Coluna
Fernando Calmon
Nº 1.065 — 4/10/19
SEGURANÇA ESSENCIAL NO TRÂNSITO
Um balanço da tradicional Semana Nacional do Trânsito, este
ano realizada de 18 a 25 de setembro, mostra pouco a comemorar. Há de se
reconhecer os esforços do Contran ao estimular campanhas de segurança e motes
sempre criativos. O deste ano foi “No trânsito, o sentido é a vida”.
Estatísticas da Seguradora Líder divulgadas naquela semana
apontam que, em 2018, foram pagas 18 indenizações por morte a cada 100.000
habitantes. Significa algo em torno de 36.000 vidas perdidas. Ao considerar que
o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, tem a sexta maior frota efetiva
circulante e o quinto com maior número de acidentes fatais (segundo a
Organização Mundial de Saúde), não estamos muito afastados da média
internacional. Ainda assim bem preocupante. Alguns avanços foram alcançados,
mas ainda há muito a fazer.
No Estado de São Paulo, onde circulam 35% da frota
brasileira, a taxa de acidentes e de mortalidade é até razoável, embora distante
de países centrais. Entretanto, pesquisa divulgada pela agência de transporte
estadual aponta que 27% dos passageiros no banco traseiro, 6% dos motoristas e
9% dos viajantes no banco dianteiro não usam cinto de segurança. Isso apenas nas
rodovias pedagiadas. Pode-se concluir que no restante das estradas esses
números são piores.
O Brasil apresenta um fator de risco adicional para a
letalidade no trânsito. Acidentes com motocicletas acontecem em proporção muito
maior que os demais veículos e a mortalidade também pela vulnerabilidade do
condutor e do passageiro, mesmo protegidos com capacete. Além de menos visíveis
aos motoristas, virou regra a circulação entre as faixas de rolamento, muitas
vezes em velocidade incompatível com a segurança.
No dia 10 de setembro, pouco antes do início da Semana Nacional
do Trânsito, uma decisão da Justiça liberou o serviço de táxi e aplicativos
para motocicletas na maior cidade do País, São Paulo. Havia uma lei municipal
que proibia em razão do número de acidentes, feridos e mortes desproporcionais
à frota. A prefeitura vai recorrer.
Há sugestões, porém, para conter o dano coletivo. Uma das
empresas de aplicativos já avisou que aceitará motocicletas com até 10 anos de uso
e motor acima de 100 cm³ de cilindrada. Uma alternativa seria endurecer exigências:
veículos com no máximo três anos de uso, condutores com mais de cinco anos de
habilitação e motores acima de 300 cm³ para dificultar a circulação de motos de
maior porte entre os veículos. Isso encareceria tarifas e atratividade do
serviço.
Outra decisão, com potencial de tornar ruas e estradas menos
seguras, são as mudanças no processo de habilitação de motoristas que passaram
a valer, por coincidência, na Semana Nacional do Trânsito. Simuladores de
direção, que relativamente poucos países adotam, agora são opcionais e a carga
horária de aulas práticas diminuiu.
Há o aspecto do custo menor para se obter a Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), mas teria de vir acompanhado de uma avaliação
mais rigorosa da qualidade de ensino das autoescolas. Outra possibilidade seria
aumentar o prazo de avaliação, antes de converter a CNH de provisória em
definitiva.
ALTA RODA
SERÁ que a
solução dos congestionamentos passa pelos carros voadores? Há várias empresas
estudando o assunto, entre elas Uber, Volocopter, Terrafugia, Kitty Hawk, além
de Airbus, Boeing e Embraer. Na realidade, trata-se de derivação de
helicópteros leves. Hyundai é um dos primeiros fabricantes de automóveis a
anunciar planos para mobilidade aérea urbana.
VERSÃO praticamente
final do Polo GTS pôde ser avaliada no Autódromo Capuava, em Indaiatuba (SP). Traz
o conhecido 1,4-L turbo flex de 150 cv. Respostas são convincentes e, no modo
Sport, há amplificação digitalizada do som do motor. Comportamento firme e
preciso em curvas. Quadro de instrumentos é novo e inclui cronômetro no painel.
Chega em janeiro próximo.
CAOA anunciou que
o Chery Arrizo 5e, primeiro sedã elétrico no mercado, começa a ser vendido no
início de 2020. Grade dianteira e rodas são as únicas mudanças externas.
Internamente há uma tela multimídia vertical de 10 pol. específica para o
modelo. Assoalho atrás é um pouco mais elevado. Apesar do baixo custo de
rodagem, preço previsivelmente desanima: R$ 159.900.
CONECTIVIDADE 1. Sistema
de roteamento Wi-Fi Vivo Car de conexão à internet já está disponível, para até
cinco celulares a bordo, em automóveis fabricados a partir de 2010. Modem se
acopla à porta de diagnósticos (OBD) para monitorar o funcionamento do carro e
tem antena própria. Custa R$ 718,80 em 12 vezes e depois R$ 59,90/mês por 40 GB
de dados móveis.
CONECTIVIDADE 2.
Mobil Delvac equipou 10 caminhões para rotear Wi-Fi, na rede 4G, para até 30
usuários simultâneos de forma gratuita durante um ano. Ideia da empresa de
lubrificantes é atender, prioritariamente, caminhoneiros em postos de
combustível. Poderão usar a internet ou fazer chamadas por aplicativos e,
assim, sentirem-se menos solitários.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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