Uma das dúvidas para
quem utiliza o carro no dia a dia é como escolher entre uso, posse ou
propriedade. O modelo de compartilhamento começou em 2009 como resposta à crise
das hipotecas bancárias nos EUA e se espalhou pelo mundo. Por algum tempo se
pensou neste como modelo vencedor, mas não foi bem assim. Várias fabricantes
criaram empresas próprias para alugar veículos. Algumas desistiram do negócio
quando os aplicativos se apresentaram como alternativa mais em conta do que
táxis. A atividade cresceu tanto que várias cidades impuseram taxas ou tentaram
proibir o serviço.
Houve quem fizesse
contas, vendesse seu automóvel e passasse a se deslocar por meio de aplicativos
e alguns toques na tela do celular. Porém, também já sentiram alguns
inconvenientes como a demora nos horários de pico ou em dias de chuva quando a
demanda aumenta muito. Sem contar alguns cancelamentos que podem levar à
impontualidade nos compromissos. Quem roda mais de 500 km por mês, em média,
deve fazer contas (inclusive de estacionamento) para saber se vale se desfazer
do carro próprio.
Na ótica do
consumidor, o primeiro aspecto é a comparação entre custos de propriedade e de
locação de longo prazo. O consultor Francisco Mendes explica: “Aquisição, impostos,
seguros, manutenção programada ou corretiva são explícitos e ocorrem ao longo
do tempo de uso, enquanto a depreciação do bem só se configura no momento da
venda ou troca, mas integra o custo de propriedade.”
Há ainda o aspecto
sociológico. Segundo ele, “a grande maioria dos consumidores não faz contas
sobre custo de propriedade. Por razões pessoais prefere a propriedade do bem,
considerando a segurança financeira de longo prazo. Quem não gera sua própria
renda tende a ter maior insegurança quanto à capacidade de continuar locando ao
término do contrato. Sabem que se não houver recursos para a substituição do
bem, podem permanecer com o veículo por prazos mais longos e continuar a
atender suas necessidades de mobilidade”.
Nos últimos cinco
anos, as locadoras alcançaram fatia importante das vendas totais, além da
tradicional atuação na área de turismo e terceirização de frotas. O aluguel de
longo prazo com tudo incluído, conhecido por “assinatura”, seduz desde
motoristas de aplicativos a compradores de maior poder aquisitivo. Estes últimos
representam mais rentabilidade e índices de inadimplência bem menores, além dos
locatários calcularem com rigor o custo de propriedade.
Mendes aponta forte
recuo das locadoras em razão da pandemia. “Há reflexos nas operações de
compartilhamento, importante no negócio de locação. As fabricantes não
conseguem equilíbrio baseado na venda para grandes frotas e redirecionaram
esforços para alcançar este mercado graças à capilaridade de sua rede de
concessionárias.”
O carro por assinatura atrai de locadoras a empresas seguradoras. E agora há a iniciativa da VW, Sign&Drive, com T-Cross 200 TSI (12 x R$ 1.899) e Tiguan Comfortline (24 x R$ 3.659). Toyota vai estrear o Kinto Flex no primeiro semestre de 2021.
ALTA RODA
OUTUBRO foi mais um mês de recuperação do mercado interno de veículos leves e
pesados: média diária de vendas (10.200 unidades) subiu 3% sobre setembro. No
acumulado de 10 meses, em comparação ao mesmo período de 2019, houve queda de 30,4%.
Especificamente em junho deste ano recuo foi de 75% sobre o mesmo mês do ano
passado. Exportações fracas puxaram para baixo a produção: 38% menos.
ESTOQUES totais nunca estiveram tão baixos: apenas 18 dias. A indústria enfrenta
velocidade lenta nas linhas de produção e faltas pontuais de peças. Luiz Carlos
Moraes, presidente da Anfavea, admite que a queda no ano será menor que a esperada
inicialmente. “Para 2021 está difícil de prever, quando terminar a demanda
reprimida pela pandemia e estímulo à economia for reduzido por razões fiscais”,
completou.
FENABRAVE confirmou que a comercialização de veículos usados (incluídas as lojas
independentes) vem reagindo melhor nos últimos meses. Queda acumulada este ano
em relação a 2019 está em 20,5%, o que pode dar suporte a uma recuperação mais
animadora em 2021. Até agora foram vendidos 4,7 vezes mais usados do que novos
(proporção histórica). A entidade ainda não fez previsões para o próximo ano.
UM PARA CÁ, outro para lá: dois novos produtos serão lançados na próxima semana na
Argentina: dia 17, a picape Hilux 2021, para cá, e dia 19, o SUV médio Nivus
para lá, importado do Brasil.
BORGWARNER completou 45 anos no Brasil. Começou com turbocompressores para veículos
comerciais a diesel. Ao longo do tempo a matriz adquiriu outras marcas como as
concorrentes KKK e Schwitzer, a Delco Remy e mais recentemente a Delphi
Tecnologies. Desde 2015 tem um centro de pesquisas e desenvolvimento no Brasil.
Também desenvolveu o primeiro turbocompressor para motores flex.
ATIVIDADES fora de estrada estão em alta no País. Assim, pneus precisam resistir
bem nessas condições. É a aposta da General Tire, com o novo Grabber A/Tx
resistente a cortes e picotamentos.
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www.fernandocalmon.com.br
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