Coluna Fernando Calmon
Nº 1.109 — 13/8/20
TECNOLOGIA E CONFORTO
DESTACAM-SE NO
TERRITORY
Desde que foi apresentado, no Salão do Automóvel de 2018, como
“teste” de mercado, a Ford já tinha decido trazer da China o SUV médio-grande
Territory. O modelo que chega agora ao Brasil recebeu nova grade e para-choque
dianteiro, embora o estilo se identifique menos com a marca americana e mais
com sua parceira oriental JMC. Os para-lamas dianteiros bojudos explicam a
largura de 194 cm, 10 cm superior ao Equinox, um dos 10 rivais que compõem o
segmento amplamente dominado pelo Jeep Compass.
Embora o Territory tenha distância entre-eixos de 276 cm, só
perdendo por 1 cm para o Equinox, o espaço para as pernas, joelhos e ombros no
banco traseiro, de fato, surpreende. Exigência típica do consumidor chinês, mas
que levou a sacrificar a capacidade do porta-malas: 348 litros contra 410 litros
do Compass.
Uma vantagem indiscutível é o acabamento interno com bons
materiais e o conforto também nos bancos dianteiros. A ergonomia dos comandos
dos vidros elétricos, outro destaque. Tecnologia de bordo inclui central
multimídia de 10,1 pol. que contém um modem e um chip de tráfego de dados para
o aplicativo de celular FordPass (primeiro ano grátis). É possível checar
remotamente nível de combustível e várias outras funções.
É o único no segmento com quatro câmeras de alta definição
de 360°. Tem quatro portas USB, sendo uma no alto do para-brisa para acoplar câmera
de gravação de vídeo, apreciada em países como China e Rússia. Controle de
velocidade de cruzeiro adaptativo inclui a função para-e-anda. Há freada
automática de emergência, a partir de 30 km/h e também função de estacionamento
automático. Ao contrário de outros chineses a volante de direção dispõe de
regulagem de distância e altura. Freio de estacionamento eletromecânico tem
função autohold.
Motor a gasolina turbo, injeção direta de 1,5 L, 150 cv e
22,9 kgfm, acoplado a um câmbio CVT de oito marchas, formam um conjunto suave e
silencioso (a 120 km/h, motor gira a apenas 1.900 rpm). Consumo de combustível
homologado entre 9,2 km/l (urbano) e 10 km/l (estrada), mas a Ford corrigiu a
informação para 10,2 km/l. No uso diário os números efetivos são um pouco melhores
em estrada (cerca de 11 km/l) e urbano em torno de 9 km/l. O peso em ordem de
marcha, 1.632 kg, limita o desempenho: 0 a 100 km/h, 11,8 s (dado de fábrica).
Suspensão independente nas quatro rodas, além de eficiente, bem silenciosa em
qualquer tipo de piso.
Preços: R$ 165.900 (SEL) a R$ 187.900 (Titanium). Tudo
incluído, sem opcionais.
ANFAVEA PEDE MAIS
PRAZO
PARA EMISSÕES E SEGURANÇA
As normas técnicas para veículos leves no Brasil costumam ser
muito discutidas e lentas. As de segurança, conduzidas pelo Contran/Denatran, e
as que envolvem emissões pelo Conama. Especificamente sobre emissões o País tem
avançado mais que os seus vizinhos porque nossas regras são mais severas. O Proconve
(Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) existe há
quase 40 anos e desde o início se inspirou nas normas dos EUA que eram até mais
duras que as europeias.
Os níveis de emissões de poluentes, em seis fases do
Proconve, reduziram em 95% monóxido de carbono (CO), 98% hidrocarbonetos (HC) e
96% óxidos de nitrogênio (NOx). No Estado de São Paulo, nas principais cidades
monitoradas pela Cetesb entre 2006 e 2018 a queda foi de cerca de 50%, em média,
apesar da frota ter aumentado 66% no mesmo período.
A Anfavea pediu adiamento por dois anos da próxima fase, que
começa em 2022, para veículos leves. Os desenvolvimentos foram interrompidos
pela crise pandêmica e a brutal queda de faturamento. Representantes do
Ministério Público Federal (MPF) são contra e indicam os casos de Índia e
México que mantiveram seus cronogramas. Mas há uma diferença: nos dois países
podem conviver carros novos com a fase anterior e a mais restrita (estes mais
caros, claro). No Brasil, todos os modelos novos que não atendem a legislação
devem ser retirados de linha. Não há uma transição para diluir os altos
investimentos.
Estivesse o MPF realmente interessado em melhorar o ar que respiramos, cobraria a Inspeção Técnica Veicular que existe há décadas nos EUA e na Europa. Está no Código de Trânsito Brasileiro faz 23 anos e simplesmente não aparece coragem política para tal exigência mesmo de forma bastante gradual. Agora, menos ainda, com a grave crise de saúde e econômica.
AUDI PROMOVE
AVANT-PREMIÈRE
Numa ação audaciosa, a Audi importou temporariamente alguns
modelos (que pretende vender entre este ano e o próximo) e os colocou à
disposição de clientes selecionados no Autódromo Capuava, em Indaiatuba (SP).
Jornalistas também puderam ter as primeiras impressões em cada um dos veículos da
linha de maior desempenho da marca: RS Q8, RS Q3
Sportback, RS 6 Avant, RS 7 Sportback e R8 (versão especial). Os
cinco carros, entre perua, SUV e cupê, somavam 1.810 cv de potência com cinco,
oito e dez cilindros.
Fiquei particularmente impressionado com o R8 e seu motor V-10 de aspiração natural, 610 cv, que divide com os Lamborghini, marca administrada pela Audi.
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