Coluna Fernando Calmon
Nº 1.125 — 26/11/20
APOSTAS DIFERENTES PARA
A TRANSIÇÃO ELÉTRICA
Interessante observar
as alternativas de cada um dos grandes grupos automobilísticos mundiais em
relação às estratégias para a migração dos motores a combustão interna (MCI) para
os elétricos. O próprio termo “eletrificado” leva a diferentes interpretações.
Por exemplo, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico inclui híbridos não
plugáveis (como Corolla e outros) entre os elétricos, o que de fato não é, pois
o MCI tem papel preponderante. Já híbridos plugáveis permitem alcance em torno
de 50 quilômetros em modo puramente elétrico. Esta solução considera-se como de
transição e há incertezas sobre quanto tempo vai durar.
As fabricantes se
dividem. A GM colocou de lado qualquer esforço em híbridos e anunciou agora um
plano, em andamento, ainda mais ousado. Aumentou em 35%, de US$ 20 bilhões para
US$ 27 bilhões, o investimento em elétricos e autônomos até 2025. Haverá 30 lançamentos
e sua bateria Ultium custaria 60% menos com densidade dobrada para até 720
quilômetros de alcance.
Quase simultaneamente
o Grupo VW anunciou sua estratégia para se transformar numa empresa de
mobilidade digital nos próximos cinco anos. De um plano mais amplo, decidiu
alocar 35 bilhões de euros em veículos
elétricos a bateria. Contudo, reservou outros 11 bilhões de euros para versões
híbridas de modelos já existentes. Até 2030 pretende fabricar 20 milhões de
elétricos e sete milhões de híbridos plugáveis.
Os grupos Daimler (dono da Mercedes-Benz e Smart) e Geely (fabricante
chinesa que controla a Volvo Cars) decidiram juntar forças para desenvolver
trens de força altamente eficientes para aplicações híbridas a gasolina. A Daimler
afirma que até 2030 mais da metade dos seus automóveis serão elétricos ou
híbridos plugáveis, sem estabelecer percentual entre as duas alternativas.
Por outro lado, a China (seguindo o Japão) resolveu ampliar sua aposta em
pilha a hidrogênio para carros elétricos, o que implicará construir rede de
abastecimento totalmente diferente daquela para recarregar baterias. O dono da
Tesla, Elon Musk, chegou ridicularizar a ideia de usar o hidrogênio, que “nunca
dará certo”.
Com tantas incertezas envolvendo a transição, ainda há o etanol no Brasil
que pode trilhar a terceira via com motores híbridos plugáveis ou pilha a
hidrogênio obtido diretamente do combustível vegetal em um posto convencional.
PEUGEOT LANDTREK DEVE
SER PRODUZIDA NO MÉXICO
Importada
inicialmente da China, a primeira picape média da Peugeot foi lançada agora no
México, onde já está à venda e, em seguida, em nove países da América Latina.
Lá o motor é a gasolina de 2,4 litros, 210 cv, origem Mitsubishi. Tração 4x2 ou
4x4, cabines simples e dupla. Chega ao Brasil, Argentina e Colômbia só em 2022.
Com o avanço da Stellantis (fusão PSA-FCA) a produção deverá ser mexicana em
fábrica da Chrysler. Para cá, receberá motor a diesel na faixa dos 200 cv.
O porte é o mesmo de Hilux,
S10 e Ranger, mas a marca francesa afirma que a cabine dupla oferece o maior
volume de caçamba do segmento. Visual ousado destaca a grade vertical e rodas
de liga leve de desenho não muito inspirado. O interior apresenta aspecto moderno,
tela multimídia de 10 pol. com Android Auto e Apple CarPlay e câmeras de visão
360° em 3D. Volante de diâmetro um pouco menor do que os concorrentes, dentro
da filosofia Peugeot. Encosto do banco traseiro é rebatível.
Peugeot começou a
fabricar picapes leves em 1938 e vendeu aqui a 504 de cabine simples derivada
do automóvel homônimo. Foram rodados dois milhões de quilômetros no
desenvolvimento da Landtrek.
ALTA RODA
TOYOTA SW4 2021 para cinco e sete ocupantes segue as mesmas evoluções da
picape Hilux quanto à mecânica, mas tem personalidade própria. Destaque para a
grade frontal mais discreta, porém imponente. Interior requintado, inclusive
com banco elétrico dianteiro até no do passageiro. Pacote de segurança é o
mesmo. Preços subiram 6% e vão de R$ 202.390,00 a R$ 314.790,00.
PRORROGAÇÃO dos incentivos fiscais para o Centro-Oeste levou CAOA a anunciar agora
que investirá mais R$ 1,5 bilhão na fábrica de Anápolis (GO) até 2025. O plano
contempla 10 produtos, entre novos e atualizações, das marcas Hyundai e Chery,
além do audacioso projeto de um modelo próprio. Empresa pretende atrair mais fornecedores
para a região, quando alcançar produção de 100.000 unidades anuais.
MONROE desenvolve suspensões semiativas, ativas e, em futuro ainda não
previsto, as pró-ativas. Os níveis de desenvolvimento e preço final também
serão nessa ordem e amortecedores terão grande evolução. Tecnologia de válvulas passivas traz melhora
significativa na suspensão, sem a utilização de sistemas eletrônicos ou
necessidade de trocar amortecedores para mais conforto.
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