandes sambas à falta de apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro
Por CLÁUDIO VIEIRA
O prefeito, certamente, encontrará uma frase de efeito para explicar o êxito do Carnaval 2020.
Ilha do Governador: entre becos,
ruas e vielas, a alegria!
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A arrecadação do ISS galgará mais um oportuno degrau.
Estou muito feliz com os sambas-enredos que as Escolas de Samba do Grupo Especial, protagonistas do Maior e Melhor Espetáculo da Terra, levarão para a Avenida a partir do final de janeiro – para quando está previsto o início dos ensaios técnicos, se Deus quiser!
Não me perguntem se as Escolas resolveram tirar da cabeça o que não têm no bolso – como, um dia, Fernando Pamplona traduziu a escassez absoluta. Mas a verdade é que a qualidade dos enredos escolhidos deu origem a uma safra de sambas como há muito tempo não se via. Ou se ouvia.
Salgueiro: o picadeiro para
um novo Rei Negro, Benjamin
Tudo indica que teremos um espetáculo de grande qualidade visual, chancelado pela criatividade e a ousadia – quesitos que já estavam caindo no esquecimento. A temática dos enredos anuncia que ousar será preciso, pois a única mesmice que se estabelece é a cara feia do prefeito, que afirma ter um “espírito carioca”, quando precisa, mas que, na verdade, tem verdadeira ojeriza pelos desfiles das Escolas de Samba, principalmente quando a fé africana é invocada.Permitam-me não citar nomes, pois seria injusto neste abraço que quero dar a todas. Cada uma deu o seu recado. O momento é tão fértil que cabe destacar, por exemplo, a experiência de desenvolver um enredo de trás para a frente: apresenta-se o argumento aos compositores, que fazem e moldam seus sambas de acordo com a proposta da Escola; escolhido o “hino” – este ano teremos “hinos” de verdade, creiam -, os carnavalescos, então, desenvolvem a narrativa em fantasias e alegorias, de acordo com a trilha sonora. Novidade? Mais ou menos. De certa forma, Joãosinho Trinta já fazia isso, a seu jeito, na Beija-Flor. O que importa é o resultado.
E o mais louvável de todos os resultados foi o recado de afirmação dado pelas Alas de Compositores, mostrando que a encomenda do samba a um escritório especializado pode ser, no máximo, um bom Plano B.
Silas de Oliveira, olhai por nós!
Cabe à direção da Agremiação estar sempre atenta à voz de sua comunidade, em comunhão com o sonho dos artistas que bolaram a cenografia e o guarda-roupa. Parece que foi o pensamento geral deste ano, com posturas de isenção que dignificaram cada uma das disputas.
E, como num passe de mágica, o compositor volta à cena, protagoniza e reassume o posto de estrela da companhia.
Que Silas de Oliveira os proteja. Sempre!
E, como num passe de mágica, o compositor volta à cena, protagoniza e reassume o posto de estrela da companhia.
Que Silas de Oliveira os proteja. Sempre!
Fotos: Henrique Matos e Maria Zilda Matos / Fat Press-Liesa
Vamos torcer e orar para que voltem os carnavais !!!
ResponderExcluirA alma do carioca precisa externar toda a sua criatividade, sua arte e alegria no carnaval.
Que essa "paradeira" acabe logo e que voltemos a ser felizes como sempre fomos nessa Cidade maravilhosa do Rio de Janeiro.