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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Avaliação - Toyota Corolla 2.0 XEi Flex 2021. Eis a prova de que é possível mexer e melhorar um time que está ganhando!



Por Arnaldo Bittencourt (Texto)
Fotos: Marcus Lauria/Arnaldo Bittencourt


Lançado em 1966, o Toyota Corolla começou a ser vendido no Brasil apenas em 1993 na versão LE (feita para o mercado americano), com uma motorização 1.8 7A-FE que rendia 115cv. Desde 1974, o carro é um campeão de vendas mundial, reconhecido como uma ótima compra em todos os países em que é comercializado. É o carro mais vendido pela Toyota.

Vale registrar que o nome do carro deriva de um outro modelo da montadora, o Toyota Crown (Toyota Coroa, em português), que é maior e foi lançado alguns anos antes do Corolla. Assim, em 1966 a Toyota batizou o seu novo sedan de Corolla, que em latim significa “pequena coroa”, um símbolo de triunfo e sucesso. No final de 2019, a Toyota a apresentou a 12a geração do Corolla, com visual totalmente novo. 



As novas linhas ficam mais sinuosas e deixaram o modelo com cara mais jovem, mas sem abrir mão das linhas tradicionais que caracterizam um sedan. A título de comparação, a versão atual do Civic, seu maior concorrente, já apresenta uma silhueta de fastback, fugindo do visual tradicional de um sedan.

Destaca-se que não foi só o design externo que mudou (para melhor). O carro ganhou uma plataforma nova, a GA-C, que é uma vertente da TNGA (Toyota New Global Architecture). Graças a essa nova plataforma, a estrutura do carro ficou perceptivelmente mais rígida (60% mais rígida, segundo a montadora).


O centro de gravidade do Corolla 2020 ficou 1cm mais baixo. Além disso, o carro está 1cm mais comprido, alcançando 4,63m. Já a distância entre eixos não mudou, permanecendo em 2,7m. O volume do porta-malas tampouco sofreu alteração, continuando a oferecer bons 470 litros de espaço para bagagens.

O interior do carro também passou por profundas mudanças. A diferença em relação à geração anterior é perceptível. O painel, por exemplo, foi totalmente redesenhado e confeccionado com materiais de melhor qualidade. Na região central, há um multimídia com tela de 8” para todas as versões, compatível com Android Auto e Apple Car Play.


Os bancos estão com um desenho novo, arrojado, com uma espuma de boa densidade, apoiando o corpo dos passageiros de modo competente, sem abrir mão do conforto. É preciso reconhecer que o interior do Corolla ficou muito bonito e moderno, repleto de bons materiais, tudo agradável ao olhar. 

As novidades da 12a geração do Corolla não pararam por aí… Agora é possível adquirir uma versão híbrida do modelo (disponível apenas na versão Altis). Sim, quem queria um híbrido da Toyota, mas não se empolgava com o visual do Prius, agora pode levar para casa o Corolla híbrido, que traz motorização 1.8 e câmbio de 7 velocidades. 




O Corolla 2020 também conta, em todas as versões, com suspensão independente nas 4 rodas, abandonando o funcional mas antiquado eixo de torção na traseira. A garantia de fábrica do modelo foi ampliada de 3 para 5 anos. O concorrente da Honda ainda oferece “apenas” 3 anos de garantia. Nada mal, Toyota!

A versão objeto deste artigo é a intermediária XEi, que responsável por mais de 80% das vendas do Toyota Corolla. A versão custa aproximadamente R$119 mil nas concessionárias da montadora nipônica.

De série, essa versão traz todos os equipamentos da versão GLi (os principais: sete airbags, central multimídia com tela de 8”, ar condicionado, computador de bordo no painel com tela exclusiva de 4.2”, controles de estabilidade e tração), e adiciona controle digital para o ar condicionado, chave presencial com botão de partida, faróis de neblina, controlador de velocidade de cruzeiro, borboletas atrás do volante, modo de condução esportivo, além de belas rodas aro 17 com pneus 225/45-17R (da marca Dunlop, no caso da versão testada). 



O motor do Corolla XEi é um 2.0 batizado pela Toyota de “Dynamic Force” (código M20A-FKB). É um motor bem interessante, com uma taxa de compressão bastante elevada (13:1), favorecendo assim o uso do etanol. Feito na fábrica de motores da Toyota de Porto Feliz (SP), o propulsor entrega 177cv com etanol (15% a mais do que a versão anterior). Na gasolina, a potência é de 169cv. O torque é de 21,4kgfm com ambos combustíveis. Diante desses números, é seguro afirmar que trata-se do motor 2.0 aspirado mais potente do país. Ou seja, um motorzão, disponível desde a versão básica do modelo (GLi).


O câmbio acoplado a esse belo propulsor, batizado de “Direct Shift”, é um CVT capaz de simular 10 marchas (!!!). Vale notar que a primeira marcha é uma engrenagem que permite ao Corolla arrancar vigorosamente, sem a sensação de “patinada” comum aos câmbios CVT. 

A partir da segunda marcha, as trocas são simuladas pela caixa CVT de forma rápida e competente, representando uma sensível evolução em relação às caixas CVT de antigamente. Há ainda aletas atrás do volante que permitem ao motorista trocar as marchas de forma manual.


Com esse conjunto motor e câmbio, e considerando o peso do carro (1405kg), é possível afirmar que o desempenho do sedan é muito bom. O carro faz 0-100km/h em 9.2s, e oferece uma velocidade máxima de 208km/h. Em termos de consumo, os números do Corolla são igualmente bons: 8km/l no etanol e 11.6km/l na gasolina (cidade) e 9.7km/l no etanol e 13.9km/l na gasolina (rodovia). 



A suspensão do Corolla, independente nas 4 rodas, garante ao carro um comportamento dinâmico exemplar. O carro roda macio, sem ser “molenga”. A Toyota, finalmente, dotou a suspensão do Corolla com soluções de engenharia de ponta, equivalentes às do concorrente Civic. Com as rodas aro 17 e pneus de perfil baixo, o Corolla é muito estável nas curvas.

É fato que a Toyota logrou entregar para o mercado um Corolla aprimorado, melhor em todos os aspectos se comparado à geração anterior. O visual, desempenho e comportamento dinâmico do modelo tornam inaplicável à 12a geração do Corolla o apelido “Vovorolla”. Basta agendar um test-drive em uma das concessionárias da marca para comprovar o que estou afirmando. 



Em um mundo dominado pelos SUVs, os sedans precisam se preparar para a guerra se quiserem conquistar a garagem dos consumidores. Não é a toa que muitas marcas marcas vem desistindo de comercializar sedans, principalmente aqueles de valor mais elevado.

Analisando os líderes da categoria dos sedans médios (Corolla e o Civic) como produtos, e o pós-venda oferecido pelas montadoras de ambos, é fácil entender porque são os líderes do segmento. Os dois são ótimos sedans, bem construídos, bons de conduzir, confiáveis, e com custo de manutenção razoável. Tais atributos também explicam o ótimo valor de revenda dos dois modelos. 


Creio, entretanto, que o Corolla de 12a geração está alguns passos à frente do Civic. A Honda não vai deixar isso barato, e o maior beneficiado por essa “corrida armamentista” entre Toyota e Honda será o consumidor, em especial os amantes de sedans. Sim, eles ainda existem, e felizmente não são poucos!

*FICHA TÉCNICA:

Mecânica

Motorização 2.0

Combustível               Álcool Gasolina

Potência (cv)                 177              169

Torque (kgf.m)          21,4     21,4

Consumo cidade (km/l)    8              11,6

Consumo estrada (km/l)    9,7     13,9

Câmbio CVT com modo manual

Tração dianteira

Direção elétrica

Suspensão dianteira tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.

Suspensão traseira tipo braços triangulares e traseira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidais.


Freios Quatro freios à disco com dois discos ventilados. 


Dimensões

Altura (mm) 1.485

Largura (mm)  1.775

Comprimento (mm) 4.620

Peso (Kg) 1.335

Tanque (L)  60

Entre-eixos (mm) 2.700

Porta-Malas (L)  470

Ocupantes 5

*Dados do fabricante




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